O mundo animal é muito interessante. Cada grupo de espécies possui características únicas que, para eles, são naturais e fazem parte de sua dinâmica ecológica.
Para nós, essas características são fascinantes e nunca deixam de nos surpreender, como a capacidade de alguns animais de emitir luz, como os vaga-lumes.
Sabemos que estes insetos brilham para encontrar um parceiro. Eles fazem isso por meio de um órgão especial no abdômen.
Cada espécie tem seu próprio ritmo e cor de luz. Mas agora a ciência usou a genética para explicar esse fenômeno nos vaga-lumes.
Por que os vaga-lumes brilham?
Cientistas da Universidade Agrícola de Huazhong, na China, fizeram um estudo sobre a genética por trás da bioluminescência em uma espécie aquática chamada de vaga-lumes Aquatica leii, encontrado em arrozais do país.
Tanto os machos quanto as fêmeas de A. leii possuem órgãos de luz, mas em diferentes partes do abdômen.
A equipe de pesquisa se concentrou em oito genes que controlam a posição das células durante o desenvolvimento embrionário, alguns dos quais também são importantes para a formação do órgão luminoso.
Eles queriam entender como esses genes controlam a posição do órgão de luz e como a luz é realmente produzida.
A produção de luz envolve a enzima luciferase, que precisa ser ativada e transportada para o local correto.
O estudo descobriu que um fator de transcrição chamado AlABD-B é essencial para o desenvolvimento do órgão de luz.
Ele interage com outro fator de transcrição, AlUNC-4, para ativar o gene AlLuc1, que por sua vez produz luciferase. Outros genes também estão associados ao controle do flash de luz.
A investigação também mostrou que a luciferase interage com os peroxissomos, organelas celulares importantes para a produção de luz. Sem ela, os vaga-lumes não podem produzir sua exibição luminosa.
Estudos como este nos ajudam a entender melhor a bioluminescência nestes insetos e como ela é usada para comunicação e reprodução.
Curiosidades sobre os vaga-lumes
- Os vaga-lumes são insetos que vivem em áreas úmidas. Eles pertencem à família dos lampirídeos, que reúne aproximadamente 2.000 espécies;
- Eles têm um órgão fosforescente na parte inferior do abdômen que lhes permite brilhar no escuro;
- As células do abdômen dos vaga-lumes também possuem ácido úrico que difunde a luz;
- Dependendo da espécie, os vaga-lumes emitem luz amarela, branca, vermelha ou verde clara;
- Sua luz é a mais eficiente da natureza, pois é totalmente cintilante;
- Para regular sua luminosidade, os estes insetos controlam o ar que entra em seu abdômen;
- Eles usam sua luz para assustar predadores, atrair borboletas, cupins ou formigas e para acasalar;
- Os machos procuram uma companheira voando e emitindo flashes de uma forma particular, por sua vez, as fêmeas respondem com outros tipos de flashes;
- As fêmeas não têm asas e não conseguem se movimentar muito. Elas param de se desenvolver após se tornarem larvas;
- As fêmeas depositam de 50 a 150 ovos fertilizados sob a superfície do solo ou na casca das árvores. Os ovos são incubados por três ou quatro semanas e então emergem como larvas;
- Os vaga-lumes vivem apenas cerca de dois anos;
- O princípio do acendimento dos vaga-lumes é atualmente aplicado em microbiologia, engenharia genética, biotecnologia e medicina.