Índice de inflação deve se manter em 6,5%, diz presidente do Banco Central

Durante evento realizado no Chile, presidente do Banco Central afirmou que inflação deve ser de 6,5% em 2022, acima do teto previsto.

Desde o início da pandemia, a inflação vem sendo sentida pelos brasileiros. O aumento nos preços dos alimentos, dos combustíveis e de outros itens e serviços fez com que muitas pessoas se endividassem. Agora, a tendência é de que o índice de inflação se mantenha em 6,5% em 2022.

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A informação foi dada presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, durante um evento da Moneda Asset Management, realizado na cidade de Santiago, no Chile.

Índice de inflação deve se manter em 6,5%

De acordo com Campos Neto, a inflação deverá ser um pouco menor do que era esperado anteriormente. Segundo ele, o Comitê de Política Monetária (Copom) fez uma projeção de 6,8% para 2022. Todavia, ele acredita que o índice de inflação ficará em 6,5%, ou seja, um pouco menor.

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"O núcleo da inflação começa a moderar, nós temos bons sinais, mas não é razão para comemorar ainda. Realmente vemos preços administrados caindo e preços de alimentos mais ou menos estáveis, provavelmente indo um pouco para baixo", pontuou o presidente do BC

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De qualquer forma, o número ainda será bem superior ao que foi determinado pelo Banco Central como meta. O BC tinha expectativa de que a inflação em 2022 ficaria em 3,5%, com tolerância de 5%.

Deflação nos próximos meses

Com a queda do preço dos combustíveis, após a lei que limita o Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS), o Brasil registrou seu primeiro mês de deflação em anos.

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Segundo cálculos feitos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o mês de julho apresentou deflação de 0,68%. De acordo com Campos Neto, a tendência de queda no índice de inflação em 2022 deve durar até setembro, no mínimo.

"Quando nós olhamos para o processo de inflação, esperamos dois ou três meses de deflação. Nós tivemos deflação no mês passado e provavelmente teremos neste mês (agosto). Novamente, bastante impactado pelos preços de energia e pelas medidas (adotadas pelo governo)", disse o presidente do BC.

Ao mesmo tempo, ele reconheceu que o preço dos alimentos continua alto e quase não contou com cortes. Também disse que o valor cobrado pelo setor de serviços aumentou, o que faz com que o índice anual de inflação continue acima da meta do BC.

Por conta disso, ele afirmou que não é um momento de comemoração e que o Banco Central vem atuando em várias áreas para mitigar a inflação. Além disso, o câmbio vem sendo tratado como uma das prioridades após a disparada do dólar em 2021 e 2022.

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Inflação deve afetar salário mínimo ano que vem

salário mínimo, salário devia ser maior

Foto: montagem / Pixabay - Canva PRO

De acordo com a Constituição Federal, o salário mínimo deve ser reajustado conforme a inflação. O objetivo dessa correção é manter o poder de compra do trabalhador. Portanto, em 2023, o piso nacional contará com um reajuste.

Geralmente, o governo federal utiliza o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) como métrica para medir a inflação. O índice é medido pelo IBGE e leva em conta os custos de vida de quem ganha até cinco salários mínimos. No caso, o valor final só será determinado no começo do ano de 2023.

Mesmo assim, na Lei de Diretrizes Orçamentárias, o Congresso previu um piso de R$ 1.294, considerando um percentual de 6,7% na inflação de 2022. Por outro lado, o Ministério da Economia já admite que esse valor pode chegar em R$ 1.302. Como informado, será necessário esperar até janeiro para uma definição.

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