Existe uma “cor média” do Universo e ela tem um nome bem diferente

De acordo com um grupo de astrônomos da Universidade Johns Hopkins, a cor do universo não é o preto nem o azul escuro que todos imaginamos.

Ao contemplarmos o cosmos, frequentemente o imaginamos como um vasto manto noturno, salpicado por estrelas cintilantes e galáxias em tons de azul, violeta, vermelho, verde e até mesmo rosa. 

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Contudo, astrônomos fizeram uma descoberta surpreendente sobre a cor do universo percebida da Terra.

Através do cálculo da média cromática de toda a luz cósmica, cientistas da Universidade Johns Hopkins revelaram qual é a tonalidade predominante no espaço.

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Qual é a “cor média” do universo?

Após examinar a luz de mais de 200 mil galáxias e mesclar as cores em uma imagem unificada, os cientistas chegaram à conclusão de que a cor predominante do universo é um branco similar ao do café com leite. 

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As propostas para sua denominação foram variadas, incluindo nomes inventivos como “Bege Big Bang” ou “Amêndoa Astronômica”, jogos de palavras como “Univeis” ou “Marfilamento”, e até mesmo algumas denominações peculiares como “Sopa de Marisco Primordial”. 

Contudo, o nome escolhido foi “café com leite cósmico” (cosmic latte, em inglês). Além disso, lhe foi atribuído o código hexadecimal RGB: #FFF8E7.

Anteriormente, as concepções sobre a cor do universo baseavam-se nas observações de Yuri Gagarin em 1961. Como o primeiro humano a orbitar a Terra, ele descreveu em seu diário: 

“A Terra é linda. Observo-a cercada por um halo azulado, e ao deixar meu olhar percorrer o céu, vejo-o transitar do azul para o turquesa, deste para o violeta e finalmente para a escuridão noturna.”

Cinco décadas mais tarde, em 2002, os astrônomos Karl Glazebrook e Ivan Baldry, da Universidade Johns Hopkins, declararam: “A cor é notavelmente semelhante ao turquesa claro padrão, mas com uma porção significativa de verde.”

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Naquela época, foi empregado o programa de observação 2dF Galaxy Redshift Survey, que auxiliou na criação do ‘espectro cósmico’, representando toda a energia emitida por essas galáxias em cada tonalidade do espectro de luz visível.

Entretanto, uma revisão posterior identificou um erro no software que, ao ser corrigido, alterou a interpretação da cor média do universo para um tom bege, em vez do branco anteriormente reportado. 

Os especialistas projetam que, com o passar do tempo, a cor predominante do universo se aproximará do vermelho, refletindo o envelhecimento e a transição cromática das estrelas para essa tonalidade.

Objetivo da pesquisa

A intenção principal da pesquisa não era definir a “cor do universo”, mas sim conduzir uma análise espectral de diversas galáxias para investigar a formação estelar. 

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A paleta de cores das estrelas fornece pistas sobre a idade de várias galáxias e sistemas estelares. Com efeito, o estudo revelou que a maioria das estrelas se formou aproximadamente há cinco bilhões de anos. 

Dado que essas estrelas eram mais luminosas no passado, a cor predominante do universo tem se alterado de azul para vermelho, à medida que mais estrelas azuis evoluem para amarelo e, eventualmente, para gigantes vermelhas.

A tonalidade bege do universo é atribuída ao fato de haver mais regiões emitindo luz vermelha, amarela e verde do que azul.

No entanto, quando consideramos a média de todo o céu, essa cor bege é atenuada e parece quase, mas não totalmente, preta.

Conforme a luz de galáxias distantes chega à Terra, a cor média do universo (vista do nosso planeta) tende a ser um branco puro, devido à luz das estrelas em sua juventude.

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