Durante muitos anos a enciclopédia Barsa foi um método de pesquisa bastante usado por milhões de alunos brasileiros que precisavam fazer trabalhos escolares e acadêmicos sobre assuntos variados.
Anterior à internet, a coleção da Barsa possuía 18 volumes, que iam da letra A até a Z, e contava com 130 mil verbetes. Os livros acumulavam tudo o que havia de mais importante em questão de conteúdo direcionado para várias áreas do conhecimento.
A publicação teve início em 1964, um pouco antes do Golpe Militar. A última edição da Barsa foi publicada em 2014, exatos 50 anos após seu lançamento. As enciclopédias possuíam textos de diferentes áreas, como história, política, cultura, ciência, tecnologia e outras.
História da Barsa
A Barsa é uma criação da editora Britannica, que na década de 1960 queria fazer uma versão em português do conteúdo. Mas a versão brasileira não deveria ser apenas uma tradução de outras enciclopédias em idiomas diferentes.
Sendo assim, a editora Dorita Barret de Sá Putch ficou encarregada da missão de conceber uma enciclopédia naturalmente brasileira e, para isso, contou com a ajuda do jornalista e escritor Antônio Callado, escolhido para chefiar a equipe da nova publicação.
A reputação do jornalista Antônio Callado permitiu que ele pudesse convidar nomes de peso da cultura brasileira para falar dos verbetes em uma forma argumentativa e não somente informativa.
Dessa forma, participaram da Barsa o arquiteto Oscar Niemeyer, que escreveu sobre Brasília; assim como coube ao historiador Sérgio Buarque de Holanda falar sobre São Paulo. Por outro lado, Jorge Amado falou sobre o cacau, enquanto o sociólogo Gilberto Freyre escreveu um texto sobre o estado de Pernambuco. Outra participante da nova publicação, a escritora Rachel de Queiroz escreveu o verbete Ceará.
Nesse período em que a Barsa estava nascendo, a publicação também contava com um time de redatores fixos. Os colaboradores vinham da recém-graduação pela Universidade do Brasil, conhecida depois por Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Pontifícia Universidade Católica do Rio (PUC-Rio).
A primeira edição da Barsa teve lançamento em 1964 e se esgotou em apenas oito meses. Por mais de 50 anos a coleção com 18 volumes e mais de 6 mil páginas foi o principal meio de pesquisa para diversas gerações de estudantes brasileiros.
Os bons anos da Barsa
A enciclopédia Barsa foi criada na década de 1960, pela filha de um dos donos da Britannica, Dorita Barret, que se naturalizou brasileira e veio morar com o marido Alfredo de Almeida Sá. O nome Barsa, inclusive, é a união de BAR (de Barret) e Sa (do nome do marido, de Sá).
Quando foi publicada, em 1964, a tiragem de 45 mil exemplares da Barsa se esgotou em oito meses, confirmando o enorme sucesso que seria a coleção. O ano de 1990 registrou o auge de leitores, com 120 mil coleções da Barsa vendidas no Brasil. Em 2010, o número de vendas foi de apenas 8 mil.
Todavia, quando a Barsa registrou esse enorme sucesso de vendas, seu alto valor permitiu que famílias brasileiras parcelassem a compra da enciclopédia, que a essa altura havia se tornado item indispensável em vários lares brasileiros.
Uma coleção de 18 volumes e mais de 6 mil páginas custava cerca de R$ 12 mil e R$ 14mil, com valores corrigidos para os dias de hoje. Esse preço foi registrado entre o ano da publicação, 1964, e o fim dos anos 1970.
Era digital
A editora Britannica anunciou, há cerca de seis anos, que iria encerrar o processo da edição impressa da Barsa. Pensou-se que a coleção estaria com os dias contados e que a preferência seria pela pesquisa em meios digitais, entretanto a Barsa continua com a sua versão em papel.
A versão online da Barsa foi disponibilizada para assinantes que contam com atualizações contínuas. A Barsa digital também conta com recursos interativos para os assinantes que desejam usar essa versão.
Nesse sentido, o conteúdo digital é preparado por uma equipe com cerca de 40 colaboradores, que fazem a revisão de textos e abastecem o conteúdo com a criação de novos verbetes relacionados a assuntos contemporâneos.
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