Vícios de linguagem

Quem nunca usou vícios de linguagem? Aquelas palavras que soam repetitivas e redundantes, quase sempre fazem parte do cotidiano das pessoas.

Vício de linguagem é o “fenômeno” que ocorre quando utilizamos palavras ou construções frasais que se desviam da norma culta, fogem às regras. Isso pode tanto ser por falta de atenção, quanto por desconhecimento do significado das palavras ou das expressões construídas, ou ainda por regionalismo.

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Tipos de vícios de linguagem

O tipo mais conhecido dos vícios de linguagem é o pleonasmo vicioso, ou a redundância, que é a repetição desnecessária da ideia. Seguem alguns exemplos:

Vou subir lá em cima.

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Entre para dentro!

Eu encarei de frente.

Baseado em fatos reais.

Duas metades da laranja.

Conheça outros tipos de vícios de linguagem muito comum:

Solecismo

São os erros de sintaxe , podendo afetar a regência, a concordância e a colocação pronominal:

Regência:

Fomos no cinema. (ao cinema)

Sentados na mesa. (à mesa)

Concordância:

Fazem meses. (faz meses)

Haviam muita gente. (havia muita gente)

Colocação pronominal:

Nunca falaram-me desse assunto. (nunca me falaram)

ouvia-se qualquer coisa, menos música boa. (lá se ouvia)

Barbarismo

Ocorre barbarismo quando há erros de acentuação, significação, pontuação, ortografia e flexão.

Acentuação:

Gratuíto (gratuito);

Rúbrica (rubrica).

Significação:

Concertaram meu carro. (consertaram)

Tenho 1,64 de cumprimento. (comprimento)

Pronúncia:

Incrustrar (incrustar);

Pograma (programa).

Ortografia:

Mexas de cabelo. (mechas)

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Eu não sou um mostro. (monstro)

Flexão:

Truxe (trouxe);

Capitões (capitães).

Cacofonia

Cacofonia é quando a pronúncia sugere outra palavra ou não soa apropriada.

Exemplos:

Me dá uma mão (analogia com “me dá um mamão”).

Eu não vi ela (lembra “viela”).

Ambiguidade ou anfibologia

Palavras de duplo sentido ou não muito claras são conhecidas como ambiguidade ou anfibologia.

Exemplos:

A vaca da minha irmã não sai do lugar. (a irmã é uma vaca ou ela é uma vaca?)

A garota revelou ao namorado o seu pai. (a garota revelou o próprio pai ou revelou o pai do namorado?)

Minha mãe levou minha irmã para fazer suas compras. (minha mãe foi fazer compras para ela ou para a minha irmã?)

Eco

Palavras com terminações iguais, que soam semelhantes como em um verso, são chamadas de eco.

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Exemplos:

Quem será a melhor opção no meio de tanta corrupção?

Em instantes, a dor foi maior do que antes.

Colisão

Quando há uma sequência de consoantes iguais ou semelhantes que causam dissonância, dá-se o nome de colisão.

Exemplos:

A manga da minha malha sempre marca.

O rato roeu a roupa do rei de Roma.

Hiato

Sequência de vogais idênticas ou semelhantes que provocam dissonância é chamada de hiato.

Exemplos:

Ou eu ou ele e mais ninguém.

Eduardo o odeia até hoje.

Plebeísmo

Plebeísmo é o uso de expressões populares ou gírias, comumente difundidas, mas que podem indicar falta de instrução.

Exemplos:

Não esculacha, não, parceiro.

Qualé, amigo?

Deu maior treta no colégio.

Vulgarismo

Palavras que fogem do padrão culto, são escritas da mesma forma como são pronunciadas. Ela pode ser classificada como vulgarismo fonético ou morfológico e sintático.

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Exemplo de vulgarismo fonético:

Bora cantá? (vamos cantar?)

Que isso, rapá? (que isso, rapaz?)

Exemplo de vulgarismo morfológico e sintático:

Os cara tão doido. (os caras estão doidos)

dois real, tia. (só dois reais, tia)

Neologismo

Palavras ou expressões criadas ou introduzidas na língua, como a linguagem da internet, verbalização de uma palavra estrangeira ou o uso de palavras existentes, mas com nova conotação.

Para entender isso, vamos subdividir o neologismo em semântico, lexical e sintático.

Neologismo Semântica: a palavra já existente ganha novo significado.

O trabalho deu ruim. (o trabalho deu errado)

Você ainda se presta a esse papelão? (vergonha)

Neologismo lexical: criação de uma palavra.

Hoje eu vou tuitar muito. (Twitter)

Pretendo deletá-lo da minha vida. (eliminá-lo)

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Neologismo sintático: uma combinação de dois termos existentes gerando um novo vocábulo.

A operação-desmonte é uma mentira.

O profeta, em meio à multidão, profetizou.

Estrangeirismo

É o uso de palavras estrangeiras no lugar das palavras equivalentes do nosso português, mas que estão presentes em nosso cotidiano de tal forma que não soa estranho.

Delivery (entrega em domicílio);

Show (espetáculo);

Hacker (invasor de computadores).

Além disso, há muitas palavras que acreditamos ser brasileiras, mas que são derivadas de diversos países.

Alguns outros exemplos de estrangeirismo:

Guitarra, quadrilha (espanholismo);

Cerveja, chope, gás (Germanismo);

Gravata, estepe (eslavismo);

Pipoca, peteca, mirim (tupinismo);

Pagode, xícara, chá (orientalismo);

Macumba, cochilar, samba (africanismo);

Alface, açougue (arabismo);

Bis, index (latinismo);

Futebol, telex, ringue (anglicanismo);

Pizza, ravioli (italianismo).

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Gerundismo

Quando o gerúndio — forma nominal do verbo — deixa de representar uma ação presente para indicar uma ação futura, chamamos de gerundismo.

Vamos estar fazendo isso amanhã. (vamos fazer isso amanhã)

Eu vou estar preparando o material para aula. (eu vou preparar o material para aula)

Arcaísmo

Uso de palavras que estão em desuso.

Vosmecê virá hoje? (você)

Por obséquio, você me ajuda? (Por favor)

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