(CESPE - 2019 - PRF - Policial Rodoviário Federal) -
1 A vida humana só viceja sob algum tipo de luz, depreferência a do sol, tão óbvia quanto essencial. Somosanimais diurnos, por mais que boêmios da pá virada e4 vampiros em geral discordem dessa afirmativa. Poucasvezes a gente pensa nisso, do mesmo jeito que devem serpoucas as pessoas que acordam se sentindo primatas,7 mamíferos ou terráqueos, outros rótulos que nos cabem porforça da natureza das coisas.A humanidade continua se aperfeiçoando na arte de10 afastar as trevas noturnas de todo hábitat humano. Luz soapara muitos como sinônimo de civilização, e pode-seobservar do espaço o mapa das desigualdades econômicas13 mundiais desenhado na banda noturna do planeta. Aparcela ocidental do hemisfério norte é, de longe, a maisiluminada.16 Dispor de tanta luz assim, porém, tem um custoambiental muito alto, avisam os cientistas. Nos humanos, oexcesso de luz urbana que se infiltra no ambiente no qual19 dormimos pode reduzir drasticamente os níveis demelatonina, que regula o nosso ciclo de sono-vigília.Mesmo assim, sinto uma alegria quase infantil22 quando vejo se acenderem as luzes da cidade. E repito paramim mesmo a pergunta que me faço desde que meconheço por gente: quem é o responsável por acender as25 luzes da cidade? O mais plausível é imaginar que essatarefa caiba a sensores fotoelétricos espalhados pelosbairros. Mas e antes dos sensores, como é que se fazia?28 Imagino que algum funcionário trepava na antena mais altano topo do maior arranha-céu e, ao constatar a falência daluz solar, acionava um interruptor, e a cidade toda se31 iluminava.Não consigo pensar em um cargo público maisempolgante que o desse homem. Claro que o cargo, se34 existia, já foi extinto, e o homem da luz já deve ter setransferido para o mundo das trevas eternas.Reinaldo Moraes. “Luz! Mais luz”. Internet: <www.nexojornal.com.br> (com adaptações)
No que se refere aos sentidos e às construções linguísticas do texto precedente, julgue o item a seguir.
A correção gramatical e os sentidos do texto seriam mantidos caso se suprimisse o trecho “é que”, em “como é que se fazia” (ℓ.27).
(CESPE - 2004 - Polícia Federal - Agente da Polícia Federal) -
Perito, com orgulho
Ben Hur, um senhor de aspecto venerando, prepara-se para comemorar os seus 86 anos de vida. Homem grande e de olhar calmo, perito aposentado da Polícia Federal, é um perito à moda antiga: entrou para a Polícia Federal em 1955, após um curso ministrado pelo PCF Villanova (hoje, uma referência para os profissionais da área). Foram 71 anos dedicados ao serviço público, pois antes trabalhou como guarda civil patrulhando o trânsito em uma motocicleta. Uma de suas memórias mais queridas foi ter participado da inauguração de um dos maiores estádios de futebol do mundo - o Maracanã -, em 1950. - A Polícia Federal foi minha casa, minha vida, orgulha-se o perito aposentado. Ele diz ainda que gostava muito do trabalho que realizava: “Fazia com muito amor e respeito”. Das 1.260 perícias realizadas, nenhum laudo cancelado. “Apenas um foi contestado, mas fui ao juiz e expliquei tudo. Deu tudo certo”, afirmou. Ben Hur lembra que as técnicas periciais eram outras. “A perícia no meu tempo era feita à mão. Também não tínhamos máquina fotográfica para auxiliar no trabalho”, disse ele. Entre uma lembrança e outra, não esquece de elogiar seus atuais colegas. “Os peritos sempre foram muito respeitados”. Depois de tantos anos servindo a sociedade, hoje o perito aposentado aproveita seu descanso curtindo os netos, sem nunca deixar de reverenciar a querida esposa, falecida no início da década de 90, a quem ele, até hoje, dedica muito amor e carinho.
Idem, ibidem (com adaptações).
Os fragmentos seguintes, na ordem em que são apresentados, correspondem a reescrituras sucessivas dos parágrafos do texto acima. Julgue-os quanto à correção gramatical e à manutenção das idéias originais.
Por ser uma pessoa muito afetuosa, Ben Hur serviu à sociedade brasileira muitos anos, e agora, aposentado, aproveita o descanso, para cuidar dos netos e lembrar da querida esposa, falecida no início dos anos 90, cujo carinho e amor, até hoje, ele dedica.
(IBADE - 2020 - Prefeitura de Vila Velha - ES - Analista Ambiental) - Assinale a alternativa cuja redação atende aos requisitos de coesão, coerência textual e ortografia da norma culta da língua portuguesa.
(CESPE - 2012 - Polícia Federal - Papiloscopista Policial Federal ) -
1 Imagine que um poder absoluto ou um texto sagrado
declarem que quem roubar ou assaltar será enforcado (ou terá
a mão cortada). Nesse caso, puxar a corda, afiar a faca ou
4 assistir à execução seria simples, pois a responsabilidade moral
do veredicto não estaria conosco. Nas sociedades tradicionais,
em que a punição é decidida por uma autoridade superior a
7 todos, as execuções podem ser públicas: a coletividade festeja
o soberano que se encarregou da justiça — que alívio!
A coisa é mais complicada na modernidade, em que os
10 cidadãos comuns (como você e eu) são a fonte de toda
autoridade jurídica e moral. Hoje, no mundo ocidental,
se alguém é executado, o braço que mata é, em última instância,
13 o dos cidadãos — o nosso. Mesmo que o condenado seja
indiscutivelmente culpado, pairam mil dúvidas. Matar um
condenado à morte não é mais uma festa, pois é difícil celebrar
16 o triunfo de uma moral tecida de perplexidade. As execuções
acontecem em lugares fechados, diante de poucas testemunhas:
há uma espécie de vergonha. Essa discrição é apresentada como
19 um progresso: os povos civilizados não executam seus
condenados nas praças. Mas o dito progresso é, de fato, um
corolário da incerteza ética de nossa cultura.
22 Reprimimos em nós desejos e fantasias que nos
parecem ameaçar o convívio social. Logo, frustrados, zelamos
pela prisão daqueles que não se impõem as mesmas renúncias.
25 Mas a coisa muda quando a pena é radical, pois há o risco de
que a morte do culpado sirva para nos dar a ilusão de liquidar,
com ela, o que há de pior em nós. Nesse caso, a execução do
28 condenado é usada para limpar nossa alma. Em geral, a justiça
sumária é isto: uma pressa em suprimir desejos inconfessáveis
de quem faz justiça. Como psicanalista, apenas gostaria que a
31 morte dos culpados não servisse para exorcizar nossas piores
fantasias — isso, sobretudo, porque o exorcismo seria ilusório.
Contudo é possível que haja crimes hediondos nos quais não
34 reconhecemos nada de nossos desejos reprimidos.
Contardo Calligaris. Terra de ninguém – 101 crônicas. São
Paulo: Publifolha, 2004, p. 94-6 (com adaptações).
Suprimindo-se o emprego de termos característicos da linguagem informal, como o da palavra “coisa” (l.9) e o do trecho “(como você e eu)” (l.10), o primeiro período do segundo parágrafo poderia ser reescrito, com correção gramatical, da seguinte forma: Essa prática social apresenta-se mais complexa na modernidade, onde a autoridade jurídica e moral submete-se à opinião pública.
( VUNESP - 2018 - PC-SP - Investigador de Polícia) - Embora Freud tenha saído __ campo para testar suas ideias, seu método não tinha o mesmo rigor científico atual, em que não basta confirmar ___ hipóteses – é preciso tentar negá-las. Se elas resistirem ___ tentativa de refutação, provisoriamente mantemos nossa crença.
(Galileu, novembro de 2017. Adaptado)
De acordo com a norma-padrão, as lacunas do texto devem ser preenchidas, correta e respectivamente, com:
(DOM CINTRA - 2014 - IF/SE - Economista) - Em todas as alternativas abaixo está presente o conectivo E; o segmento em que esse conectivo apresenta um valor não aditivo, como nos demais, é:
(VUNESP - 2020 - SeMAE - Engenharia Civil) - Leia um trecho do romance “A Madona de Cedro”, de Antonio Callado, para responder à questão.
No primeiro dia no Rio de Janeiro, Delfino Montiel quase se afogou. Ele tinha aprendido a nadar menino ainda no rio das Velhas, na fazenda de seu tio Dilermando. Mas a corrente dos rios é honesta e determinada, vai reta e sempre se disciplina pelas margens. O mar... Ora, quem vai entender o mar? Delfino largou-se para o mar no mesmo dia em que chegara ao Rio. Atravessou a areia e foi entrando no mar numa espécie de exaltação. Queria chorar com aquela frescura de água azul, queria abraçar e beijar o mar. A primeira onda que lhe veio ao encontro, Delfino a recebeu de braços abertos. Ela o derrubou numa cascata de areia e espuma. Ele bebeu água, muita, mas estava embriagado de mar.
Só quando já se achava sentado na areia, arquejante, entre uma súcia de curiosos, é que Delfino compreendeu que quase tinha morrido afogado. Um dos que o havia salvo era um rapagão simpático que lhe perguntou:
– Você donde é que veio, patrício, de Cabrobó1 ou Caixa Prego2?
– De Congonhas do Campo, respondeu Delfino ingenuamente.
Muita gente riu em torno dele.
– Pois, se você ainda quer rever Congonhas, trate o mar com mais desconfiança.
Enquanto o rapaz se afastava, Delfino notou principalmente o riso de uma menina de cabelos cor de mel. Ele a notou porque a menina não queria exatamente rir, com pena dele que estava, mas sua companheira ria tão à vontade que ela não podia deixar de acompanhá-la.
Com os olhos fitos nela, Delfino a foi acompanhando com a vista enquanto a menina entrava no mar. Viu logo que era uma amiga íntima do mar. Viu-a furar uma primeira onda, ligeira e exata como uma agulha mergulhando na dobra azul de um pano. Quando ela se levantou do mergulho, o cabelo cor de mel estava preto e grudado ao pescoço, preto-esverdeado, como se ela tivesse voltado mais marinha do fundo do mar.
(Record/Altaya. Adaptado)
1Cabrobó é uma cidade pernambucana no sertão do São Francisco.
2Caixa Prego significa lugar muito distante, longínquo.
Considere os trechos do texto.
• Atravessou a areia e foi entrando no mar numa espécie de exaltação. (1° parágrafo)
• Um dos que o havia salvo era um rapagão simpático que lhe perguntou... (2° parágrafo)
Assinale a alternativa que apresenta, correta e respectivamente, termos de sentido oposto aos termos destacados nos trechos do texto.
(IBADE - 2020 - Prefeitura de Vila Velha - ES - Analista Ambiental) - Advérbio é a classe gramatical das palavras que indicam circunstâncias e, com isso, contextualiza o nosso entendimento do que está se querendo expressar ao usar verbos, advérbios ou de adjetivos. Assinale a alternativa cuja frase utiliza o advérbio que corresponde corretamente à classificação que a acompanha.
(INTELECTUS - 2012 - Prefeitura de Rio do Sul/SC - Arquiteto) - O substantivo coletivo CHOLDRA exprime um conjunto de:
O perito aposentado afirmou, vaidosamente, que a Polícia Federal era a sua casa, a sua vida, e que apreciava muito da atividade que realizava com amor e respeito. Não teve cancelado sequer um dos mil, duzentos e sessenta laudos periciais realizados; apenas uma vez foi contestado, mas ele foi ao juiz e explicou tudo, saindo vitorioso ao final.