Síndrome de Pica: conheça o transtorno que gera apetite por coisas não comestíveis

A Síndrome de Pica é um transtorno associado a um quadro compulsivo, com sintomas persistentes relacionados principalmente ao apetite desenfreado por coisas não comestíveis. Apesar dos poucos estudos sobre a enfermidade, existem causas conhecidas.

A alotriofagia, conhecida como Síndrome de Pica, é um transtorno alimentar caracterizado pelo apetite por coisas que não são comestíveis. Neste sentido, o indivíduo apresenta um apetite insólito, ingerindo substâncias como cabelo, pedaços de pano, sabão e até mesmo fezes.

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Ainda que existam poucos estudos sobre essa enfermidade, os especialistas conseguem apontar algumas causas e consequências com base nos principais casos. Comumente, o desejo incontrolável de comer de materiais não alimentícios denuncia um grave desequilíbrio orgânico. Saiba mais a seguir:

O que é a Síndrome de Pica?

No geral, os profissionais da área da saúde indicam que a Síndrome de Pica se manifesta em um quadro com sintomas persistentes e um quadro compulsivo que é contínuo. Além disso, costuma acometer pessoas que estão inseridas em situações de estresse ou ansiedade, mas é igualmente comum em grávidas.

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Em relação às causas, estima-se que a deficiência de ferro e de eletrólitos como o cálcio no sangue criam um desequilíbrio orgânico e neurológico relacionados à demanda nutricional. Apesar de atingir diferentes pessoas em diferentes fases da vida, existem grupos específicos que são acometidos por essa enfermidade.

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Mais especificamente, os principais diagnósticos identificados atingem as crianças pequenas, especialmente menores de 6 anos, e as pessoas que possuem deficiências mentais, como autismo, deficiência intelectual ou esquizofrenia. Porém, indivíduos inseridos em situações de estresse, desnutrição ou fome também manifestam a compulsão alimentar atípica.

A Síndrome de Pica foi identificada em crianças que vivem em situação de pobreza extrema, assim como vítimas de abusos ou negligência parental. Nos cenários de desnutrição ou fome, os itens não alimentares são consumidos a fim de gerar uma sensação de saciedade.

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Mais ainda, a baixa de nutrientes como ferro ou zinco tendem a desencadear desejos desenfreados e específicos, ainda que não sejam de alimentos. Dentre as outras causas identificadas estão a constipação, infecção por lombriga, arritmias, envenenamento por chumbo e obstrução ou bloqueio do sistema digestivo.

O que as pessoas com Síndrome de Pica comem?

A compulsão varia de acordo com as condições do indivíduo, assim como o motivo pela qual esses hábitos surgem. No entanto, os relatos obtidos por especialistas mostram uma tendência a mastigar objetos de fácil deglutição, como cinzas, talco, giz de quadro-negro, argila, areia ou terra.

Nos quadros mais sérios, o indivíduo passa a comer materiais como tijolos, papel, sabão, vidro, pano, cabelo, urina e fezes. As consequências variam entre quadros de intoxicação alimentar, constipação, úlcera, bulimia, intoxicação com substâncias como chumbo e obstruções no trato digestivo.

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Como é realizado o diagnóstico e tratamento?

A Síndrome de Pica pode ser diagnosticada por especialistas da área de Nutrição ou por Gastroenterologistas. O diagnóstico é realizado a partir do hábito de comer compulsivamente, mas pode ser identificada através de um exame de urina ou fezes.

A depender do item ingerido, é necessário realizar exames de imagem como raios-X, tomografias computadorizadas, ressonâncias magnéticas, ultrassom ou cintilografia. Os procedimentos de avaliação podem investigar mais profundamente se existem infecções parasitárias causando o desequilíbrio nutricional.

Os exames podem encaminhar para tratamentos diversos, desde endoscopias e limpezas intestinais até o acompanhamento psicológico. Atualmente, são utilizados os seguintes tratamentos para a alotriofagia:

  • Terapia Aversiva Leve: método que ensina o paciente a evitar os comportamentos de pica, estimulando as aversões leves para reeducação dos desejos e impulsos dos indivíduos. Nessa modalidade, são utilizados reforços positivos para os comportamentos alimentares que são saudáveis;
  • Reforço Diferencial: método que ensina o paciente a evitar os comportamentos compulsivo por meio da dispersão do foco em outros comportamentos e atividades, desde as mais lúdicas até os estímulos mais intensos;
  • Psicoterapia: acompanhamento psicológico para lidar com as causas da Síndrome de Pica, em especial nos casos de estresse, ansiedade ou depressão;
  • Reeducação Alimentar: execução de um programa alimentar que promova todos os nutrientes necessários para o reequilíbrio do organismo, geralmente é associado com as outras técnicas para que a comida seja aceita pelo corpo e os hábitos compulsivos sejam controlados.

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