O Ministério da Educação (MEC) divulgou as alterações no Exame Nacional do Ensino Médio durante coletiva de imprensa em março. No entanto, a atualização da prova não será implementada de forma imediata. A previsão é de que as mudanças do novo Enem entrem em vigor a partir de 2024.
Isso porque o modelo atualizado da avaliação foi criado para acompanhar as novidades da nova grade curricular do Ensino Médio. Em 2022, apenas os alunos do 1° ano estão dentro da nova estrutura escolar. Em 2024, esses irão compor as turmas de 3° ano já aptas a realizar o exame para conseguir uma vaga na universidade.
“O Enem precisa acompanhar a evolução da educação brasileira, as avaliações internacionais e a reforma do ensino médio”, disse o ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro.
O Grupo de Trabalho (GT) que está elaborando o novo formato da prova é composto pelo MEC, Conselho Nacional de Educação (CNE) e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
Veja as mudanças do novo Enem
As diretrizes com todas as alterações da prova devem ser divulgadas ainda em 2022 para que os estudantes e professores saibam lidar com o novo exame. Mas a atualização só será colocada em prática em 2024, mesmo ano em que a implantação do novo Ensino Médio será finalizada.
As principais mudanças do novo Enem são:
- Etapas e questões: atualmente, a prova é dividida em dois domingos, cada um com 45 questões e uma redação no primeiro dia. O novo formato terá duas etapas, sendo a primeira com posta por questões interdisciplinares de raciocínio e argumentação para todos os estudantes. A segunda fase será focada na área escolhida pelo aluno, fazendo referência aos itinerários formativos;
- Parte discursiva: no modelo atual, a avaliação só tem uma parte discursiva que é a redação. No novo Enem, além do texto, os estudantes também contarão com questões discursivas na primeira fase do exame;
- Teoria de Resposta ao Item (TRI): como as questões do Enem são todas objetivas, a correção é feita por um algoritmo. O TRI verifica o nível de dificuldade, com base nas questões do banco de dados, e pesa o acerto. Já no caso da prova atualizada, com as questões discursivas, será necessário implantar um novo sistema de correção.
“A mensagem final que trazemos é que o novo Enem valorizará ainda mais a capacidade de reflexão. O modelo aqui apresentado contempla a flexibilidade curricular, permitindo que as aptidões e as escolhas de nossos jovens sejam consideradas”, pontuou Milton Ribeiro.