Você já parou para pensar na temperatura de um raio? Essas “faíscas gigantes” de eletricidade que iluminam o céu durante uma tempestade são mais do que apenas um espetáculo visual; são forças extremamente poderosas que podem ser significativamente mais quentes que a superfície do Sol.
Cerca de 20 milhões de raios caem na Terra todos os dias, uma média de 200 raios por segundo. Eles representam um fenômeno atmosférico onde ocorre a liberação de eletricidade estática de grande magnitude.
Além disso, surgem em zonas da atmosfera com cargas elétricas opostas e podem manifestar-se tanto dentro de uma única nuvem quanto entre diferentes nuvens, ou entre nuvens e a terra.
Curiosamente, eles também são observados em outros planetas do nosso Sistema Solar, como Júpiter e Saturno.
Qual é a temperatura que um raio pode atingir?
No trajeto da descarga elétrica atmosférica, a temperatura pode escalar rapidamente até 30.000 °C.
A energia concentrada em certas regiões das nuvens se manifesta visivelmente como um raio, onde calor, luz e som convergem em um instante.
A atmosfera é cortada por faíscas luminosas que equilibram as cargas opostas presentes nas nuvens ou no solo.
Assim, o calor emitido é colossal, ultrapassando a temperatura superficial do Sol, que varia entre 5.500-6.000 °C.
Essa intensidade de calor é suficiente para derreter metais e até vaporizar rochas. O fenômeno prossegue em outras áreas da tempestade até que a carga elétrica seja dissipada pelas descargas.
Como os raios são formados?
A formação de um raio durante uma tempestade é um evento atmosférico impressionante que acontece entre nuvens ou entre uma nuvem e a terra.
O fenômeno luminoso que observamos é o relâmpago, e o som que ouvimos é o trovão, resultante da onda de choque criada pela descarga elétrica.
Para que um raio se forme, é essencial a presença de uma nuvem de tempestade, conhecida como cumulonimbus. O processo começa com a separação de cargas dentro da nuvem.
Acima dos 5 mil metros, as partículas de granizo, ao colidirem com cristais de gelo menores, ficam com carga positiva, enquanto os cristais de gelo adquirem carga negativa. Abaixo dessa altitude, o processo se inverte.
Com isso, os cristais de gelo mais leves são levados para o alto da nuvem, formando uma região de carga positiva entre 8 e 10 km de altura. Já a região de carga negativa se concentra a aproximadamente 5 km de altura.
Essa distribuição cria um polo positivo no topo da nuvem e um polo negativo na base, gerando uma diferença de potencial elétrico significativa.
A diferença pode ocorrer tanto dentro da própria nuvem, possibilitando relâmpagos intranuvens, quanto entre a nuvem e a terra, que se carrega positivamente em resposta.
Quando a tensão se torna insustentável, ocorre a descarga elétrica que conhecemos como raio.
Embora a maioria dos raios seja negativa, existem também os raios positivos, que transferem carga positiva da nuvem para o solo. Estes são menos comuns, representando cerca de 10% do total.
A energia total liberada por um raio pode não ser muito grande, mas devido à rapidez com que é liberada, seu impacto é extremamente poderoso.