Ao tentar escrever uma carta ou até mesmo um bilhete quem nunca teve dúvidas quanto a forma correta de separar silabicamente uma palavra? E a diferença entre fonema e letra realmente existe? Para poder entender essas questões é preciso que o conceito de cada um deles fique bem claro e nada melhor de conseguir isso que dando exemplos simples e muito práticos.
O que são sílabas e como é feita a separação silábica?
Qualquer palavra que se possa imaginar é composta por sílabas, ou mesmo por uma única sílaba. Mas, afinal, o que elas são? Na verdade, cada sílaba é um som cuja pronúncia ocorre numa única emissão de voz.
Para ficar mais claro vamos tomar duas palavras como exemplo: macaco e elefante. Se você as pronunciar vagarosamente o som emitido será o seguinte: MA-CA-CO e E-LE-FAN-TE. Quanto mais lenta for à pronúncia mais fácil fica determinar cada sílaba.
Cada palavra pode ser classificada de acordo com a quantidade de sílabas que ela possui. Assim, elas se classificam em:
- Monossílabas – Há apenas uma sílaba que compõe a palavra como é o caso de MÃE, MÃO e PÉ, por exemplo.
- Dissílabas – A palavra é composta apenas por duas sílabas como em FES-TA e GA-TO, por exemplo.
- Trissílabas – A palavra possui três sílabas como em CO-RA-ÇÃO.
- Polissílabas – Nesse caso, a quantidade de sílabas que a palavra possui é igual ou superior a quatro como em E-LE-FAN-TE.
Para fazer sua correta separação é preciso seguir algumas regras existentes na língua portuguesa.
As palavras que possuem os dígrafos xc, xs, sç, sc, ss e rr devem se separar como em CAR-RO, EX-CE-ÇÃO, DES-CER e PÁS-SA-RO.
Se os dígrafos forem qu, gu, lh, nh e ch eles não devem ficar separados. Alguns exemplos são: GUIR-LAN-DA, NI-NHO e QUEI-JO.
Quando se tratar de hiato cada vogal fica em uma sílaba diferente. Por exemplo: JU-Í-ZA e CA-DE-A-DO.
Quando a palavra for um ditongo ou tritongo ela não deve se separar como em: CAI-XA e PA-RA-GUAI.
Nos casos que a palavra tem encontro consonantal nas silabas internas ele precisa ficar separado como em CÍR-CU-LO, AB-DÔ-MEN e AP-TO. A única exceção a essa regra é se a segunda consoante for a letra R ou L como nos exemplos: FLAU-TA e PRA-TO.
O que é fonema e letra?
Cada palavra ao ser pronunciada emite um som que ajuda a diferencia-las. O fonema é justamente esse elemento sonoro e sua escrita é feita entre barras / /. Por exemplo, se você pegar as palavras MANTA e CANTA o fonema que as diferencia é o som das letras M e C.
A troca de um único fonema é capaz de dar lugar a uma palavra totalmente diferente. No exemplo acima, se lermos as duas palavras em voz alta temos que as letras m e c representam sons diferentes. Como essas palavras possuem significados que se diferem e somente existe essa diferença sonora entre elas concluímos que o que promove essa diferença no significado é justamente o contraste desses dois sons.
Cada uma das letras existentes, independente da língua, representa um fonema. Para que não se confunda mais tenha em mente que os fonemas são elementos sonoros enquanto que a letra é a representação gráfica daquele som. Por isso existem palavras que podem conter mais fonemas que letras ou acontecer o inverso, ou seja, ter mais letras que fonema.
Vamos tomar como exemplo a palavra CALHA. Ela possui 5 letras: c, a, l, h, a. Mas seus fonemas são apenas 4: /ke/, /a/, /lhe/, /a/. Entretanto, na palavra TÁXI existem 4 letras: t, a, x, i e 5 fonemas: /te/, /a/, /ke/, /se/, /i/.
No entanto, existem representações que não são perfeitas. Se tomarmos as palavras GALERIA e GINÁSTICA podemos perceber que a letra g representa fonemas diferentes. É justamente isso o que ocorre com GALERIA e GINÁSTICA.
Mas existem fonemas que podem ser representados por letras distintas como é o caso de GINÁSTICA e JILÓ.
Também há palavras que a representação dos fonemas é feita utilizando-se mais de uma letra como em CORRER. Algumas vezes uma única letra pode ser a representação gráfica de dois fonemas como em TÁXI. Existe até letra que não tem fonema como o h da palavra HORA.
Classificação dos fonemas
Na língua portuguesa os fonemas se classificam em vogais, semivogais e consoantes.
Quando a corrente de ar vibra as cordas vocais temos o fonema sonoro. Nas ocasiões que não há essa vibração temos o fonema surdo.
Existem ocasiões que essa corrente de ar é liberada somente pela boca ou de forma parcial pelo nariz. Quando ocorre somente pela boca diz-se que o fonema é oral; mas se for o segundo caso ele é nasal.
Diante disso temos que as vogais são sons que a corrente de ar passa pela boca de forma livre e elas são o núcleo das sílabas.
Mas o que são semivogais? Vimos que as vogais são o núcleo das sílabas. As semivogais não desempenham esse papel e são utilizadas para acompanhar alguma vogal que juntas formarão uma sílaba. Na língua portuguesa existem duas que são /i/ e /u/. Elas são representadas pelas vogais e isso gera algumas dúvidas.
Se prestarmos atenção quando falamos compassadamente alguma palavra é possível perceber que em algumas delas as letras i e u praticamente não são faladas como em PAIS e MAU. Ou seja, o som emitido por elas é muito fraco, pois não são o núcleo da sílaba e por isso são chamadas semivogais.
Mas se pegarmos as palavras PAÍS e BAÚ temos que as letras i e u são bem pronunciadas, são fortes e funcionam como núcleo. Por esse motivo são tidas como vogais.
Para que as consoantes sejam produzidas a corrente de ar esbarra em obstáculos quando passa pela cavidade bucal. Por causa disso elas não atuam como núcleos silábicos já que não possuem essa capacidade.