A dúvida entre “seja” e “seje” é uma das mais frequentes na língua portuguesa. As duas formas são, por vezes, confundidas, mas apenas uma está correta.
Para entender isso, vamos começar com uma situação real: imagine que você está escrevendo um e-mail para um novo colega de trabalho.
Na hora de finalizar a mensagem, você deseja deixar uma frase cordial e profissional. Qual opção você usaria: “Seja bem-vindo!” ou “Seje bem-vindo”?
Continue lendo e veja qual é a forma certa de escrever esta palavra a seguir.
Seja ou seje?
A forma correta de escrita da palavra é “seja”, com “a” no final. A palavra “seje” está errada e não existe na língua portuguesa.
Seja é a forma conjugada do verbo ser no presente do subjuntivo, na primeira ou na terceira pessoa do singular, ou no imperativo, na terceira pessoa do singular.
O presente do subjuntivo é um modo verbal usado para expressar um fato incerto, hipotético, desejado ou dependente de outra ação.
Ele geralmente aparece em orações subordinadas introduzidas pela conjunção que. Veja a conjugação do verbo ser no presente do subjuntivo:
- (Que eu) seja;
- (Que tu) sejas;
- (Que ele) seja;
- (Que nós) sejamos;
- (Que vós) sejais;
- (Que eles) sejam.
Exemplos:
- Seja bem-vindo;
- Espero que você seja feliz;
- Que ele seja bem-sucedido em sua carreira;
- É importante que a sociedade seja mais justa.
Verbo ser no imperativo
O imperativo é um modo verbal usado para expressar uma ordem, um pedido, um conselho, uma sugestão ou um convite.
Ele pode ser afirmativo ou negativo. Observe a conjugação do verbo ser no imperativo:
- (Eu) —;
- (Tu) sê;
- (Ele) seja;
- (Nós) sejamos;
- (Vós) sede;
- (Eles) sejam.
Exemplos:
- Seja gentil com as pessoas;
- Não seja egoísta;
- Sejamos solidários uns com os outros.
Por que muitas pessoas confundem seja e seje?
O verbo ser é um dos mais usados e versáteis da língua portuguesa. Ele pode ter vários significados, como existir, ficar, permanecer, tornar-se, equivaler, pertencer, acontecer, entre outros.
Por isso, é importante saber como conjugá-lo corretamente em cada situação. Já a forma seje é um erro muito comum entre os falantes, principalmente na linguagem oral e informal.
Ela pode ser resultado de uma confusão com a conjugação do verbo ver no presente do subjuntivo (que eu veja, que tu vejas, que ele veja, etc.) ou de uma influência da pronúncia regional.
No entanto, ela não deve ser usada na norma culta da língua, nem mesmo em situações informais ou de humor. Um exemplo de uso irônico da palavra seje é o meme “seje menas”, que surgiu nas redes sociais para criticar pessoas que se acham superiores ou que exageram em algo.
A expressão é uma forma errada de dizer “seja menos” e brinca com a ideia de que a pessoa deveria ser menos arrogante, menos dramática, menos chata, etc.
Portanto, lembre-se: a forma correta de escrever a palavra é seja, sempre com “a” no final. O termo seje está errado e não deve ser usado em nenhuma hipótese.