Na última quinta-feira (16), o Conselho de Administração da Petrobras autorizou um novo aumento nos preços dos combustíveis, através de uma reunião extraordinária. Entretanto, as proporções do aumento e a data que essas alterações entram em vigor foram divulgados hoje (17).
Segundo a Petrobras, o preço médio para a venda de gasolina para as distribuidoras passa a ser de R$ 4,06 por litro, o que representa um aumento de 5,18%. Além disso, o diesel passa pelo primeiro reajuste desde maio deste ano, com um aumento de 14,26% para um valor de R$ 5,61 por litro.
Sobretudo, os novos preços entram em vigor a partir do próximo sábado, 18 de junho. No entanto, o anúncio do reajuste também explicou que a parcela da empresa no preço repassado ao consumidor terá uma variação de R$ 0,15 por litro, de modo que a margem seja de R$ 2,96 por litro vendido na bomba de combustível.
Reunião e desgaste político
A reunião extraordinária que decidiu pelo reajuste contou com conselheiros ligados ao Governo Federal que tentaram negociar a situação do aumento. Porém, a recusa do Presidente da República em conceder um subsídio para a estatal e os importadores privados em relação ao diesel dificultaram as negociações.
A princípio, o subsídio serviria para que a Petrobras importasse o diesel mais caro no exterior e vendesse-o por valores menores no país. Sendo assim, estima-se que a única forma de evitar o novo aumento seria através da concessão do subsídio, mas não houve autorização por parte do chefe do Executivo.
Os representantes da Petrobras ainda anunciaram que segurar o aumento poderia levar à importação do diesel em valores maiores, causando prejuízos à empresa e levando a um desabastecimento. No geral, a empresa está em conflito com o Presidente da República desde o início da pandemia, pois os reajustes dos combustíveis geram um grave desgaste à sua imagem.
Neste sentido, o Presidente tem tentado negociar e conter os reajustes para evitar prejuízos em ano eleitoral, mas ainda sem sucesso. Apesar das constantes negociações, nenhuma das partes quer ceder benefícios para garantir que os preços fiquem estáveis aos brasileiros.
Recentemente, em transmissão ao vivo nas suas redes sociais, Jair Bolsonaro disse que esperava pelo cancelamento do reajuste, para que a empresa não fizesse “maldade com o povo”. Entretanto, a pressão popular e dos aliados do governo está sendo insuficiente para frear a alta nos preços.
De acordo com a nota divulgada pela Petrobras, a estatal afirmou estar buscando um equilíbrio entre os preços nacionais e o mercado global, o que permitiu manter os preços estáveis por um período. No entanto, explicaram que os reajustes são fundamentais para evitar o desabastecimento no país.