Como o próprio nome diz, os pronomes representam um nome e assumem sua função sempre que o utilizamos para substituir um substantivo, ou seja, um nome.
Indo além, os pronomes também servem de ponte para referências e acompanhamentos de substantivos. Neste momento, eles adquirem qualidades, valores e classificações diversas. Como? Na linguagem oral e escrita utilizamos os pronomes a todo instante, mesmo sem perceber.
Isso porque eles estão muito presentes no nosso cotidiano. Um exemplo? Ao invés de falar que “Maria tem sede”, podemos substituir o sujeito pelo pronome “ela”. Assim, evitamos a repetição do nome no discurso. Com a mudança, então, a frase ficaria simplesmente: “Ela tem sede”.
Se por acaso não soubéssemos que Maria é o personagem desta frase, e ela não tivesse sido citada anteriormente, ainda assim saberíamos que alguém está com sede e essa pessoa é tratada pelo gênero feminino.
Funções dos Pronomes
Os pronomes podem assumir múltiplas funções, como: substantivos (sujeito, objeto e complemento), adjetivos (que modificam os substantivos) e até de advérbios (como modificadores de verbos e adjetivos).
A escolha do pronome que será utilizado depende do número (singular ou plural) do substantivo representado e do seu gênero (masculino ou feminino); assim como de sua pessoa verbal (primeira, segunda, terceira) e sua função gramatical.
Vejamos mais alguns exemplos da utilização de pronomes para compreender melhor a identidade e o emprego de cada um deles.
- “Eu poderia te contar tudo que vivi, mas não adiantaria de nada”.
Neste caso, foram utilizados dois pronomes na mesma frase. A sentença indica que o sujeito (Eu), dono da oração, fala com outra pessoa diretamente (Te), por isso o pronome é flexionado na primeira e segunda pessoa, respectivamente.
Não é possível saber os gêneros dos interlocutores, mas é certo que se trata de duas pessoas apenas – quem fala e com quem se fala – e por isso os dois pronomes estão no singular.
- “O homem parecia doente. Seu rosto estava abatido, suas vestes sujas… Aquela imagem ainda me assombra”.
Aqui, os pronomes acompanham o substantivo, determinando a extensão de seu significado. O rosto abatido, as vestes sujas, a imagem, são relativas ao homem e estendem características ao sujeito doente.
O interlocutor do discurso, neste caso, fala de uma terceira pessoa, que não está presente, por isso os pronomes são indicados na terceira pessoa,
- O estudo pode nos garantir conhecimento.
Neste exemplo, o pronome faz menção ao substantivo estudo. A pessoa do discurso não fala apenas de si mesma, mas de um coletivo que a inclui, por isso o pronome escolhido é o da terceira pessoa do plural.
Pronomes Substantivos x Pronomes Adjetivos
Enquanto os pronomes substantivos substituem o substantivo em uma oração, os pronomes adjetivos acompanham e atribuem características ao substantivo.
Vejamos alguns exemplos que mostram na prática essas classificações:
- “Ela já está satisfeita.”
O pronome substantivo “ela” assume o lugar de algum nome, cumprindo a função de sujeito da frase. Portanto, é classificado como pronome substantivo.
- “Minha irmã viajou para os Estados Unidos.”
O pronome adjetivo “minha” acompanha o substantivo irmã. Portanto, o pronome é classificado como pronome adjetivo.
Classificações
Os pronomes são tradicionalmente divididos em seis classes: pessoais, demonstrativos, possessivos, interrogativos, relativos e indefinidos.
Para utilizar cada pronome corretamente, é preciso conhecer esse grupo de palavras tão específico.
Por se tratar de um conjunto fechado de palavras, as escolhas dos pronomes são limitadas, facilitando o estudo e o aprofundamento de suas variações. Acompanhe:
Pronomes pessoais
O primeiro grupo a ser estudado serão os pronomes pessoais, que estão associados a uma pessoa gramatical em particular, ou seja, à primeira pessoa, segunda pessoa ou terceira pessoa do discurso.
As suas flexões dependem do número e gênero gramatical, assim como a formalidade dirigida à pessoa.
- 1ª pessoa do singular e plural: quem fala
- 2ª pessoa do singular e plural: com quem se fala
- 3ª pessoa do singular e plural: de quem se fala
Os pronomes pessoais se dividem em pronomes pessoais do caso reto, oblíquo átono e oblíquo tônico. Observe essas divisões no quadro abaixo:
Pessoa | Reto | Oblíquo átono | Oblíquo tônico |
---|---|---|---|
1ª singular | Eu | Me | Mim |
2ª singular | Tu | Te | Ti |
3ª singular | Ele/Ela | Se, Lhe, O, A | Si, Ele, Ela |
1ª plural | Nós | Nos | Nós |
2ª plural | Vós | Vos | Vós |
3ª plural | Eles/Elas | Se, Lhes, Os, As | Sí, Eles, Elas |
Os pronomes pessoais do caso reto são utilizados quando os pronomes atuam como sujeito e predicativo do sujeito. Exemplo:
- “Nós estudamos muito esta semana”.
Nesse caso, o pronome assume a função de sujeito do verbo estudar, tratando-se assim de um pronome pessoal do caso reto, flexionado na primeira pessoa do plural.
É importante considerar ainda que os pronomes pessoais do caso reto não podem ser antecedidos por preposição. É nessa situação que os pronomes oblíquos tônicos atuam:
- “Entre mim e ti não existe mais amor”.
Como a oração começa pela preposição “entre”, os pronomes corretos são “mim” e “ti”, sendo o sujeito o “amor”.
Os pronomes pessoais do caso reto só poderão ser admitidos ao lado de uma preposição quando assumirem a função do sujeito. Observe:
- “Entre eu sair e tu saíres, saio eu.”
O sujeito da frase é o “eu”, portanto, mesmo acompanhado da preposição “entre”, o correto é o pronome pessoal do caso reto.
Quando, então, os pronomes “ele”, “ela”, “nós”, “vós”, “eles” e “elas” são antecedidos por preposições, são classificados como pronomes oblíquos tônicos, pois exercem a função de complemento.
- “Passei a manteiga a ele.”
Finalmente, quando nos dirigimos a autoridades, os pronomes pessoais assumem características mais formais e técnicas. A escolha correta do pronome varia de acordo com o cargo e a hierarquia da pessoa a quem nos referimos.
Neste caso, eles são chamados de Pronomes de Tratamento:
Pronomes de Tratamento | Abreviaturas | Autoridades |
---|---|---|
Vossa Excelência | V.Exª | Governamentais |
Vossa Magnificência | V.Magª | Reitores |
Vossa Alteza | V.A. | Príncipes e Duques |
Vossa Majestade | V.M. | Resi/Imperadores |
Meritíssimo | MM. | Juízes |
Vossa Santidade | V.Sª | Papa |
Senhor(a) | Sr(a). | Demonstração de respeito a figuras de autoridade, como pais, idosos |
Você | V. | Situações informais |
Pronomes Demonstrativos
Os pronomes demonstrativos, por sua vez, atuam com a função de situar a pessoa ou objeto em relação às pessoas do discurso. Ou seja, eles indicam o lugar em que uma pessoa ou coisa se encontra. Exemplo:
- “Aquela situação já estava passando do limite. João precisa entender que não pode mais continuar com isso.”
Para se referir a algo que já foi dito no texto ou diálogo, deve-se usar “esse”, “essa”, “isso”. Mas se o objeto ou a pessoa do discurso não foi apresentada ainda e está sedo citada pela primeira vez, devemos escolher os pronomes “estes”, “estas” e “isto”.
- “Estes garotos não sabem o que dizem. Esses garotos precisam amadurecer”.
O pronome correto para designar os garotos inicialmente é “estes”. Depois de mencioná-los, o próximo pronome a se referir a eles deve ser “esses”.
Confira a tabela do conjunto dos pronomes demonstrativos:
1° singular | Este | Esta | Isto |
2° singular | Esse | Essa | Isso |
3° singular | Aquele | Aquela | Aquilo |
1° plural | Estes | Estas | – |
2° plural | Esses | Essas | – |
3° plural | Aqueles | Aquelas | – |
Repare que nem todos os pronomes demonstrativos são flexionados em gênero (masculino e feminino) e número (singular e plural).
Portanto, o conjunto dos pronomes demonstrativos se subdivide entre os pronomes demonstrativos variáveis, que se alteram de acordo com gênero e número, e os invariáveis ou neutros, que não se modificam.
Variáveis Masculino (singular/plural) | Variáveis Feminino (singular/plural) | Invariáveis |
---|---|---|
Este(s) | Esta(s) | Isto |
Esse(s) | Essa(s) | Isso |
Aquele(s) | Aquela(s) | Aquilo |
É importante ressaltar ainda que as escolhas dos pronomes demonstrativos também estão relacionadas ao espaço e tempo do discurso. Vejamos:
- “Vou comprar esta”
O pronome “este” indica que o carro está perto da pessoa que fala.
- “Vou comprar aquele carro vermelho.”
O pronome “aquele” revela que o carro está longe da pessoa que fala.
- “Vou comprar essas frutas que estão maduras.”
O pronome “essas” aponta que as frutas estão perto da pessoa que fala ou da pessoa que escuta a frase.
- “Este ano está sendo próspero.”
O pronome “este” se refere ao tempo presente, que está ainda ocorrendo.
- Esse ano não foi bom para mim.”
O pronome “esse” indica um passado próximo. Que acabou de acontecer.
- Aquele ano foi triste para toda a família.”
O pronome aquele expõe um passado distante. Que já ocorreu há algum tempo.
Há considerar: O(s) e A(s) serão pronomes demonstrativos, quando estiverem antecedendo o “que” e puderem ser substituídos por aquele(s), aquela(s), aquilo. Exemplo:
- Não entendi oque disseste. (Não entendi aquilo que disseste.)
- Este endereço não é o que indiquei. (Este endereço não é aqueleque te indiquei.)
Pronomes possessivos
Já os pronomes possessivos fazem uma referência às pessoas do discurso indicando uma relação de posse. Eles detêm uma relação com os pronomes pessoais, indicando aquilo que pertence aos sujeitos indicados pelos pronomes pessoais.
É importante assinalar que os pronomes possessivos são considerados pronomes adjetivos e podem exercer a função sintática de adjunto adnominal. Eles flexionam-se em gênero e número, e concordam com o objeto possuído, bem como com o possuidor do objeto.
Confira o quadro com a relação do conjunto dos pronomes possessivos:
Pessoa | Singular | Plural | ||
---|---|---|---|---|
Masculino | Feminino | Masculino | Feminino | |
1° singular | Meu | Minha | Meus | Minhas |
2° singular | Teu | Tua | Teus | Tuas |
3° singular | Seu | Sua | Seus | Suas |
1° plural | Nosso | Nossa | Nossos | Nossas |
2° plural | Vosso | Vossa | Vossos | Vossas |
3° plural | Seu | Sua | Seus | Suas |
Vamos conferir exemplos da utilização dos pronomes possessivos em orações:
- “Este pente é meu. Não o use”.
Nessa frase, podemos apontar três pronomes. “Este” e “o” são pronomes demonstrativos e “meu” é um pronome possessivo substantivo, que revela posse do “pente”. O objeto pertence ao interlocutor do discurso por isso é flexionado na primeira pessoa do singular.
- “Eu carrego as minhas lembranças perto do coração”.
Na sentença acima, o sentido da posse é figurado. Não é possível reter lembranças concretamente, mas elas pertencem ao sujeito “eu” da oração. O pronome possessivo adjetivo “minhas” é flexionado no feminino e plural, concordando com o substantivo “lembranças”.
Ambiguidade nos pronomes possessivos
Cabe ainda enfatizar que há momentos em que a utilização dos pronomes possessivos na terceira pessoa do singular ou do plural podem originar dúvidas quanto ao elemento possuidor.
Esses casos são conhecidos pela ambiguidade gerada pelos pronomes possessivos “seu”, “sua”, “seus” e “suas”.
A fim de eliminar a confusão do sentido das orações e determinar com mais ênfase o sentido do elemento possuidor, devemos trocar os pronomes que causam a ambiguidade pelos pronomes contraídos “dele”, “dela”, “deles” e “delas”.
Veja alguns exemplos na prática:
- “A professora proibiu que o aluno utilizasse seu dicionário”.
Nesta sentença, não é possível dizer com propriedade a quem pertence o dicionário. A ambiguidade gerada pelo pronome “seu” dificulta o conhecimento do possuidor do objeto, gerando dúvidas de quem o detém, se é de propriedade da professora ou do aluno.
Para evitar essa ambiguidade, devemos então substituir o pronome por outra variação possuidora. Veja:
- A professora proibiu que o aluno utilizasse o dicionário dele.
- A professora proibiu que o aluno utilizasse o dicionário dela.
Ambas as possibilidades são corretas e determinam com clareza o possuidor do objeto, eliminando a ambiguidade da oração.
Pronomes relativos
Em tempo, há ainda os pronomes relativos. Eles sempre se referem a um termo anterior e geralmente introduzem uma nova sentença.
Assim, podemos dizer que os pronomes relativos, num período composto, retomam um antepassado, representando-o no início de uma nova oração.
Assim como os pronomes demonstrativos, eles também apresentam formas variáveis e invariáveis. Confira:
Variáveis Masculina (singular/plural)
- O qual / Os quais
- Cujo / Cujos
- Quanto / Quantos
Variáveis Feminino (singular/plural)
- A qual / As quais
- Cuja / Cujas
- Quanta / Quantas
Invariáveis
- Onde
- Que
- Quem
Agora vejamos exemplos do uso dos pronomes relativos em frases:
- O jogo será no domingo. O jogo decidirá o campeonato.
Reunido as duas orações em um único período composto teremos:
- O jogo que decidirá o campeonato será no domingo.
É preciso considerar que o pronome relativo varia segundo a natureza do termo antecedente. Esse termo, por sua vez, pode ser um substantivo, um pronome, um adjetivo, um advérbio ou ainda uma oração.
No que concerne à função sintática, os pronomes relativos podem adquirir funções de sujeito, objeto direto ou indireto, predicativo, adjunto adnominal, complemento nominal, adjunto adverbial e até agente da passiva.
Nesse contexto, os pronomes relativos diferem das conjunções, uma vez que eles não exercem nenhuma função interna, são apenas conectivos.
Já os pronomes relativos “onde” e “aonde” só podem ser empregados para indicar lugares e têm usos diferentes. “Onde” indica “lugar em que” e “aonde” indica “lugar a que”.
- “Visitarei a cidade onde” (lugar fixo = em que)
- “Conheço a cidade aonde você irá.” (lugar em movimento = a que)
Pronomes interrogativos
Os pronomes interrogativos são aqueles que utilizamos nas construções de perguntas diretas ou indiretas.
Assim como os pronomes demonstrativos e relativos, os pronomes interrogativos se dividem entre variáveis, que são flexionados de acordo com o gênero e número, e os invariáveis, que não se modificam. Observe:
Variáveis | Invariáveis | |
---|---|---|
Número | Gênero e Número | Que Quem |
Qual (Quais) | Quanto (s) Quanta (s) |
O pronome interrogativo “qual” pode se referir tanto a pessoas como coisas e geralmente assume valor de adjetivo. Exemplo:
- “Qual é o endereço da sua amiga?”
- “Os alunos confessaram a professora qual era o problema da discussão dos colegas”.
Por outro lado, o pronome interrogativo “quem” refere-se apenas à pessoas ou personificações de objetos e, nesse sentido, assumem o valor de pronome substantivo:
- “Quem era aquele garoto bonito?”
- “Que terá acontecido com ela para chorar assim?”
Pronomes indefinidos
Por fim, os pronomes indefinidos são aqueles que se aplicam à terceira pessoa do discurso de forma indeterminada e imprecisa. Eles fazem referência aos substantivos de modo vago ou genérico.
Assim como outras classes de pronomes, os pronomes indefinidos são classificados como variáveis ou invariáveis. Acompanhe:
Exemplo:
- “Se todos realizassem as tarefas juntos, ninguém teria dificuldade.”
Neste exemplo, o termo “ninguém” se refere a um substantivo vago. Sabemos que o discurso trata de um coletivo de pessoas, mas não podemos precisá-las, por isso o pronome é classificado como indefinido.
Os pronomes indefinidos variáveis concordam em gênero e número com os objetos e pessoas do contexto e são geralmente usados como adjetivos.
No entanto, há casos em que os pronomes indefinidos funcionam como substantivos.
“Algum”, “nenhum”, “todo”, “outro”, “muito”, “pouco”, “vário”, “tanto” e “quanto” estão entre os pronomes indefinidos que assumem funções de pronomes adjetivos, mas podem surgir como substantivos, de acordo com a Nova Gramática do Português Contemporâneo. Exemplo:
- “Todos estavam cabisbaixos e silenciosos.”(pronome substantivo)
O pronome indefinido “tudo” assume frequentemente o valor de pronome substantivo, mas ao lado dos termos “isto”, “isso”, “aquilo” se torna um pronome adjetivo. Assim:
- Tudo isso é uma piada.
Mais exemplos do valor de substantivo:
- O presidente do Brasil disse que não tinha nada a declarar sobre o assunto. (valor de substantivo)
Locuções Pronominais
Locução é um conjunto de duas ou mais palavras que possuem apenas um significado. A partir desse conhecimento, podemos concluir também que as locuções pronominais são definidas por um conjunto de duas ou mais palavras que, juntas, detém um único sentindo, cumprindo sua função pronominal.
Vejamos alguns exemplos de locuções pronominais:
- nós próprios
- aquele outro
- quem quer que (seja)
- o qual
- em que
As locuções pronominais indefinidas, da mesma forma, são classificadas pelo grupo de duas ou mais palavras que valem por um pronome indefinido. Seguem exemplos das expressões mais comuns encontradas:
- cada um
- cada qual
- alguma coisa
- qualquer um
- quem quer
- quem quer que
- o que quer que
- seja quem for
- seja qual for
- quanto quer que
Colocações Pronominais
Por fim, iremos pincelar a definição das colocações pronominais, que tratam da correta utilização dos pronomes oblíquos átonos no discurso.
Muito embora a colocação pronominal não seja rigorosamente aplicada nos diálogos cotidianos da fala, é importante conhecer as normas, principalmente para adotá-las na linguagem escrita.
Para facilitar o estudo, devemos aprender algumas regras de prioridades para a aplicação corretas das colocações pronominais. A dica é tentar adotar primeiramente a próclise, depois a mesóclise e em último caso a ênclise.
Próclise
É a colocação pronominal antes do verbo. Ela é usada quando o verbo estiver precedido de palavras que atraem o pronome para antes do verbo. Confira a lista dessas palavras seguidas de exemplos:
- Palavras de sentido negativo: “não”, “nunca”, “ninguém”, “jamais” e etc. “Não se esqueça de nós”.
- Advérbios. “Agora se negam a falar a verdade”.
- Conjunções subordinativas. “Soube que me trairia assim que te conheci”.
- Pronomes Relativos. “Localizaram a garota que estava desaparecida”.
- Pronomes Indefinidos: “Poucos te deram a oportunidade”.
- Pronomes Demonstrativos: “Isso me contaram, mas do resto eu não sabia”
- Orações iniciadas por palavras interrogativas. “Quem me pediu um sorvete?”
- Orações iniciadas por palavras exclamativas. “Quanto se fala sobre essa garota!”
- Orações optativas (que exprimem um desejo). “Que Deus o abençoe”.
Mesóclise
Quando a próclise não se encaixar, partimos para a utilização da mesóclise. Nessa situação, as colocações pronominais serão encaixadas no meio do verbo. Acompanhe alguns exemplos dessas situações na prática:
Quando o verbo estiver no futuro do presente ou futuro do pretérito, contanto que esses verbos não sejam precedidos por palavras que exigem a próclise.
- “Se não tivesse trabalho, acompanhar-te-ia nessa aventura”.
- “Realizar-se-á, no próximo ano, um grande evento de caridade no município”.
Ênclise
Por fim, quando a próclise e a mesóclise não forem possíveis, será necessário partir para a ênclise. A colocação pronominal, neste caso, ocorrerá depois do verbo. Veja as situações possíveis:
Quando o verbo estiver no imperativo afirmativo:
- “Quando eu disser já, silenciem-se todos”.
Quando o verbo estiver no infinito pessoal:
- “Não era a minha intenção magoar-te”.
Quando o verbo iniciar a oração:
- “‘Vou-me embora para Pasárgada…’”.
Quando houver pausa antes do verbo:
- “Se ganho na loteria, despeço-me hoje mesmo do trabalho”.
Quando o verbo estiver no gerúndio:
- “Recusou o pedido fazendo-se de desentendida.
Dicas
Há algumas observações importantes ainda a serem consideradas dentro do universo das colocações pronominais quanto ao emprego do “o”, “a”, “os” e “as”. Assinale:
Em verbos terminados em vogal ou ditongo oral, os pronomes citados não irão se alterar. Exemplo:
- “Chame-o agora para o almoço.”
Em verbos terminados em r, s ou z, as consoantes finais irão se transformar em “lo”, “la”, “los” e “las”. Assim:
- “Encontrá-lo novamente é o meu maior desejo” (Encontrar)
- “Fi-lo por prazer”. (Fiz)
Em verbos terminados em ditongos nasais “am”, “em”, “ão”, “õe” os pronomes “o”, “a”, “os” e “as” serão alterados para “no”, “na”, nos” e “nas”.
- “Põe-na sobre a cama para repousar”.
As formas combinadas dos pronomes oblíquos “mo”, “to”, “lho”, “no-lo” e “vo-lo”, que estão em desuso, podem ocorrer em próclise, ênclise ou mesóclise.
- Ele mo presenteou com carinho (Ele me presenteou com carinho)
Importância dos Pronomes
De posse das ferramentas e recursos que a linguagem dispõe sobre nós como um rico e farto banquete, podemos partir agora para a poesia sonora da leitura, da escrita, da compreensão total das palavras.
“Que há em um nome?”, questiona Julieta de Shakepeare. “O que chamamos de rosa, com outro nome, exalaria o mesmo perfume tão agradável”, reflete a personagem sobre o sentido e valores dos nomes.
Indubitavelmente os nomes carregam força e dão propriedade às coisas. Se uma rosa tivesse outro nome, ela de certo ainda seria uma rosa, embora seu nome ainda carregue a potência dessa referência coletiva.
Ainda assim, no discurso, precisamos de recursos para auxiliar a construção das sentenças. Tão importante quanto os substantivos, portanto, são os pronomes, essa classe de palavras variáveis cuja finalidade é substituir ou determinar um nome.
Utilizar as ferramentas da linguagem que estão à nossa disposição; ampliar o vocabulário ao máximo; entender e sentir a riqueza da nossa própria língua, eis a importância dos critérios, das regras gramaticais.
Passado o sufoco da montanha de tabelas e “decorebas”, resta apenas a vista maravilhosa que as palavras, no geral, nos proporcionam. O banquete de pronomes está sempre sendo servido. E podemos apreciá-los com calma, ao longo de toda a vida.