O mês de novembro terminou com chuvas intensas na maior parte do país. Nesse sentido, os primeiros dias de dezembro também foram de chuvas com acumulados em praticamente todas as regiões do Brasil.
Um dos fenômenos responsáveis pela frequência de chuvas no Brasil é o La Niña. Este evento natural produz um resfriamento em grande escala das águas superficiais oceânicas nas partes central e leste do Pacífico equatorial, além de outras mudanças na circulação atmosférica tropical, como ventos, pressão e as precipitações.
Geralmente tem efeitos sobre o tempo e o clima contrários aos do El Niño, que é a fase quente. Ambos são fases opostas de um padrão climático chamado El Niño-Oscilação Sul (ENSO).
La Niña ocorre pelo 3º ano consecutivo
Desde setembro, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) alertou sobre o prolongamento do fenômeno La Niña que deve continuar pelo terceiro ano seguido. No entanto, este é um evento/fenômeno climático, não uma onda tropical em si.
O La Niña ocorre quando os ventos alísios são muito fortes e se reforça a elevação das águas frias profundas na zona equatorial, o que faz com que a temperatura do mar fique abaixo do normal.
Com o La Niña, o que pode ser comum é que ocorra em episódio duplo. No entanto, é a primeira vez que um episódio triplo do fenômeno ocorre neste século.
No Brasil, sua influência pode ficar maior com o início do verão, especialmente no Norte e Nordeste do país.
Previsão do tempo para dezembro no Brasil
Além do La Niña, outros fenômenos também estão relacionados aos indíces de precipitação do Brasil, como a Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) e o Vórtice Ciclônico em Altos Níveis (VCAN). Veja abaixo a previsão do tempo divulgada pelo Inmet para cada região do país no mês de dezembro.
Sul
Ao longo deste mês, a chuva segue de forma irregular na Região Sul. Assim, no Rio Grande do Sul, no oeste de Santa Catarina e também no sudoeste do Paraná a tendência é que os volumes fiquem abaixo da média. Com relação à temperatura, a previsão do Inmet é de que as temperaturas mínimas fiquem abaixo dos 12°C em partes desses estados.
Sudeste
No entanto, a chuva deve ficar acima da média na Região Sudeste. Os maiores acumulados de precipitação podem atingir o litoral de São Paulo, o norte e o leste de Minas Gerais, o norte e o litoral do Rio De Janeiro e o Espírito Santo.
Centro-Oeste
Áreas de instabilidade aliadas a formação de um corredor de umidade provocam a ocorrência de chuva na Região Centro-Oeste, no centro-norte do Mato Grosso e Goiás, incluindo o Distrito Federal. Nessa Região, as temperaturas devem ser maiores que 30°C, podendo ultrapassar os 36°C em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Nordeste
Por outro lado, a previsão é de tempo seco nas áreas do MATOPIBA (região que abrange os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), o que pode impactar negativamente na colheita das safras de soja, milho e algodão (safra de grãos 2022/2023). Além disso, a presença da massa de ar quente e úmido irão manter as temperaturas elevadas, com média de 30°C em diversos Estados.
Norte
A maior parte do Norte do país terá acumulados de chuva próximos da média ou acima, além do tempo abafado por todo o mês de dezembro. Isso se deve ao posicionamento da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) e dos corredores de umidade que influenciam essas áreas e provocando o aumento de nuvens carregadas. Além do tempo abafado, as temperaturas devem ficar acima da média de 30°C na maior parte da Região.