Propostas defendem redução de jornada para 4 dias semanais; entenda

Com base nos resultados de testes feitos ao redor do mundo, empresas buscam diminuir a carga horária e aumentar a produtividade dos funcionários.

Com a mudança dos hábitos de trabalho ao redor do mundo, a discussão sobre novas propostas que defendem a redução de jornada torna-se cada vez mais comum. Enquanto algumas empresas já adotaram a mudança, buscando aprimorar o bem-estar e a produtividade dos funcionários, no Brasil, o avanço da ideia segue tímido.

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Até o momento, propostas que buscam encurtar a carga horária dos trabalhadores menos drásticas que a jornada de quatro dias não obtiveram sucesso. Os dois projetos em tramitação não registraram avanço até então, mesmo que o modelo tenha se tornado menos atípico desde a pandemia.

Um deles, protocolado 25 anos atrás pelo senador Paulo Paim (PT-RS), implicava em instituir um limite de seis horas diárias de serviço, ou trinta horas semanais. Neste sentido, deveria existir a garantia de que o salário não seria diminuído.

No Brasil, a jornada de trabalho oficial é de oito horas diárias, ou cerca de 44 horas semanais. Antes das novas definições da Constituição de 1988, os trabalhadores precisavam cumprir 48 horas por semana.

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Proposta de redução de jornada

Por outro lado, outra proposta que realmente propunha a redução de jornada, mas não foi juntada ao primeiro projeto, é do deputado Reginaldo Lopes (PT-MG). A alternativa previa um limite de trabalho de oito horas diárias, e no máximo 36 horas por semana.

Enquanto a de Paulo Paim previa a validade da lei no momento em que fosse publicada no Diário Oficial, o deputado Reginaldo Lopes oferecia um prazo maior para adequação, de até 10 anos. Segundo ele, deste modo, a redução poderia preservar e criar empregos de maior qualidade.

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Seja como for, os dois projetos seguem sem avanço na Câmara dos Deputados. O de Paim, por exemplo, está parado na Comissão de Seguridade Social e Família desde 2019. O de Lopes ainda aguarda designação do relator na Comissão de Constituição e Justiça igualmente há três anos.

Benefícios da redução de jornada para 4 dias

Em diversos países ao redor do mundo, testes da jornada reduzida vêm sendo feitos em resposta aos resultados positivos de um experimento do tipo na Islândia.

Entre 2015 e 2019, uma análise feita pela Association for Sustainability and Democracy (Alda) e o think tank Autonomy ficou marcada como o maior projeto-piloto do tipo do mundo até então.

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No teste, 2.500 pessoas participaram de uma experiência onde sua jornada de trabalho foi reduzida para 35 ou 36 horas, sem redução de salário.

De acordo com os resultados, a produtividade dos funcionários permaneceu a mesma, ou até mesmo evoluiu. Os níveis de estresse diminuíram drasticamente, com maior equilíbrio entre a vida pessoal e profissional.

Com base no sucesso do experimento, países como a Bélgica, Grã-Bretanha, Nova Zelândia e Japão também passaram a testar o modelo. Até o momento, os resultados foram animadores.

No Japão, por exemplo, uma ação feita pela Microsoft em 2019 deixou que 2.300 funcionários cumprissem a carga horária até a quinta-feira, deixando a sexta-feira livre. Os dados divulgados foram favoráveis: enquanto a produtividade aumentou 40%, os custos com energia elétrica diminuíram 23%, e a satisfação subiu para 92%.

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