Já houve algum momento em que você tentou expressar alguma coisa e não havia palavra apropriada e para não perder o fio da meada você utilizou um termo como “coisado” ou afins? Percebe que essa palavra é original e que nós deslocamos seu lugar de sentido? Isso se trata de um neologismo.
Expressões como essa podem ser criadas de várias maneiras para os mais diversos propósitos, e este será o tema do nosso texto de hoje. Vamos começar?
O que é neologismo
Antes de entendermos conceitos e definições, vamos esmiuçar o sentido da palavra em si mesma. A palavra “neologismo” vem da junção de dois termos gregos: neo, que significa “novo” e logos, que em sentido literal expressa palavra, então o sentido no termo é “nova palavra”.
A partir disso, podemos definir o neologismo como uma palavra ou expressão recém-criada, para designar um novo significado. Também pode acontecer de um neologismo se originar de uma palavra que já existe que passa a ter um novo significado.
Não só a palavra em si, mas o processo de criação dessa palavra ou expressão também é chamado de neologismo. E esse novo termo pode ser criado baseado no léxico, na semântica ou na sintaxe da língua portuguesa ou de outro idioma.
Mas de onde vem, ou melhor, para quê esses neologismos são criados? Então, naturalmente a língua passa por mudanças e transformações, nessa lógica, o neologismo nada mais é uma expressão da necessidade inerente da língua de expandir-se e recriar-se.
Vale lembrar que na maior parte das vezes, contudo o processo inverso também pode acontecer, os neologismos surgem de forma oral, pela necessidade de preencher lacunas momentâneas ou permanentes sobre uma nova ideia.
Com o passar dos anos e dado que esses termos ou expressões passam a fazer parte do uso corrente na língua, eles são adicionados ao dicionário, passando a fazer parte do léxico. Então numa divagação bem ousada, podemos considerar que toda a língua é o resultado de um constante processo de neologismos.
Desse modo temos que o neologismo pode estar ligado à diversas áreas como: nas ciências (neologismo científico), literatura (neologismo literário), música, mídia, internet, economia, arte, tecnologia, esportes etc.
Logo, assim como temos o termo “neologismo” para designar a criação de termos que ainda não existem, também existe um conceito para explicar o fenômeno de palavras que faziam parte do léxico, mas que não são mais usadas pelos falantes e entram em desuso, chamado de “arcaísmo”. Mas entraremos mais profundamente nessa questão apenas mais à frente.
Formação dos neologismos
Antes de entendemos o processo de formação dos neologismos, precisamos saber que se trata quando falamos de neologismos momentâneos, transitórios e permanentes.
Um neologismo momentâneo costuma surgir entre interlocutores no cotidiano, em uma conversa simples e corriqueira. Esses tipos de expressão podem até chegar a ter uma grande repercussão, contudo são deixados de lado com o tempo, como a palavra somatoriar (somar itens).
Já os neologismos transitórios são o resultado da necessidade de um grupo ou designação momentânea específica, podendo ser integrado ao vocabulário ou esquecido, um exemplo desse tipo de expressão é o termo mensalão (ato de corrupção).
E por último temos o neologismo permanente, que costumam surgir rapidamente e fixam-se no idioma e com o tempo passam a fazer parte do léxico dessa língua, como por exemplo, a palavra deletar, que significa “excluir”.
Agora que sabemos as ocasiões em que essas novas expressões e termos aparecem, vamos conhecer os processos que ocasionam o surgimento deles:
- Justaposição: quando os elementos que formam os termos estão justapostos (lado a lado). Nesse processo duas ou mais palavras ou radicais unem-se sem que haja alterações sonoras e/ou ortográficas, a mudança só ocorre no significado da nova palavra formada após a composição. Exemplos: pé de moleque, girassol, segunda-feira;
- Aglutinação: é um processo muito parecido com a justaposição, porém nesse caso, dois ou mais elementos aglutinam-se e pelo menos um deles perde sua integridade sonora ou ortográfica. Exemplos: aguardente (água + ardente), boquiaberto (boca + aberta), pontiagudo (ponta + aguda);
- Prefixação: ocorre quando acrescentamos um prefixo à palavra original, fazendo com que seu sentido seja alterado. Exemplos: descrer (crer), reler (ler), incapaz (capaz);
- Sufixação: nesse processo realizamos o acréscimo de sufixo à palavra original, que pode ocasionar a alteração de significado do termo ou mudança de classe gramatical. Exemplos: risonho (riso), papelaria (papel) e felizmente (feliz);
- Abreviação: é o resultado da forma reduzida da palavra e compreende na redução desse termo até um limite, de modo que não comprometa o significado dessa expressão. Exemplos: moto (motocicleta), fone (telefone) e foto (fotografia);
- Importação de vocábulos, também chamado de empréstimo: quando um termo é tomado de um contexto cultural, no qual, anteriormente, ele não era usado. Essas palavras podem ser oriundas de um regionalismo, um termo técnico, uma gíria ou uma palavra estrangeira. Exemplos: kit, fashion e hip-hop;
- Ressignificação: são termos que já existem no idioma, mas que têm seu significado deslocado, ressignificado. Exemplos: “tá passada?”, bafo, berro;
- Calco linguístico: apesar de parecer a mesma noção de empréstimo, a diferença fundamental está na tradução (ou tentativa de adaptação escrita) de uma expressão tomada, por empréstimo, de uma língua estrangeira. Exemplos: stafglation (estaglação), server (servidor) e avant-garde (vanguarda);
- Processo onomatopeico: esses termos são criados a partir da imitação de um som produzido por seres ou objetos. Exemplos: miar, farfalhar, tique-taque.
Tipos de neologismo
Até aqui percebemos que os neologismos atendem a uma necessidade comunicativa específica quando são criados. Então existem várias formas de classificar esse fenômeno linguístico, mas dois grandes grupos se destacam: formal ou lexical e conceitual ou semântico.
- Formal ou lexical: podemos entender esse grupo como aqueles termo que são originais e totalmente novos, como por exemplo, “internetês” (linguagem da internet);
- Conceitual ou semântico: são os deslocamentos de sentido de termos que já existem, em outras palavras, são processos de ressignificação.
Dentro desses dois grupos existem subdivisões e especificidades a serem salientadas, além de haver alguns tipos particulares de necessidade e contexto de formação de novos termos e expressões que vamos destacar mais adiante nesse tópico.
Neologismo formal ou lexical
Nesse caso, os termos e expressões criados são completamente novos e autênticos, podendo ser introduzidos no idioma depois de um tempo. Esse processo pode ocorrer de maneiras diversas, fazendo com que sejam subclassificados em:
Neologismo fonológico
O termo fono vem do grego que significa “som ou voz”, então podemos deduzir que esse tipo de neologismo ocorre por meio da criação de novas combinações fonológicas, ou seja, sons que criam um termo novo.
Isso pode acontecer por meio da lexicalização de uma onomatopeia, isto é, transformar em palavras que expressam apenas sons em termos de sentido mais amplo, como um verbo. A partir disso, podemos inferir que esse tipo de neologismo é pautado na oralidade e na informalidade.
Lembrando que a onomatopeia em si já é uma alteração do som original que ela pretende descrever. Veja alguns exemplos: tchurma, tique-taque, miau, capritcho, zunzum, todxs, cocoricó, clique, puf!, crum!, miar, piar, tibum, chuá, cataplaft, etc.
Neologismo sintático
Esse é formado a partir de processo de derivação ou de composição, como: justaposição, aglutinação, prefixação, sufixação e abreviação. Além deles, também estão incluídos nesse tipo as palavras criadas a partir de siglas.
Esse processo costuma alterar o significado original das palavras e expressões utilizadas para formar uma nova. Isso pode acontecer apenas no âmbito da palavra, como também pode incluir toda a estrutura de uma expressão com mais de um termo.
Essas duas geram mais uma subclassificação dentro do neologismo sintático, então temos: Veja a diferença:
- Neologismo sintático na estrutura da palavra: a partir de um termo já existente criamos outros, associando-o a outros. Como por exemplo: infelizmente, megaloja, multimídia, pré-pago, sem-terra, petista, golaço, orelhão, natureba, papalizando, repeteco, troca-troca, ufólogo, motoca, sofrência, funkeiro, rolezinho etc.
- Neologismo sintático na estrutura do enunciado: é formada por meio da junção de dois ou mais termos para formar sentido. Como no exemplo a seguir, onde a expressão “levar um bolo” significa que a pessoa não compareceu a um evento previamente combinado com alguém: Depois de três horas de espera, percebi que tinha levado um bolo.
Neologismo por empréstimo
Neste caso, a palavra ou expressão é tomada de empréstimo de outro idioma. Esse termo pode ser escrito como na língua estrangeira, traduzida ao pé da letra ou adaptada ao idioma que se apropriou dela.
No Brasil, damos à essa adaptação do vocábulo à nossas regras lexicais o nome de aportuguesamento. Existe um debate acerca da diferença entre o neologismo por empréstimo e o estrangeirismo, que veremos mais adiante.
Alguns exemplos de neologismos por empréstimo que temos são: deletar, on-line, skinhead, futebol, estressado, arranha-céu, laser, escanear, blogue, fast-food, pole position, turnê, handebol, caviar etc.
Neologismo conceitual ou semântico
O grupo dos neologismos conceituais e semânticos é composto por termos ou expressões que já existem no idioma, mas que são atribuídos a eles um novo significado. Em outras palavras ocorre um processo de ressignificação, esse processo é muito comum no uso popular, como em gírias. Veja os exemplos a seguir: quadrado, gato, laranja, mico, grampo, provedor, mala, ficar, barraco, bofe, zebra etc.
Ela fez um gato naquela rede do vizinho!
(nessa sentença o termo “gato” significa uma instalação clandestina para obter serviços de maneira gratuita.)
A última festa que fomos estava legal!
(aqui o termo “legal” quer dizer que foi algo divertido ou bacana, essa aplicação já é naturalizada no português, mas originalmente essa palavra referia-se apenas ao que estava em conformidade com a lei.)
Mamãe ficará uma arara, depois que ela ver o que você fez com as Tupperwares dela.
(aqui o termo “arara” faz referência ao estardalhaço que o animal faz quando está agitado, parecendo que está com raiva)
Neologismo literário
Quando falamos de neologismo literário, estamos a tratar do processo de criação de novas palavras por escritores, compositores de música e poetas. Nesses últimos casos isso ocorre para favorecer o ritmo e a sonoridade do texto produzido. Veja exemplos:
“Neologismo
Beijo pouco, falo menos ainda.
Mas invento palavras
Que traduzem a ternura mais funda
E mais cotidiana.
Inventei, por exemplo, o verbo teadorar.
Intransitivo:
Teadoro, Teodora.”
(Poema de Manuel Bandeira)
“Na brusquidade do gesto instintivo, não pensaram em desenganchar os pés dos estribos”.
(A história d’o Rei Degolado nas Caatingas do Sertão. Ao Sol da Onça Caetana. – Ariano Suassuna)
“café com pão
bolacha não
café com pão
bolacha não
vale quem tem
vale quem tem
vale quem tem
nada vale
quem não tem
nada não vale
nada vale
quem nada
tem
neste vale
nada
vale
nada
vale
quem
não
tem
nada
no
v
a
l
e
TCHIBUM!!”
(Poema Sujo de Ferreira Gullar. O neologismo nesse poema estrutura de acordo com o jogo de palavras vale e tem que dão a ideia de movimento de um trem. Além disso, existe um neologismo semântico que é formado por meio da referência que a estrutura do poema, por meio da decomposição das palavras, fazia à exploração de metais em algumas regiões do estado do Pará.)
Neologismo científico ou técnico
Já o neologismo científico e técnico se baseia na nomeação de novas descobertas, equipamentos, procedimentos, aparelhos e máquinas que são inventadas pelos cientistas, ampliando o vocabulário para essas novas necessidades comunicacionais.
Alguns exemplos de neologismo científico ou técnico são: smartphone, cake designer e cupcake.
Neologismo popular
Como o próprio nome indica, o neologismo popular é aquele que é criado pelos falantes do idioma. Os novos termos e expressões são formados nas conversas espontâneas do dia-a-dia, com o uso frequente de gírias, como ocorre bastante na linguagem virtual.
Essas palavras que surgem na comunicação coloquial de uma comunidade, podendo ocorrer em regionalismos, como é muito comum no Brasil. Alguns exemplos de neologismo popular são: abestado, apê, bisonho, brenha, mané, refri, sextar, sextou.
Neologismo completo e incompleto
Entende-se como neologismo completo, aquele que é totalmente original, seja em relação a forma ou sentido, em outras palavras, são os termos e expressões novas que criamos. Alguns exemplos de neologismo completos: cardápio, necrotério, microfone.
Ao passo que, o neologismo incompleto é composto por vocábulos que já existem na língua, mas que ganham um novo significado. Exemplos de neologismos incompletos: picareta (pessoa desonesta), papudo (que tem papo grande ou pessoa arrogante), gato (desvio ou prolongamento ilegal de um ponto de fornecimento de energia elétrica).
Diferença entre neologismo e estrangeirismo
Para alguns linguistas o estrangeirismo é considerado um vício de linguagem, dado que esse empréstimo linguístico como uma apropriação desnecessária. Porque, pensando bem, já que existe uma palavra equivalente na língua destino, o uso de uma expressão estrangeira é dispensável. Veja esses exemplos abaixo:
Estrangeirismo | Significado |
---|---|
feedback | resposta, retorno |
delivery | entrega |
deadline | prazo |
online | conectado |
performance | desempenho |
pedigree | Linhagem ou raça |
Esse tipo de neologismo tende a ser confundido com o neologismo por empréstimo, e não existe consenso sobre uma necessidade real de fazer uma distinção entre ele e o estrangeirismo. Uma vez que ambos tratam do uso de uma palavra de outro idioma que não possui um equivalente na língua de destino. Um exemplo, caso tomemos o português como idioma de destino, podemos afirmar que não há um termo na nossa língua que corresponda à palavra “laser”.
Por outro lado, existem grupos de linguísticas que encaram esse processo de integração de termos estrangeiros como natural. Uma vez que o avanço tecnológico, o aumento da globalização, a proximidade linguística e assimilação cultural que tem crescido, isso ocorreria de qualquer forma.
Quando os termos não são mantidos na sua forma original, eles passam por processos de adaptação para serem utilizados no idioma de destino, que chamamos de aportuguesamento. Nesse caso, a formação dos neologismos acontece por:
- composição (aglutinação ou justaposição);
- derivação (prefixal, sufixal, parassintética, regressiva e imprópria);
- abreviação;
- combinação;
- intensificação;
- hibridismo; e
- reduplicação.
Alguns exemplos de aportuguesamento e de estrangeirismos incorporados à língua portuguesa temos:
- baguete (baguette);
- balé (ballet);
- bege (beige);
- bibelô (bibelot);
- bufê (buffet);
- buquê (bouquet);
- cabaré (cabaret);
- chauffer;
- crochê (crochet);
- croissant;
- deletar (delete);
- estrogonofe (stroganov);
- futebol (football);
- gafe (gaffe);
- garçom (garçon);
- glacê (glacé);
- guichê (guichet);
- hambúrguer (hamburger);
- leiaute (layout);
- madame;
- maquiagem (maquillage);
- réveillon;
- sutiã (sutien);
- toalete (toilette);
- tricô (tricot);
- xampu (shampoo).
Com o tempo algumas palavras são progressivamente colocadas e incorporadas ao léxico da língua portuguesa, gerando novos neologismos. Veja alguns exemplos já incorporados à língua portuguesa:
Estrangeirismo | Neologismo sintático |
---|---|
hambúrguer | hamburgueria |
pizza | pizzaria |
blog | blogueiro |
marketing | marqueteiro |
futebol | futebolista |
Neologismo e Arcaísmo
Até aqui entendemos que, de modo geral, a função do neologismo está relacionada a uma finalidade comunicativa que ocorre frequentemente, sendo que no primeiro momento alguns termos podem ter uma conotação pejorativa através de palavrões, gírias, ironias, etc.
Mas que com o tempo, podem ser transformadas e ressignificadas, com uma conotação não ofensiva, passando a fazer parte do arcabouço linguístico de um povo, integrando o dicionário e aceito pela linguagem culta.
No movimento contrário do neologismo, que são palavras novas que passam a ser muito usadas pelos falantes, temos o arcaísmo, que representa os vocabulários que caíram em desuso e esquecidos pelos falantes do idioma.
Esses termos ainda continuam integrando os dicionários, mas não são aplicados no cotidiano. Apenas em alguns casos, dependendo da idade ou do nível de conservadorismo linguístico da comunidade do falante, alguns arcaísmos podem continuar fazendo parte do uso corrente da língua.
Um bom exemplo disso são algumas gírias, como “de rocha” que ainda é usada, mas no futuro pode vir a cair em total desuso e ser considerada arcaica, como hoje são várias outras palavras que vamos exemplificar a seguir:
Arcaísmo | Temo atual |
Vossa Mercê | Você |
Assunar | Juntar |
Encartado | Condenado |
Ceroula | Roupa interior, cueca |
Por obséquio | Por favor |
Aposentos | Quartos |
Alcaide | Prefeito |
Boticário | Farmacêutico |
Quiçá | Talvez |
Outrossim | Também |
Apalermado | Bobo |
Acepique | Aperitivo, petisco |
Fuzuê | Confusão |
Sabatina | Prova escolar |
Supimpa | Interessante |
Cáspite | Puxa! Ou Caramba! |
Ameríndio | Índio americano |
Carta régia | Carta de um monarca |
Exemplos de Nologismo
- Laranja: Outro termo equivalente em conotação é a expressão "testa de ferro”. Popularmente, um laranja é uma pessoa que intermedeia, voluntária ou involuntariamente, transações financeiras fraudulentas, emprestando seu nome, documentos ou conta bancária para ocultar a identidade de quem a contrata.
- Dar zebra: Significa que algo não aconteceu como esperado. Esse neologismo vem do jogo do bicho, que dentre os 25 animais que integram o jogo, a zebra não faz parte, desse modo "deu zebra" é um resultado impossível de acontecer. IMPORTANTE: o jogo do bicho é proibido no Brasil.
- Googlar: Devido a expansão tecnológica, essa ferramenta de pesquisa “Google”, na língua portuguesa, se tornou um verbo “googlar” que significa “realizar uma pesquisa no Google”. O termo português foi inspirado no verbo inglês to google, e em 2002 recebeu o título de palavra mais útil pela Sociedade Americana de Dialetos.
- Shippar: Este termo surgir na internet e tem origem na terminação - ship da palavra inglesa relationship, que significa relacionamento. O processo de criação desse termo está relacionado a grupos de fãs de casais da ficção, que torcem para que aqueles personagens fiquem juntos.
Com o tempo, a palavra passou a ser aplicada para pessoas em relacionamento reais. Que passaram a criar outros neologismos, por meio de siglas com os nomes dos casais, como por exemplo: Bruna Marquezine + Neymar = Brumar.
- Deboísmo: Esse neologismo surgiu da expressão “de boa”, que significa estar tranquilo, sossegado, calmo e sem pressa. O termo deboísmo designa uma espécie de teoria filosófica, na qual o principal objetivo dos adeptos é viver sem estresse, numa boa com a vida.
O termo se tornou popular, sobretudo, depois que o movimento passou a ser associado ao bicho preguiça, que é a mascote da corrente filosófica.
- Internetês: Esse neologismo é usado para designar todos os termos utilizados e típicos da linguagem da internet, sobretudo os relacionados às mensagens instantâneas, como WhatsApp e chats.
Uma grande característica dessas palavras é a noção de menor unidade necessária para compreensão de sentido, ou seja, as palavras são reduzidas ao máximo, mas de forma que ainda possamos deduzir seu sentido.
Essa forma de comunicação rápida também pode ser chamada de abreviação, alguns exemplos desse tipo de neologismo são: Kd (cadê – que significa onde), hj (hoje), tb ou tbm (também).
- Militar: Além de fazer referência às forças armadas, esse termo passou também a se referir ao ato de protestar. Derivado do termo “militância”, que é um grupo organizado que defende determinada causa.
Outras variações desse mesmo neologismo é “militou”, que é usado para se referir a um ato uma postura exemplar de uma pessoa, que fez um comentário inteligente e com ampla repercussão nas redes sociais. As vezes pode ter um tom pejorativo.
- Panelaço: O termo panelaço é conhecido como uma forma de protesto onde são utilizados caçarolas, panelas, frigideiras e outros utensílios de cozinha de forma a chamar a atenção para o ruído feito ao bater nesses utensílios.
No Brasil, essa forma de protestar ficou conhecida depois da divulgação da crise econômica na Argentina em 2001, quando foi utilizada pela primeira vez, nos termos espanhóis “cacerolazo” ou “cacerolada”.
Mas somente em 2013 que essa forma de protesto passou a ser usada no Brasil, levando a mídia a usar o termo “panelaço”. Essa forma de protesto ganhou força durante o governo Dilma e tem sido muito popular hoje devido a necessidade de distanciamento social imposto pela pandemia.
- Tuitar: A origem desse neologismo está vinculada a rede social do Twitter, o verbo surgir da “ação de escrever/ publicar conteúdo no Twitter”.
- Uberização: Derivação do nome do aplicativo de transportes Uber. A palavra é usada para descrever a mudança nas relações de trabalho, como trabalhos mais informais, flexíveis e por demanda, assim como no aplicativo Uber.
- Gordofobia: Formado a partir da junção do adjetivo “gordo” e “fobia” (aversão), esse neologismo dá nome ao preconceito e os tipos de violência contra pessoas gordas ou obesas. Esse mesmo processo de formação deu origem a outros termos como: transfobia, lesbofobia, bifobia e lgbtfobia.
- Curtida: Vinculado a linguagem das redes sociais da internet, esse termo surgiu vinculado ao “curtir” que temos em mídias como Instagram e Youtube, que significa o ato de gostar, geralmente, de uma publicação nas redes sociais.
Vídeos sobre neologismo
Morfologia básica – Neologismo/ Estrangeirismo – Processos de Formação de Palavras
Nesta vídeo-aula, a professora Larissa fala do processo de formação de novos termos e palavras, que entendemos por neologismo ligado ao estrangeirismo, de acordo abordagem do gramático José Carlos de Azeredo (2008).
Uso de Palavras Estrangeiras | Professora Teresa Cristina
Algo muito importante, para o qual a professora Teresa chama nossa atenção, a respeito da grafia (forma de escrever) neologismos de empréstimo e estrangeirismos. Porque cada tipo de palavra vai requerer um cuidado e atenção especial na hora de ser usado em alguma produção textual. Vamos aprender?
Neologismo - maratonar
O professor Prosa Júnior esmiuça da sua origem até o uso mais recente do termo “maratona” ou “maratonar”. Mostrando como esse termo foi criado e foi ressignificado ao longo do tempo para adaptar-se às necessidades comunicacionais. Vale a pena conferir!