Por que os EUA gostam de gelo na bebida – e os britânicos não?

Descubra como surgiu esse hábito em relação às bebidas e o que essa cultura conta sobre a história de cada país.

A forma com que as pessoas consomem suas bebidas diz muito sobre a cultura de uma comunidade e seus hábitos. Neste contexto, você sabe por que os EUA gostam de gelo na bebida, mas os britânicos não?

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Mais do que um mero detalhe, essa tradição remonta eventos do século XIX e diferenças significativas nos costumes que se mantém até os dias atuais. Entenda mais a seguir e aprenda sobre história e cultura global nesse artigo.

Por que os estadunidenses gostam de gelo na bebida e os britânicos não?

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No geral, os norte-americanos costumam encher seus copos de gelo até a boca antes de colocar a bebida. Isso acontece com refrigerantes, drinks alcoólicos e até água em restaurantes.

Por outro lado, os britânicos estão acostumados a servir água da torneira quente e tomar dessa forma mesmo. Até os coquetéis que são gelados vem com pouco gelo quando em comparação com o hábito dos Estados Unidos.

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Esse costume surgiu no século XIX, porque nessa época já era comum que as casas dos estadunidenses tivessem geladeira. Isso porque havia gelo aos montes na região da América do Norte e do Canadá.

Porém, não acontecia o mesmo na Grã-Bretanha. Sendo assim, o gelo precisava ser retirado da América do Norte e viajar o Oceano Atlântico para chegar às lojas de conveniência dos britânicos, com preços muito altos.

Por conta dessa situação, colocar gelo nas bebidas virou um símbolo de status para a elite britânica, pois eram os únicos que conseguiam bancar esse produto. Alguns até mesmo adicionavam gelo ao champanhe.

Apesar disso, como o gelo era um produto muito caro, essa tendência acabou desaparecendo. E mesmo quando as caixas de gelo e outros produtos similares começaram a surgir na região, os britânicos nunca colocaram nas bebidas.

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Quais são as outras teorias?

Para além do panorama histórico dessa questão, existem várias teorias sobre o porquê dessa cultura ter se estabelecido de forma permanente. Mesmo com a chegada das geladeiras na Grã-Bretenha, pouca coisa mudou.

Para o especialista em bebidas Henry Jeffreys em seu artigo no The Guardian, a dispensa do gelo para os britânicos está relacionada com o clima. Como o país não vive verões escaldantes, não é preciso adicionar gelo às bebidas para refrescar.

Por outro lado, a editora Lisa Bramen especulou em seu artigo para o Smithsonian que o motivo pode estar relacionado com a disposição do espaço e mentalidade dos europeus. Ou seja, vai além da disponibilidade de gelo.

Para a autora, os europeus veem o gelo como um produto que ocupa um espaço valioso no copo. Assim, poderiam encher com mais bebida e aproveitar mais o líquido, já que a ausência do gelo mantém um mesmo volume.

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Em contrapartida, os americanos tem uma mentalidade de que mais é mais, de opulência. Por isso, é sempre muito gelo e muita bebida, até transbordar o copo em algumas situações.

O que mais conta a história?

Curiosamente, a mercantilização do gelo no século XIX aconteceu por conta de Frederic Tudor, conhecido como o Rei do Gelo. Esse título, e sua riqueza, partiu do trabalho de transporte de gelo dos lados congelados a regiões distantes.

Na época, ele atravessava com o gelo dos lagos congelados da Nova Inglaterra para locais como Caraíbas, Novas Orleãs e até mesmo a Índia. Nesse processo, começou a difundir o uso de gelo ao redor do mundo, e enriqueceu assim.

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