Caso você sinta um forte cheiro de ‘cloro’ na piscina, é melhor sair dela

É comum pensar que um cheiro de cloro na piscina indica que a água está mais limpa e livre de contaminantes, mas não é bem assim.

Se você é uma pessoa que usa a piscina com frequência para se refrescar nos dias quentes, talvez tenha percebido que muitas vezes a água parece ter um cheiro mais forte de “cloro”.

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Inclusive, quando percebemos esse cheiro de forma mais intensa, tendemos a acreditar que a água está mais limpa. No entanto, esse odor característico pode indicar um grande acúmulo de sujeira. Continue lendo e entenda abaixo.

O que causa o forte cheiro de ‘cloro’ na piscina?

O forte cheiro de “cloro” associado às piscinas se deve às cloraminas, resultantes de uma combinação de cloro com substâncias como suor, óleos corporais e urina.

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Esses compostos tendem a causar irritação nos olhos, nariz e garganta, conforme cada contexto. Isso foi analisado em um estudo publicado na Environmental Science & Technology Letters.

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Xing-Fang Li, químico da Universidade de Alberta, e sua equipe desenvolveram um método para estimar a quantidade de urina em piscinas através da medição de adoçantes artificiais presentes na urina humana.

Adoçantes como o acessulfame de potássio (Ace-K) são utilizados nesse processo por não se degradarem facilmente na água.

A pesquisa indicou que uma piscina comercial com capacidade de 220.000 galões pode conter aproximadamente 20 galões de urina, enquanto uma piscina residencial média poderia ter cerca de dois galões.

Embora represente uma fração mínima do volume total da piscina, a presença de urina pode representar riscos à saúde e contribuir para odores persistentes.

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Para evitar isso, é recomendável que os nadadores tomem um banho rápido antes de entrar na piscina para remover suor e outras substâncias do corpo que possam reagir com o cloro.

Uma vez que a urina é introduzida na água, a substituição da água é necessária para eliminá-la completamente.

Os pesquisadores também observam que muitas piscinas não têm sua água trocada por anos, o que pode piorar a qualidade da água ao longo do tempo devido ao acúmulo de cloreto e outros subprodutos da desinfecção.

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Piscinas não são higienizadas com cloro

Por fim, é válido esclarecer que o que é adicionado às piscinas não é o cloro em si. O cloro (Cl₂), na forma de gás, é extremamente tóxico, causando irritação e sendo corrosivo, o que torna seu manuseio altamente perigoso.

Por essa razão, ele não é empregado na manutenção de piscinas. O produto frequentemente referido como “cloro para piscina”, disponível em comprimidos ou solução, é, na verdade, um sal denominado hipoclorito de sódio (NaClO).

Este composto possui propriedades oxidantes e bactericidas, e por isso, também está presente em certos agentes de limpeza, como o alvejante.

Ao se dissolver em água, o hipoclorito de sódio sofre uma reação química conhecida como hidrólise. Isso significa que o sal não apenas se dissolve, mas também reage com a água.

Durante essa reação, forma-se ácido hipocloroso (HClO), um oxidante poderoso que destrói microrganismos.

Adicionalmente, íons hidroxila (OH-) são gerados, influenciando a acidez da água. Quanto maior a quantidade desses íons, mais elevado será o pH da água.

No caso da piscina, manter o pH entre 7,2 e 7,8 é importante para prevenir corrosão e acúmulo de resíduos. Um pH abaixo de 7,2 pode danificar equipamentos e reduzir a eficácia dos produtos de limpeza.

Por outro lado, um pH acima de 7,8 favorece a formação de incrustações, especialmente em águas duras ricas em cálcio. É por isso que o NaClO é aplicado para estabilizar as variações.

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