As bactérias são seres extremamente pequenos em grandeza, porém capazes de provocar grandes mudanças no ambiente em que se instalam devido às suas complexas características e capacidades. Uma vez que é preciso compreender esses pequenos seres e a importância deles no sistema ecológico, confira a seguir algumas noções a respeito.
O que são as bactérias?
Diferentemente dos vírus que não pertencem a reino nenhum, as bactérias são classificadas como parte do Reino Monera, aquele que abrange os tipos procariontes, aqueles que não tem núcleo definido.
Assim sendo, além de ser procariontes e por isso não terem um núcleo definido, as bactérias também são unicelulares, ou seja, possuem apenas uma única célula. E apesar disso é conhecida por uma imensa variabilidade, existindo em milhares de espécies e podendo se adaptar a inúmeras formas de vida e habitat.
Estrutura das bactérias
Por não ter um núcleo definido, o material genético da bactéria fica totalmente espalhado no citoplasma. Vamos compreender abaixo toda a estrutura celular das bactérias.
- Nucleóide – Grande molécula de DNA, podendo variar de acordo com a espécie, determinando as características da célula;
- Citoplasma – Solução aquosa que reveste os componentes presentes internamente na bactéria, entre eles enzimas e substâncias de reserva;
- Ribossomos – Corpos granulares que se movem no citoplasma, onde ocorre a síntese de proteínas;
- Membrana Plasmática – Responsável por envolver a célula bacteriana e suas trocas com o seu exterior;
- Parede Celular – Invólucro responsável por dar forma as bactérias e protege-las de possíveis vírus e substâncias prejudiciais;
- Cápsula – Protege as bactérias da ação de vírus, fagos e anticorpos;
- Pili / Fímbrias – Estruturas proteicas delicadas que permitem adesão ao hospedeiro, permitindo a troca de plasmídeos entre as bactérias.
- Flagelo – Estrutura proteica semelhante a uma hélice que auxiliam a movimentação de bactérias.
Um fator pertinente à estrutura celular das bactérias é a sua diferenciação por meio da cor da parede celular. Pode parecer um detalhe indiferente, no entanto conhecer a coloração é de fundamental importância para a escolha dos antibióticos em casos infecciosos.
Por exemplo, quando a parede da bactéria apresenta coloração em tons de violeta ela é chamada de gram-positiva, ao assumir a cor em tons cor de rosa ela é conhecida como gram-negativa. A nível de curiosidade, medicações como a penicilina não são recomendadas às gram-positivas, que são mais sensíveis.
Como se classificam as bactérias?
A parede celular, responsável por dar forma as bactérias modificando inclusive seus arranjos faz com que os tipos de formato sejam divididos entre os chamados: cocos (quando arredondadas), bacilos (quando em forma de bastão) e espirilos (quando tem formato espiralado).
Os grupos classificados como coco se dividem em:
- Diplococos, quando pares;
- Tétrades, quando em grupos de quatro;
- Sarcinas, quando em grupos de oito;
- Estreptococos, quando dispostos em cadeias;
- Estafilococos, quando tem disposição semelhante a um cacho de uva.
Os grupos classificados como bacilos se dividem em:
- Diplobacilos, quando em pares;
- Estreptobacilos, quando organizados em cadeias;
- Paliçada, quando organizado lado a lado.
Como as bactérias vivem?
Existem diversos meios pelos quais as bactérias conseguem absorver nutrientes, podendo se classificar entre:
- Autotróficas quimiossintetizantes, quando retiram energia de compostos inorgânicos do meio ambiente;
- Fotossintetizantes, através da energia da luz realizando a fotossíntese
- Heterotróficas, se dividindo em:
- Saprofágicas, as que consomem organismos mortos ou matérias inorgânicas;
- Parasitas, ao contrário das saprofágicas consomem matéria orgânica viva.
Como as bactérias se reproduzem?
As bactérias se reproduzem de forma assexuada, ou seja, de forma independente através de mitose, mais conhecido como processo de divisão binária onde o cromossomo da célula-mãe se divide ao meio dando origem a duas células-filha idênticas.
No entanto, algumas bactérias podem se reproduzir também de forma a trocar material genético, por meio de três processos conhecidos como transformação, conjugação ou transdução, como veremos melhor abaixo.
No caso da transformação, acontece através de pedaços de DNA que se encontram dispostos livremente no ambiente. Na conjugação, o contato e transferência acontece através das pili sexuais por meio dos fragmentos de DNA passados da bactéria doada para a receptora. No caso da transdução, a transmissão acontece por intermédio de um vírus bacteriófago.
Um fato importante e muito conhecido sobre a reprodução das bactérias é a velocidade, o processo reprodutivo é extremamente rápido quando em ambientes propícios a esse acontecimento, o que explica a conhecida rápida proliferação bacteriana em alguns casos.
Importância das bactérias
As bactérias são extremamente diferentes entre si e adaptáveis a diversos tipos de ambientes e ao contrário do que pode parecer inicialmente nem todas são prejudiciais ao ser humano. Com as técnicas corretas as bactérias podem ser usadas a nosso favor, como por exemplo:
- Na alimentação – É possível contar com bactérias para fermentação de comidas e bebidas, como iogurtes, frios, salsichas e alimentos conservados e até mesmo queijos e outros alimentos de alto custo.
- Na saúde – Através da produção e criação de medicamentos que utilizam bactérias em sua formação, como no caso da insulina e do hormônio do crescimento. Essas produções são aliadas a tecnologia da engenharia genética.
- Na natureza – As bactérias conhecidas como nitrobactérias tem função que parece simples mas possuem grande importância entre as plantas, ao converter o nitrogênio presente no ar em compostos que são úteis para elas. As bactérias decompositoras também são fundamentais para a degradação dos lixos e limpeza natural do meio ambiente.
Doenças por bactérias: sintomas e tratamento
As bactérias que causam doenças são as conhecidas como patogênicas enquanto outras não causam danos ao organismo coexistindo em harmonia e chamadas de microbiota normal. É importante conhecer bem as doenças causadas por bactérias, lembrando que o uso inadequado dos antibióticos pode deixar esses microrganismos mais resistentes, tornando as infecções muito maiores.
Tuberculose
Transmissão: contato com pessoas contaminadas.
Sintomas: febre, dor no peito, corpo cansado, sudorese e em alguns casos tosse com muco e catarro com sangue.
Tratamento e prevenção: além de antibióticos habituais, existe a vacina contra tuberculose.
Pneumonia
Transmissão: gripe em faixas de risco como crianças e idosos que ficam mais suscetíveis, aspiração de ar contaminado ou contato com saliva e secreções.
Sintomas: febre, tosse com muco, mal-estar e falta de ar.
Tratamento e prevenção: antibióticos para tratamento e na prevenção recomenda-se o tratamento de gripes e resfriados, alimentação e sono adequados.
Tétano
Transmissão: objetos enferrujados ou não esterilizados, quando em contato com a pele lesionada.
Sintomas: rigidez muscular.
Tratamento e prevenção: além dos antibióticos, existe a vacina antitetânica como prevenção e recomenda-se após o ferimento a lavagem imediata com água e sabão e aplicação de soro antitetânico.
Meningite
Transmissão: através das vias respiratórias, indo para o sangue e em seguida para o cérebro.
Sintomas: febre, dor de cabeça, rigidez da nuca, fadiga e dor de cabeça.
Tratamento e prevenção: antibióticos podem ser receitados e existe a vacina contra o hemófilo.
Leptospirose
Transmissão: contato com algo que foi contaminado pela urina do rato.
Sintomas: dores musculares, dor de cabeça, febre e calafrios.
Tratamento e prevenção: higiene, prevenindo o contato com ratos e combatendo as proliferações.
Sífilis
Transmissão: através de relações sexuais ou transmissão da mãe para o feto durante a gravidez.
Sintomas: dores e lesões nos genitais, no corpo e febre.
Tratamento e prevenção: tratar com antibióticos, podendo se prevenir com preservativos.