Muitos estudantes e concurseiros sentem dificuldades na hora de compreender o que é de fato a intertextualidade, e acabam se confundido.
Este tipo de fenômeno acontece quando existe dentro de um texto, poema, música, novela, entre muitos acontecimentos uma referência de outros textos. Esta referência pode ser implícita ou explícita, a depender do caso.
Neste artigo faremos uma abordagem do que é Intertextualidade e os tipos mais comuns (Paráfrase e Paródia), para que você possa compreender como eles estão presentes em nosso cotidiano.
Citações Diretas e Indiretas
Algumas pessoas já devem ter observado na leitura de livros ou pequenos textos, que algumas vezes o autor coloca informações entre aspas. Estas informações são citações diretas, ou seja, uma cópia fiel daquilo que se foi dito por outro autor.
Porém, existem autores que preferem apenas explicitar os pontos mais fortes de um trabalho, e assim, as informações não são referidas de forma direta. Consiste apenas na essência daquilo que foi dito, lido ou escutado. A este tipo de informação damos o nome de citação indireta.
Exemplo de citação direta: o filósofo René Descartes, nascido no ano de 1596, disse uma frase histórica “Penso, logo existo”, indicando que a consciência é que dá significado à vida.
Neste exemplo, podemos ver que a frase foi reproduzida de forma igual a que o filósofo disse, se tornando uma citação direta.
Já na citação indireta podemos dizer a mesma coisa, mas sem que para isso necessitemos falar a frase como foi dita. Segundo o filósofo René Descartes, nascido no ano de 1596, o ato de pensar dava consciência ao ser humano, e através daí, podemos dar significado à sua existência.
Paráfrase
Agora que foi possível a compreensão das citações, é preciso compreender o que é paráfrase.
Consiste em um tipo de citação indireta, onde as palavras são modificadas, porém, seu sentido continua o mesmo. Podemos observar este tipo de acontecimento através dos textos de Gonçalves Dias, o texto original e Carlos Drumond de Andrade.
Texto Original
Minha terra tem palmeiras
Onde canta o sabiá,
As aves que aqui gorjeiam
Não gorjeiam como lá.
(Gonçalves Dias, “Canção do exílio”).
Paráfrase
Meus olhos brasileiros se fecham saudosos
Minha boca procura a ‘Canção do Exílio’.
Como era mesmo a ‘Canção do Exílio’?
Eu tão esquecido de minha terra…
Ai terra que tem palmeiras
Onde canta o sabiá!
(Carlos Drummond de Andrade, “Europa, França e Bahia”).
Paródia
Ao contrário da paráfrase, que tem como objetivo dar o mesmo sentido de um texto já criado a um texto novo, a paródia tem como objetivo criticar ou ridicularizar algo.
Se torna uma forma de arte, havendo uma mudança de interpretação do texto. Faz parte de trabalhos humorísticos. As paródias fazem muito sucesso com o público em geral. Elas possuem bastante senso crítico em relação à algum tema polêmico.
Podemos observar melhor esta forma nos textos abaixo reproduzidos. O primeiro, de Casimiro de Abreu, consiste no texto original. O segundo, consiste em uma paródia feita pelo autor Oswald de Andrade. Ele tinha como objetivo fazer uma crítica ao nacionalismo e ao romantismo presentes em sua época.
Meus oito anos
Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!
[…]
(Casimiro de Abreu)
Paródia
Meus oito anos
Oh que saudades que eu tenho
Da aurora de minha vida
Das horas
De minha infância
Que os anos não trazem mais
Naquele quintal de terra!
Da rua de Santo Antônio
Debaixo da bananeira
Sem nenhum laranjais
[…]
(Oswald de Andrade)
Através destes dois textos é possível entender o significado de paródia.
Por Allana Jéssika