8º continente demorou mais de 300 anos para ser encontrado

Uma equipe de geólogos conseguiu mapear completamente a massa terrestre subaquática do que pode ser considerada o oitavo continente da Terra.

Ao longo da história do nosso planeta, grandes áreas da terra e do mar passaram por alterações, algumas afundando e outras emergindo. Por isso, durante vários séculos, a existência de um oitavo continente era completamente desconhecida pela humanidade.

Até que os cientistas encontraram uma massa terrestre subaquática, no sudeste da Austrália, sugerindo que o mapa-múndi talvez precisasse ser atualizado.

Como é o 8º continente que foi encontrado após 300 anos?

Normalmente, dividimos o mundo em sete continentes: Europa, Ásia, África, América do Norte, América do Sul, Oceania e Antártida.

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Porém, pesquisadores encontraram um oitavo continente que estava escondido sob o Oceano Pacífico. Estima-se que ele se separou da Ásia há quase 85 milhões de anos e, com o tempo, mais de 90% dessa área terrestre ficou submersa em água.

O local foi batizado de Zelândia pelo geofísico Bruce Luyendyk em 1995. Além disso, também é conhecido como Tasmantis. A parte mínima de terra que não afundou é o que hoje compõe as ilhas da Nova Zelândia e da Nova Caledônia, o que corresponde a 6% do continente.

Mapeamento do novo continente

Um estudo, publicado na revista Tectonics, detalha como os pesquisadores usaram amostras de rochas do fundo do mar para analisar e datar a geologia subaquática da Zelândia.

A equipe de pesquisa, liderada por Nick Mortimer do Instituto GNS da Nova Zelândia, extraiu amostras de arenito, calcário e lava basáltica de várias eras nos dois terços do norte do novo continente.

Entre as descobertas, estão arenitos com cerca de 95 milhões de anos, juntamente com uma mistura de granito e seixos vulcânicos com até 130 milhões de anos e basaltos mais recentes com cerca de 40 milhões de anos.

A Zelândia tem uma história geológica única que está intimamente ligada ao antigo supercontinente Gondwana.

Há cerca de 80 milhões de anos, ao contrário da Austrália e de grande parte da Antártida, a Zelândia estava quase totalmente submersa, deixando apenas uma pequena porção visível.

O processo de mapeamento detalhado permitiu aos cientistas compreender como o território se formou e mudou ao longo do tempo.

Como esta área continental foi formada?

Segundo pesquisas, entre 100 e 80 milhões de anos atrás, houve um afinamento significativo da crosta que culminou no colapso do continente, devido ao estiramento em diversas direções.

Esse alongamento causou a formação de fissuras que permitiram a entrada da água do oceano e fizeram com que ela afundasse. Apesar de estar quase totalmente submersa, a Zelândia revelou sinais de sua antiga vida.

Os cientistas descobriram fósseis e esporos de pólen de plantas terrestres, restos de criaturas marinhas rasas e outras evidências de vidas passadas.

Além disso, foi confirmado que o local abrigou no passado uma fauna e flora variadas. É importante ressaltar que a maior parte da Zelândia permanece submersa.

As investigações em torno da formação da Zelândia, fornecem aos cientistas uma imagem mais completa da história geológica do nosso planeta.

Isto não só expande o nosso conhecimento deste novo continente, mas também pode ter implicações significativas para a nossa compreensão das placas tectônicas e da evolução da Terra.