O Censo 2022 já foi iniciado no Brasil. Contudo, pode estar comprometido em razão de pagamentos em atraso e falta de condições dignas de trabalho. Servidores temporários contratados pelo IBGE, ameaçam entrar em greve e paralisar as atividades no dia 1º de setembro.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística contratou pouco mais de 180 mil recenseadores para visitar cerca de 75 milhões de domicílios nas 5.570 cidades brasileiras. O trabalho na rua começou no dia 1º de agosto, que deve perdurar até novembro.
A greve está sendo convocada pela União dos Recenseadores do Brasil, um grupo criado para representar a categoria de trabalhadores temporários. Por meio de carta encaminhada ao presidente do IBGE, a entidade informou que a “falta de regularidade no pagamento está comprometendo e execução do serviço”.
Censo 2022: servidores do IBGE vão entrar em greve?
Nas ruas há pouco mais de 20 dias para realizar o Censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), após dois anos de atraso, os servidores contratados ameaçam realizar greve. Entre os recenseadores, há milhares de desistências e dificuldade para contratar novos trabalhadores.
O déficit de pessoal nessa função prejudica o andamento da coleta, que está abaixo da média nacional em estados do Sudeste, Sul e Centro-Oeste. Essas são, justamente, as regiões onde o percentual de recenseadores contratados em relação ao número de vagas disponíveis é o menor.
O IBGE atribui a dificuldade de contratar os profissionais às menores taxas de desemprego nessas regiões. Segundo o Instituto, os pagamentos aos recenseadores já foram regularizados em sua ampla maioria e as demandas residuais estão sendo resolvidas caso a caso. Conforme o representante da categoria em Salvador, Lucas Ferreira, os três principais problemas enfrentados pelos recenseadores correspondem a:
- Atrasos nos repasses do auxílio-deslocamento;
- Demora no pagamento por setores já concluídos pelos recenseadores; e
- Atraso do pagamento na remuneração referente ao período de treinamento.
Os recenseadores também afirmam que falta clareza com relação à remuneração, já que é variável, dependendo do número de entrevistas e horas trabalhadas. Ao longo da última terça-feira, 23 de agosto, chamados para greve passaram a ser realizados em redes sociais em diversos outros Estados, a exemplo de São Paulo e Rio de Janeiro, onde há previsão de protestos no dia 1º de setembro.
Censo 2022: primeira pesquisa após 12 anos
O levantamento nacional deve abranger cerca de 70 milhões de domicílios em municípios de todo o país. Segundo o edital, Recenseadores vão atuar no período de três meses realizando entrevistas. Ou seja, entre os meses de agosto a outubro, esses servidores visitarão as casas dos brasileiros para a coleta de informações.
Já os Agente Censitários serão contratos pelo período de cinco meses, desenvolvendo suas atividades entre agosto e dezembro. Grande parte do trabalho consiste em supervisionar e auxiliar os Recenseadores. Durante o Censo Demográfico do IBGE 2022, todos os contratados deverão usar:
- Boné e colete na cor azul, com a logomarca do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística;
- Crachá de identificação, que deve ter foto, número de matrícula e número de identidade do servidor;
- Dispositivo Móvel de Coleta, parecido com smartphone, na cor azul;
- Máscara facial, conforme o protocolo de segurança contra a COVID-19.
Tendo em vista que a pandemia ainda está ativa, Recenseadores e Agentes devem manter o distanciamento social na hora das entrevistas, e proceder com a higienização das mãos e equipamentos com álcool em gel. O IBGE disponibilizou ainda outros dois formatos do Censo para quem preferir: pela internet ou por telefone.
Dúvidas e problemas podem ser resolvidos pelos canais de atendimento disponibilizados pelo órgão.