Atualmente, é comum acompanharmos noticias sobre a chamada Guerra Civil que ocorre na Síria, um país importante do Oriente Médio. Tal relação conflituosa começou em 2011 e, até os dias atuais, estima-se que tenha resultado em mais de 250.000 mil mortes.
A explicação sobre o surgimento dessa Guerra Civil não é tão simples quanto possa parecer, até porque o assunto é pouco difundido na imprensa brasileira. E com a entrada dos Estados Unidos no conflito, a situação se intensificou. Veja a seguir tudo que você precisa saber sobre o conflito na Síria.
Quando começou?
Para começar, é importante lembrar-se de um acontecimento importante, que é a primavera Árabe, ocorrida em meados de 2011. Tratava-se de um conjunto de manifestações contra regimes ditatoriais, principalmente no norte da África e no Oriente Médio.
A primavera Árabe começou na Tunísia, depois se espalhou pelo Egito, na Líbia e chega à Síria a partir de um conjunto de manifestações populares que ocorreram no sul do país. Tais manifestações buscavam a libertação de estudantes presos por escrever palavras de ordem em muros de escolas.
As manifestações foram repreendidas pela polícia de forma bastante violenta e, a partir de então, começa grande insatisfação ao governo sírio por parte da população. A Síria é governada desde muito tempo por uma única família, a família Assad, que tem como política de governo, uma gestão totalmente ditatorial e representam uma minoria.
A violência foi intensificada desde então e em 2012 o país entrou em uma guerra civil, quando rebeldes se uniram para enfrentar as forças armadas do governo. A batalha se espalhou por diversos estados e cidades, chegando até a capital Damasco.
Proporções nefastas
O conflito existente hoje tomou outras proporções. Não se trata mais somente de uma disputa entre grupos pró e contra Assad, pois atualmente possui uma forte característica, que é a intolerância. Há sunitas contra xiitas e há também o avanço do El (Exercito Livre), que ampliou ainda mais a dimensão do conflito, ao ponto de ser considerado, de fato, uma guerra.
Como se percebe, o conflitou sofreu mudanças desde seu inicio, uma vez que há diversos adeptos de táticas perversas, o que causa revolta em toda a comunidade internacional. O El, aproveitando-se do enorme caos, tomou controle de diversas áreas na Síria e também no Iraque, e proclamou o chamado califado, que é o sucessor de Maomé, segundo a crença. Desta forma, os integrantes do El estão envolvidos em outras guerras dentro da guerra maior na Síria. Há enfrentamento de rebeldes e rivais (ligados à Al-Qaeda), bem como entre governo e outras forças.
EUA e Rússia
O problema tomou outras proporções em 2014, quando os EUA lançaram ataques aéreos na Síria, com o objetivo de enfraquecer o El. No entanto, o ataque evitou que as forças de Assad tivessem benefícios e mais conflitos surgiram. Já em 2015, a Rússia também entrou e iniciou uma campanha áerea contra os terroristas na Síria.
Há inúmeras evidencias demonstrando que todas as partes envolvidas cometeram crimes de guerras, tais como assassinatos, tortura, estupros e desaparecimentos forçados. Há ainda o uso de armas químicas, algo capaz de gerar um extermínio em massa. De acordo com a ONU, essa é a crise humanitária mais grave depois da Segunda Guerra Mundial.
Consequências
Neste confuso cenário militar sírio, a violência acabou com a vida de centenas de milhares de pessoas, e esta é a única face visível do grande conflito. O fato é que também existem interesses de governos e de pequenos grupos, tornando o conflito repleto de pontos obscuros. Para encerrar, veja as algumas das consequências devastadoras do conflito na Síria (esses números provavelmente já são bem maiores):
- 4,5 milhões de pessoas deslocadas dentro da Síria.
- 2,4 milhões de refugiados.
- 5,5 milhões de crianças tiveram a vida interrompida pela guerra.
- 1 milhão de pessoas presas em locais sem ajuda humanitária.