Deriva genética faz parte do processo de evolução, sendo uma das ferramentas desse processo, junto com a seleção natural, migração e mutação.
A deriva genética acomete a composição genética de uma população, de forma aleatória, mas sem produzir adaptações na espécie em que ocorreu.
Esse processo aleatório a diferencia de outros mecanismos evolutivos, que produzem modificações nas gerações seguintes de determinada espécie.
Como ocorre o processo de deriva genética?
A deriva genética ocorre em população de organismos e é causada por vários fatores aleatórios.
Ela é a mudança, ao acaso, das frequências alélicas, gerando oscilação genética, que ao longo do tempo, pode eliminar ou fixar alelos nas populações.
O percentual em que isso acontece vai depender do tamanho da população e da frequência inicial dos alelos, por isso, os efeitos da derivação genética são mais efetivos em populações pequenas, especialmente de espécies raras e com perigo de extinção.
Efeitos da deriva genética
Entre os efeitos causados por esse processo estão:
- Diminuição da variedade genética em uma população, diminuindo a ação da seleção natural.
- Efeito gargalo que ocorre quando o tamanho de uma população é reduzido em uma geração. A derivação genética vai agir mais rapidamente causando grande variação genética, fazendo com que a população não resista à novas pressões de seleção causadas por mudanças climáticas ou escassez de recursos.
- Efeito fundador acontece quando uma nova colônia é iniciada por alguns membros da população original. Por ser pequena, ela pode ter variação genética da população original reduzida e uma amostra não aleatória dos genes na população original. É possível perceber esse efeito em doenças genéticas.
Tanto o efeito gargalo, quanto o efeito fundador são influenciados por aspectos geográficos e características populacionais.
Em populações maiores, há cruzamentos ao acaso e sem seleção natural, mutação e migração, as propriedades genéticas permanecem inalteradas, ou seja, em equilíbrio.
Em populações pequenas, a ação da deriva genética pode causar:
- oscilação das frequências alélicas;
- diferenciação genética marcante em subpopulações;
- uniformidade dentro das subpopulações com fixação de alelos, tornando os indivíduos genotipicamente mais parecidos;
- aumento da homozigose com perda de fertilidade e viabilidade, que estão ligados a endogamia (acasalamento entre indivíduos com grau de parentesco próximo).
A derivação genética, ao contrário da seleção natural, não considera o benefício ou prejuízo de um alelo para um indivíduo.
Nesse processo, um alelo que traz benefícios pode ser perdido e um alelo que pode trazer malefícios, pode ser fixado. Isso tudo ocorre ao acaso, sem ser possível prever quando acontecerá.
A deriva genética é um erro de amostragem que ocorre sem controle externo, mas contribui para a evolução, ora criando populações mais resistentes, ora contribuindo para extinção de determinadas espécies que ficaram restritas a uma pequena quantidade de indivíduos que se tornaram parecidos, inviabilizando sua evolução e adaptação às mudanças ambientais, determinando sua extinção.
Autora: Simone Aparecida de Oliveira