Buraco negro supermassivo maior que o Sol é descoberto

Localizado a 2,7 bilhões de anos-luz da Terra, este buraco negro é um dos maiores já detectados pelos cientistas.

Um dos maiores buracos negros já descobertos revelou-se ainda mais massivo do que se pensava, pois os efeitos de sua gravidade na luz permitiram aos astrônomos medir com precisão sua massa e, portanto, seu tamanho real. Segundo astrônomos da Universidade de Durham (Reino Unido), o buraco negro supermassivo se encontra no coração de uma galáxia elíptica (Abell 1201 BCG).

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Neste caso, e como costuma acontecer com a detecção de buracos negros em astronomia, a observação não foi direta, mas sim através do efeito da sua gravidade sobre a luz de outra galáxia situada muito atrás dela. A enorme massa desses fenômenos consegue desviar a luz e age como uma lente, daí o nome ‘lentes gravitacionais’.

Felizmente, não temos que nos preocupar, pois, na verdade, a distância entre esse objeto e o planeta Terra nos mantém seguros, já que equivale a 100 mil vezes a distância entre o nosso planeta e o centro da Via-Láctea.

Como o buraco negro supermassivo foi descoberto?

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Os astrônomos da Universidade de Durham fizeram sua descoberta com a ajuda da supercomputação DiRAC COSMA8, criando centenas e milhares de simulações de luz viajando pelo universo e conseguindo combinar um modelo com um caminho real que havia sido capturado pelo Telescópio Espacial Hubble da NASA. O relatório foi publicado na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.

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A abundância de matéria no aglomerado Abell 1201 causou uma distorção do espaço-tempo, aproximando os objetos atrás dele, como uma lupa cósmica. Modelos matemáticos foram usados ​​para simular a quantidade de luz curvada ao redor da galáxia em primeiro plano, onde reside o buraco supermassivo. Testando milhares de tamanhos de buracos negros, eles finalmente chegaram a uma solução que correspondia às observações, um total de 32,7 bilhões de massas solares.

É o primeiro buraco negro encontrado usando essa técnica, mas lentes gravitacionais já foram usadas antes para sondar o espaço da Terra, permitindo a exploração de supernovas, galáxias distantes em colisão e a busca de outros buracos negros. A microlente gravitacional foi colocada em prática para espionar objetos menores distantes, como uma única estrela.

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Neste caso, as lentes gravitacionais, que usam uma galáxia em primeiro plano para dobrar a luz de um objeto distante e ampliá-la, não só permitiram aos cientistas medir o buraco negro supermassivo, mas abrem as portas para entender melhor os mistérios desses objetos e do espaço ao seu redor.

O que é um buraco negro?

Segundo a NASA, trata-se de um objeto especial cuja atração é tão forte que nada escapa dela, nem mesmo a luz, produzindo uma distorção sobre tudo. Sua formação corresponde ao estágio final de uma estrela massiva que colapsa em seu eixo por falta de combustível. A pressão é tanta que compacta os átomos em um objeto pequeno e denso, o que inevitavelmente resulta no que conhecemos como buraco negro.

Há um número impressionante desses objetos no espaço, mas a menos que eles estejam devorando matéria ativamente, é muito difícil detectá-los. Este tipo de corpo celeste não emite luz por si próprio, pelo contrário, é preciso procurar os efeitos que produzem na matéria que lhes está próxima para os detectar no vasto Universo. Atualmente, o buraco negro mais massivo que conhecemos é o TON 618, que se acredita ter 66 bilhões de massas solares.

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