Ser bilíngue pode mudar a estrutura do cérebro? Entenda

Os benefícios de falar mais de um idioma vão além de uma boa colocação no mercado de trabalho, pois geram alterações cognitivas importantes no processo de aprendizagem.

Segundo estudo publicado em 2011 pela Universidade Estadual da Pensilvânia, nos Estados Unidos, o uso concomitante de duas línguas, ou ser bilíngue, gera consequências cognitivas que atuam como exercícios para o cérebro. Nesse caso, o fenômeno da “convergência das línguas” cria uma competição entre as informações na mente, gerando uma melhora na capacidade de filtrar informações, o que beneficia o processo de tomada de decisões.

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Os estudos também mostraram que aprender uma segunda língua afeta a forma com que o indivíduo pensa e se expressa em seu idioma materno, pois não existem dois cérebros monolíngues trabalhando ao mesmo tempo. Apesar do cansaço mental que processa informações em dois idiomas, o que acontece é que o cérebro está trabalhando para ser mais eficiente.

Como consequência, acontece um profundo aprimoramento cognitivo que altera a memorização, facilita a aprendizagem e modifica a expressividade. A longo prazo, esse exercício cerebral gera o retardamento do início da doença de Alzheimer, também prevenindo a degradação precoce do cérebro por mantê-lo ativo.

No entanto, as vantagens são múltiplas, desde uma boa colocação no mercado de trabalho até maior autoconsciência. Confira a seguir o que acontece no cérebro de uma pessoa bilíngue.

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O que acontece no cérebro de uma pessoa bilíngue?

De acordo com estudo de 2012 realizado pelo instituto de Psicologia da Universidade de Lund, na Suécia, o cérebro de estudantes de idiomas apresentam crescimentos em áreas específicas.

Ao longo de 13 meses de trabalho, eles reuniram um grupo de jovens da Academia de Intérpretes das Forças Armadas da Suécia. O objetivo foi medir os cérebros desses indivíduos antes e depois de um treinamento intensivo em idiomas estrangeiros, incluindo línguas como russo e árabe.

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Como grupo de controle, os pesquisadores estudaram um grupo de estudantes de Medicina e Ciências Cognitivas, sem expô-los ao estudo de idiomas, mas sim de outros assuntos durante o mesmo período.

Nos resultados preliminares, percebeu-se que o hipocampo, a estrutura cerebral responsável pela aquisição de novos conhecimentos, assim como da noção espacial, e três regiões do córtex cerebral dos estudantes que tiveram o treinamento intensivo em idioma passaram por transformações perceptíveis.

Além disso, as áreas mudaram em porcentagens diferentes, a partir do nível de proficiência adquirido no idioma e também do esforço aplicado nas aulas.

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Sendo assim, os estudantes com maior crescimento nas áreas cerebrais foram os que adquiriram maior domínio no idioma. Por outro lado, os estudantes que aplicaram maior esforço tiveram crescimento nas áreas cerebrais relacionadas às funções motoras e também a regiões do córtex cerebral responsáveis pela memorização e aprendizagem.

Como conclusão, o estudo percebeu que o bilinguismo gera alterações na arquitetura do cérebro, especificamente nas áreas relacionadas às habilidades, mas que as alterações variam de acordo com o processo e os resultados obtidos nos estudos.

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