A hepatite é uma doença que afeta o fígado devido a diversos fatores, como infecção pelo vírus (A, B, C, D, E), por abuso do álcool ou medicamentos, parasitário ou bacteriano. Estima-se que até o ano de 2005, mais de 100 mil pessoas foram infectadas pelo vírus da hepatite, e até 3 milhões de brasileiros possuem hepatite C.
Apesar de ser uma doença crônica, a hepatite nem sempre resulta em sequela, porém, muitas pessoas não sabem que tem a doença e, por isso, a inflamação hepática pode evoluir para uma cirrose ou câncer de fígado.
Para entender melhor sobre o que é e quais os tipos de hepatite podem acometer as pessoas, abordaremos neste artigo tudo o que você precisa saber sobre esta doença do fígado.
O que é hepatite?
Hepatite significa uma doença hepática, ou seja, é uma doença inflamatória do fígado, do tipo crônica e aguda, que inicia pela degeneração das células hepáticas.
Esta degeneração é causada pela presença de vírus, por alto consumo alcoólico ou outras substâncias tóxicas, como medicamentos.
Tipos
Existem diversos tipos de hepatite, de variadas origens, como virais, bacterianas, parasitárias, medicamentosas ou alcoólicas. Conheça todos os tipos desta doença hepática e quais as causas:
Hepatite A
O contágio da hepatite A é feito por água e alimentos contaminados ou pela ingestão de frutos do mar. É uma doença que raramente torna-se crônica, mas que pode ser fatal em idosos.
Os sintomas mais frequentes são febre, icterícia (pele e olhos amarelados), mal-estar, urina escura, fezes esbranquiçadas, náuseas, vômitos e perda de apetite. Mesmo existindo vacina contra a hepatite A, espera-se que o organismo reaja sozinho contra ele.
Para evitar o vírus da hepatite A, recomenda-se lavar bem os alimentos antes de comer ou cozinhar, sempre manter os alimentos bem cozidos, ter o hábito de lavar as mãos após usar o banheiro e antes das refeições.
Hepatite B
A hepatite B é uma doença causada pelo vírus HBV, transmissível sexualmente e por parenteral (de mãe para filho durante a gestação).
A maior concentração do vírus está no sangue e o seu tempo de incubação é de 30 a 180 dias até os sintomas aparecerem. Dentre eles, estão febre, dor abdominal, urina escura, dor nas articulações, fadiga, náuseas e vômitos.
Nem todos os pacientes têm a infecção por HBV de forma ictérica, que é mais fácil de ser diagnosticada. E cerca de 25% dos casos de hepatite B evoluem para uma cirrose ou câncer de fígado.
O tratamento inclui medicamentos antivirais de forma contínua ou transplante de fígado, caso o órgão tenha sido severamente afetado.
Hepatite C
A hepatite C é um vírus HCV transmitido através de seringas compartilhadas, usuários de drogas que compartilham equipamentos, ou agulhas contaminadas para tatuagens e piercings, transfusão de sangue ou exposição a certos ambientes — consultórios dentários, manicure, etc —, quando não respeitam as normas de higiene.
Há uma incidência de 80% dos casos que se tornam crônicas e ¼ podendo evoluir para as formas mais graves da hepatite C, como cirrose.
A hepatite C não causa sintomas iniciais, o que significa que o paciente pode ter contraído a doença há anos e sofrer os sintomas apenas quando o fígado já está bastante danificado. Tais sintomas são semelhantes a outras hepatites, com a diferença de que esta também leva ao inchaço abdominal, sangramento no estômago ou no esôfago e coceira.
Para hepatite C avançada, um transplante é o recomendado, mas mesmo com o novo fígado, o paciente precisa continuar tomando os antivirais sob o risco do novo órgão ser contaminado. Médicos prescrevem antivirais a pacientes que descobrem o vírus HCV a tempo. O uso costuma ser por semanas até que o vírus seja eliminado.
Hepatite D
Transmitida pelo vírus delta HDV, a hepatite D é comumente associada a hepatite B, ou seja, quem tem o vírus HBV ou quem acaba de ser contaminado, tem chances de contrair o vírus HDV também.
Os sintomas são semelhantes a outros tipos de hepatite, e sua forma de contágio também. Instrumentos não esterilizados para tatuagens, piercings, manicure, ou transfusão de sangue, relação sexual sem proteção e compartilhamento de aparelho de barbear são formas de contágio da hepatite D.
É possível evitar o vírus delta com vacinação e uma alimentação balanceada. Caso o tratamento com antivirais não seja realizada adequadamente, a hepatite D pode evoluir para uma cirrose.
Hepatite E
O vírus VHE, da hepatite E, é mais branda que outros tipos, sendo transmitida geralmente por água e alimentos contaminados, incluindo os alimentos crus.
Muitas vezes, trata-se de uma doença assintomática, mas os sintomas que podem ocorrer são os mesmos das outras hepatites virais citadas. Ainda que seja a mais branda das infecções hepáticas, o vírus VHE pode ser mortal para grávidas.
Como não existe tratamento para este tipo de infecção, o ideal é se prevenir, lavando bem as mãos após o uso do banheiro e antes das refeições, lavar alimentos antes da ingestão e informar ao governo caso haja esgoto a céu aberto.
Hepatites não virais
As hepatites podem não ser por vírus, mas sim, causadas por abuso de substâncias tóxicas ou oriundas de algumas doenças. Vejamos a seguir:
Hepatite alcoólica
O consumo abusivo de álcool é responsável pela destruição do fígado na maioria dos casos, levando a cirrose. É uma hepatite aguda na categoria dos tóxicos.
Hepatite medicamentosa
Também na categoria dos tóxicos encontram-se determinados medicamentos considerados hepatotóxicos, o que inclui o paracetamol. Por esta razão, o medicamento deve ser consumido sob prescrição médica e com moderação.
Hepatite aguda bacteriana ou parasitária
Algumas doenças como a tuberculose, leptospirose, brucelose, herpes simples, dengue, colecistite e mononucleose podem contribuir para uma hepatite bacteriana ou parasitária.
Hepatite aguda e crônica
A hepatite aguda tem duração de até seis meses, com fortes sintomas, mas que pode desaparecer ou tornar-se crônica.
Já a hepatite crônica costuma ser assintomática, de evolução lenta, persistindo por mais de 6 meses, com períodos de pouca inflamação, mas risco muito maior de danificar seriamente o fígado.
Isto ocorre porque o fígado tem a capacidade de se regenerar quando suas células são atingidas, porém, com a destruição a longo prazo, o fígado, já coberto de cicatrizes, não consegue mais funcionar corretamente. Neste estágio, os sintomas são mais evidentes e, muitas vezes, tarde demais.