Embora não haja exatidão sobre a data, o jaleco branco chegou à profissão de Medicina no final do século XIX para sanar a má reputação que antecedeu o médico no passado, quando esse era acusado de “espalhar” epidemias.
Atualmente, o jaleco branco continua sendo um ícone científico, sendo muito utilizado em hospitais e laboratórios. Mesmo no ambiente acadêmico, os alunos são obrigados a tê-los para as aulas práticas.
Mas, afinal, o jaleco pode ser usado pelos profissionais da saúde fora do trabalho? Saiba mais a seguir.
O que a lei diz sobre isso?
Apesar do fato de que em muitos estados brasileiros a Lei estabelece que nenhum de seus profissionais de saúde, incluindo médicos, enfermeiros ou auxiliares, deva deixar o local de trabalho em traje profissional típico, não é incomum ver profissionais usando jalecos em restaurantes ou estabelecimentos localizados nas imediações do hospital.
A saber, o Rio de Janeiro (lei nº 8626/19), São Paulo (Lei nº 14466/11) e Minas Gerais (Lei nº 21.450/14), entre outros, possuem leis específicas que proíbem o uso do jaleco fora do ambiente de trabalho. Quem contrariar esta norma pode receber multa, podendo chegar ao dobro, em caso de reincidência.
Riscos de usar o jaleco fora do trabalho
Se o risco de transmissão de determinados microrganismos já é alto dentro do próprio hospital devido ao simples contato com determinados pacientes, essas possibilidades aumentam exponencialmente se o profissional usar o jaleco fora do local de trabalho.
Inclusive, um estudo já provou que essa prática pode expor os pacientes a infecções bacterianas resistentes a antibióticos. Em suma, pesquisadores do Shaare Zedek Medical Center, em Jerusalém, cultivaram três manchas nos uniformes de 75 enfermeiras e 60 médicos que trabalhavam em um hospital de 550 leitos.
Patógenos potenciais (também conhecidos como agentes infecciosos ou germes) foram encontrados em 63% dos uniformes, e bactérias resistentes a antibióticos foram encontradas em amostras de 14% dos uniformes das enfermeiras e 6% dos uniformes dos médicos.
Oito dessas culturas cresceram Staphylococcus aureus resistente à meticilina, mais conhecida pelas siglas SARM ou MRSA ou ORSA. Não foram encontradas diferenças substanciais entre uniformes de médicos e enfermeiros ou entre funcionários de departamentos médicos e cirúrgicos.
No entanto, a taxa de contaminação com patógenos resistentes a antibióticos foi maior em roupas trocadas a cada dois dias do que diariamente. A pesquisa foi publicada no American Journal of Infection Control.
Quais cuidados é preciso ter com o jaleco?
Trabalhando na área da saúde, é importante cuidar da sua higiene pessoal e profissional, o que inclui também cuidar e manter limpas as suas roupas de trabalho.
Um jaleco sempre limpo não é apenas uma boa imagem para o profissional da saúde, mas também transmite confiança ao paciente, profissionalismo, seriedade e acima de tudo, cumprimento dos protocolos de higiene e segurança.
Por fim, não usá-lo fora do ambiente de trabalho, contribui para evitar contaminação e propagação de germes e bactérias perigosas, resistentes à antibióticos.