A princípio, a ansiedade consiste em um dos sintomas comuns do organismo, como resposta aos sinais de perigo e insegurança. É um instinto fundamental à sobrevivência, pois prepara o corpo para fugir e se proteger. No entanto, o problema começa quando essa reação ocorre de maneira desequilibrada.
De acordo com a Psicóloga Hospitalar Ketlin Monteiro, um certo grau de ansiedade é esperado, mas pode sair do controle. “A ansiedade passa a ser considerada um transtorno psiquiátrico quando sua intensidade, duração ou frequência se tornam desproporcionais e causam sofrimento e prejuízo para o sujeito.”, explica a profissional.
Mas como identificar o momento em que uma reação natural se torna uma patologia? Segundo Ketlin Monteiro, isso acontece quando a ansiedade se torna uma emoção desagradável e incômoda, aparecendo sem nenhum estímulo externo que possa demandar esse instinto. Confira a seguir quais são os sinais mais comuns:
Quais são os sinais de ansiedade mais comuns no corpo?
No geral, a ansiedade gera uma série de sintomas físicos e mentais que variam de acordo com o grau de estresse, assim como pelo motivo. Nos casos de uma prova ou realização de um concurso público, por exemplo, é comum sentir o coração acelerar e o estômago doer um pouco.
Em contrapartida, quando se trata de uma apresentação em público, o indivíduo pode se sentir tonto, com as mãos trêmulas e falta de firmeza nas pernas. De acordo com a psicóloga Ketlin Monteiro, os sintomas mais comuns são:
- Tensão muscular;
- Dor;
- Fadiga;
- Cefaleia;
- Queimação no estômago;
- Taquicardia;
- Tontura;
- Formigamento;
- Sudorese fria;
- Insônia;
- Dificuldade de concentração;
- Preocupação excessiva;
- Hipervigilância;
- Irritabilidade aumentada;
- Tensão subjetiva;
- Preocupações difusas;
- Apreensão e temor pelo pior;
- Preocupações de difícil controle.
Em alguns quadros, como o Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG), essas reações e sintomas podem se apresentar de forma constante e permanente, ou então em momentos específicos, durante crises de ansiedade abruptas e intensas. Como consequência, há um enfraquecimento da saúde física.
Basicamente, a descarga constante de adrenalina causada pela ansiedade pode desequilibrar o organismo a longo prazo, de modo que as reações se tornem verdadeiros sintomas. Neste sentido, a taquicardia e a tontura podem desencadear doenças cardiovasculares mais graves, como arritmia, hipertensão ou hipoglicemia.
Sendo assim, é fundamental não somente lidar com os sintomas e consequências, como também investigar a causa para a ansiedade excessiva. Somente assim é possível prevenir doenças crônicas e também contornar o quadro patológico da ansiedade, regulando esse sentimento aos níveis comuns.
Como lidar com os sinais da ansiedade?
Segundo a psicóloga Ketlin Monteiro, a forma de lidar com a ansiedade depende da sua origem, assim como a intensidade e frequência dos sintomas ansiosos.
“Enquanto uma resposta natural do organismo frente às demandas do ambiente, precisaremos sempre lidar com a ansiedade ao longo da vida. Contudo, quando causa sofrimento psíquico e prejuízo ao indivíduo entramos no campo da psicopatologia e o tido “controle” da ansiedade pode ser mais difícil”, afirma a profissional.
No caso das psicopatologias, existem algumas práticas que podem ajudar no manejo dos sentimentos associados à ansiedade, mas é necessário que elas acompanhem o tratamento adequado. Seja por meio da psicoterapia, aliada ou não com remédios psiquiátricos, é importante que o indivíduo reconheça quando precisa de ajuda médica.
Felizmente, a Psicologia possui diversas escolas e abordagens que atendem às diferentes necessidades e quadros patológicos. No entanto, quanto mais cedo o indivíduo optar pelo acompanhamento melhor, pois assim fica mais fácil investigar as origens e resolver os conflitos associados à ansiedade em desequilíbrio.
Em todos os casos, práticas cotidianas como técnicas de controle respiratório, meditação, ioga e a prática de exercícios físicos podem auxiliar no desenvolvimento de estratégias de manejo das crises de ansiedade.
Assim, torna-se possível conviver com os sentimentos e sintomas, mas também aprender a manter a ansiedade num nível adequado.