Você já ouviu falar sobre a Síndrome de Estocolmo? Frequentemente retratada pela cultura pop, o fenômeno envolve um cenário onde vítimas de sequestro ou reféns desenvolvem uma conexão emocional com seus captores. Mas qual seria sua origem?
Antes chamada de Síndrome de Norrmalmstorg, a origem para a denominação desse complexo estado psicológico surgiu 50 anos atrás. Tudo teria começado com um roubo de banco.
Para entender melhor sobre o assunto, confira abaixo a origem da Síndrome de Estocolmo e mais detalhes a respeito desse fenômeno.
Conheça a origem da Síndrome de Estocolmo
Como informado anteriormente, a Síndrome de Estocolmo se refere à ligação que uma vítima de sequestro pode criar por seu captor.
Em determinados casos, os sequestrados desenvolvem simpatia pelos criminosos e por sua causa, podendo até mesmo se voltar contra a polícia.
Ao contrário de um diagnóstico ou de uma transtorno, muitos especialistas descrevem o fenômeno como um mecanismo psicológico para lidar com a situação de captura e de abuso. Mas como ele teria recebido esse nome?
A origem da titulação Síndrome de Estocolmo remonta de um episódio que ocorreu na capital da Suécia em agosto de 1973.
Na época, o criminologista e psiquiatra Nils Bejerot teria aconselhado a polícia durante um impasse após o assalto a um banco. Enquanto os agentes lidavam com a cena, alguns reféns pareciam tomar o lado dos sequestradores, ficando contra a polícia.
Com isso, Bejerot denominou o fenômeno de Síndrome de Norrmalmstorg, praça onde estava localizado o banco em Estocolmo. Internacionalmente, porém, o caso ficou conhecido como Síndrome de Estocolmo.
Sobre o fato que ocasionou a origem do termo
Em 23 de agosto de 1973, o criminoso condenado Jan-Erik Olsson, de 32 anos, tentou assaltar um banco no centro da cidade de Estocolmo. De submetralhadora na mão e sob o efeito de entorpecentes, Olsson realizou uma tomada de reféns que durou seis dias.
O assaltante ganhou a atenção de boa parte dos meios de comunicação ao fazer quatro funcionários do banco reféns, utilizando mais dois como escudos humanos.
Vários policiais foram mobilizados para o resgate, e franco-atiradores se posicionaram ao redor do banco.
Enquanto isso, o criminoso fazia algumas exigências: 3 milhões de coroas suecas e que Clark Olofsson, um famoso ladrão do país, já preso, fosse levado à agência. O governo concordou.
Ao chegar à cena do crime, Olofsson rapidamente tomou as rédeas da situação. Foi ele quem conversou com a polícia, considerado um homem carismático e de boa oratória.
A partir de então, Jan-Erik foi acalmado e, Kristin Enmark, uma das reféns, passou a ver Olofsson como um salvador. Ao falar ao telefone com as autoridades, a jovem teria chocado ao mundo ao defender seus captores.
De acordo com Enmark, o verdadeiro medo dos reféns não era dos assaltantes, mas sim da polícia. Para eles, os agentes representavam uma ameaça real para as vítimas, por conta das falhas das forças de segurança durante todo o período de negociação.
Kristin chegou a falar várias vezes com as autoridades no telefone ao longo dos dias. No segundo dia de sequestro, em conversa telefônica com o então primeiro-ministro, Olof Palme, revelou confiar completamente nos criminosos.
Contudo, de acordo com a mulher, não existia nenhum amor ou atração física de sua parte por Olofsson. Basicamente, ele era sua chance de sobrevivência, e a pessoa que a protegeu de “Janne”, como era conhecido Jan-Erik.