Antes de entender o que do que se tratam e o que representam as angiospermas e gimnospermas, é necessário compreender o Reino das Plantas, do qual os dois fazem parte e também representam.
O Reino Plantae (Plantas)
As plantas são seres muito conhecidos por todos, algumas mais e outras menos, devido à grande presença desses seres vivos no nosso dia a dia, em ambientes domiciliares ou dispostos na natureza que ainda nos cerca. O que talvez nem todo mundo saiba é o quanto esses organismos que parecem muito simples, apresentam estruturas e subdivisões mais complexas.
As plantas são seres eucariontes, apresentam a membrana nuclear devidamente estruturada, e pluricelulares, compostos de mais de uma célula. Um fator importante sobre as plantas e que de certa forma é de conhecimento de todos é que elas realizam fotossíntese, sendo consideradas então como seres autotróficos fotossintetizantes, aqueles que produzem seu próprio alimento através da transformação de luz em nutrientes.
Esses nutrientes podem ser entendidos como glicose e a troca gasosa da planta que recebe o gás carbônico advindo da alimentação e libera oxigênio, uma troca que favorece e muito o próprio meio ambiente e seu sistema de equilíbrio.
Dentro do reino das plantas existe uma enorme variedade de espécies com características específicas divergentes, podendo ter como seu hábitat natural ambientes terrestres quanto aquáticos ou ambos. Assim como os formatos, tamanhos e cores, fazendo com que cada planta seja única dentro de um universo de espécies.
Como se classificam as plantas?
No entanto, para que essa pluralidade de características seja separada em seções, de modo a reunir plantas com características semelhantes, existem as classificações para esse reino. Utilizando critérios como bioquímica, ecologia e até mesmo anatomia, as plantas podem ser classificadas entre: briófitas, pterodófitas, gimnospermas e angiospermas. São essas duas últimas classificações que iremos apresentar.
Ainda que não aprofundemos nas briófitas e pterodófitas, apenas para conhecimento geral, é importante saber que esses dois grupos tratam de plantas que não produzem flores, frutos ou sementes. Essa é a melhor definição para se registrar de que são constituídos esses grupos, essas plantas também são conhecidas como criptógamas.
Gimnospermas
Uma forma interessante e muito eficaz de memorizar como são as gimnospermas é através da tradução do seu próprio nome. A palavra, que deriva do grego, tem um significado semelhante a “semente nua”. Ou seja, essas plantas podem se apresentar com flores e todos os elementos básicos estruturais básicos, mas nunca com frutos, tendo literalmente apenas sementes nuas sem qualquer capacidade de frutificar.
Outra característica visível e útil para a memorização e compreensão futura diz respeito aos formatos aciculados das folhas. Mesmo que as folhas das gimnospermas tenham uma variação muito natural de tamanho e cores, suas folhas comumente mantem esse formato de agulha, afinando nas pontas.
As gimnospermas podem ser árvores ou arbustos, mas quando árvores se apresentam em médio ou grande porte, em climas frios e temperados por sua característica de planta lenhosa. No Brasil existem grandes plantas desse tipo na Mata da Araucária, por exemplo.
Reprodução das Gimnospermas
As gimnospermas são plantas dioicas, isso é, existem sexos diferentes e separados que precisam se encontrar para que ocorra a reprodução, diferente de alguns seres hermafroditas, por exemplo. As estruturas reprodutoras dessa classe são chamadas estróbilos ou pinhas.
O estróbilo masculino compreende os microsporângios, onde são formados os micrósporos através de meiose, é importante dizer que o estróbilo feminino é maior que o masculino.
Outro fato interessante é que o pólen produzido pela planta é quem auxilia na produção de gametas masculinos, chamados de núcleos espermáticos. Enquanto no sistema feminino, formam-se megasporângios e assim produzindo, também por meiose, os megásporos.
Os gametas femininos são chamados de oosferas e são produzidos através do megásporos retido no esporângio. Durante a reprodução é que o pólen é levado até o óvulo, criando o chamado tubo polínico onde apenas um dos dois gametas masculinos fecunda a oosfera.
Somente após esse processo ocorre a origem do embrião e a formação da semente.
Classificação das Gimnospermas
A partir dessa nova semente, muitas possibilidades e infindáveis espécies de gimnospermas, que podem se dividir em:
- Coníferas
Se apresentam mais em áreas de regiões temperadas, se apresentam em folhas pontiagudas e caules com características mais espessas. Um dos exemplos mais citados desse grupo são os pinheiros Pinus, muito populares no país, além das araucárias.
- Cicadáceas
Tem um tronco grosso como uma das características principais e folhas muito semelhantes às de palmeiras. Tem grande utilização no paisagismo.
- Ginkgo
Este grupo é responsável por abrigar uma única espécie que ainda vive, conhecida como Ginkgo Biloba, de origem chinesa tendo grande simbologia na cultura oriental.
As árvores podem atingir mais de trinta metros e tem suas folhas, todas em formato semelhante a um leque, caídas no período de inverno, mas antes atingindo uma coloração dourada.
- Gnetófitas
Se dividem em três gêneros diferentes, Ephedra, welwítschia e Gnetum, somando nas três juntas aproximadamente setenta espécies diferentes. As espécies Ephedra tem muitos usos medicinais e normalmente se encontram em selvas equatoriais.
As Welwítschia habitam desertos do continente africano e tem a característica de ter a maior parte da planta abaixo do solo. Enquanto as espécies Gnetum compreendem arbustos e árvores de folhas grandes em selvas equatoriais.
Angiospermas
Em contraponto as espécies gimnospermas, as angiospermas se apresentam com toda a estrutura básica de uma planta, como raiz, caule, folha, flor, semente e nesse caso, também os frutos.
Uma das características muito comuns das angiospermas e sempre lembradas, é a sua relação simbiótica com o meio ambiente ao redor. É claro que todos os seres vivos tem uma função, uma razão de existir dentro de um ecossistema, mas no caso das angiospermas é interessante o modo como elas se relacionam com outros seres.
Por exemplo, tanto as cores intensas quanto o néctar das angiospermas e sobretudo o cheiro são chamarizes para a vinda de insetos e pássaros que se nutrirão do que as plantas oferecem, numa relação saudável para os dois.
Essa relação se torna ainda mais saudável, por um mecanismo natural e muito inteligente das plantas, que é o fruto que encobre a semente, fazendo com que esses animais não a comam a princípio, deixando ela cair na própria natureza.
Reprodução das Angiospermas
As angiospermas além de dioicas também podem ser monoicas, se dividindo entre as chamadas diclinas, quando possuem androceu ou gineceu e nunca os dois juntos, ou monoclinas quando os dois se apresentam em sua estrutura.
A reprodução das angiospermas também acontece através da polinização. Coma diferente que nesse caso, chama-se de dupla fecundação, devido ao gameta que encontra a oosfera, unindo-se aos núcleos polares, originando um zigoto enquanto os núcleos se responsabilizam pelo endosperma.
O endosperma envolve o embrião, sendo a parte com os nutrientes da semente, e dentro do embrião existem três partes importantes no que será a planta um dia. É a partir dos cotilédones que a fotossíntese começa a ser feita nos primeiros momentos que a semente emerge, e enquanto o epicótilo origina a parte superior do caule, o hipocótilo se tornará a parte inferior.
Classificação das Angiospermas
As angiospermas também se subdividem em monocotiledôneas e dicotiledôneas. As monocotiledôneas são as plantas de raízes fasciculadas que apresentam, possuindo um só cotilédone.
Como por exemplo: arroz, alho, trigo, milho, bromélias, bambu, entre outros. As dicotiledôneas são as plantas de raízes pivotantes e dois cotilédones. Como por exemplo: feijão, morango, ipê, café, girassol, margarida e lentilha, entre outros.