De acordo com a 6ª edição do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, existem 370 mil palavras nesse idioma. Porém, muitos desconhecem algumas palavras com significado forte que caíram no esquecimento.
Isso porque o idioma teve diversas transformações com o passar do tempo e muitas expressões caíram em desuso. Apesar disso, são importantes registros da história e cultura dessa linguagem. Entenda mais a seguir.
Quais são as palavras com significado forte que caíram no esquecimento?
1. Sacripanta
A palavra sacripanta é um adjetivo que se refere a uma pessoa patife, mau-caráter e desprezível. Veja alguns exemplos de utilização dessa frase:
- O candidato roubou na contagem dos votos, é um sacripanta;
- Ele é um verdadeiro sacripanta por mentir na minha cara;
- Achei que podia confiar nele, mas não passa de um sacripanta.
2. Quiproquó
Apesar de parecer uma palavra inventada, esse adjetivo designa uma situação de confusão, mal-entendido e engano. Atualmente, se usa muito o termo “pepino” no lugar para descrever a mesma coisa. Veja exemplos a seguir:
- Nunca vivi uma semana com tanto quiproquó;
- Esse quiproquó é problema deles, não vou me meter;
- A empresa está cheia de quiproquó ultimamente.
3. Gorar
Diferente do verbo agourar, quer significa trazer um mau presságio, este verbo transitivo direto e intransitivo descreve o ato de frustrar, não dar certo ou então debelar. Veja alguns exemplos:
- Os meus planos de viagem foram gorados por conta do trabalho;
- Com essa chuva, nosso piquenique foi gorado;
- Eu sabia que essa festa ia gorar com essa banda tocando.
4. Botica
Antigamente, essa expressão era utilizada para descrever uma farmácia, mas é um termo mais comum no português lusitano. As transformações fizeram com que essa utilizaçao caísse, mas hoje em dia existem outras.
No geral, se utiliza botica ou boutique para designar uma loja de grife ou um tipo de estabelecimento de roupas que trabalha com peças únicas, exclusivas. Veja alguns exemplos da utilização anterior dessa palavra:
- Vou na botica comprar um xarope e já volto;
- Eles se encontraram na frente da botica e desceram para o baile;
- A botica mais antiga do mundo fica em Portugal.
5. Brunir
O que hoje se descreve como engomar ou passar roupas era chamado antigamente de brunir. Esse verbo descreve então o esforço de tornar um decido lustroso, engomando-o com técnicas especiais. Veja alguns exemplos:
- Eu passei o dia todo brunindo as roupas para o festival;
- Ela trabalhava brunindo os vestidos das madames na cidade toda;
- Fiquei tanto tempo brunindo que terminei o dia com dor nas costas;
6. Patego
Essa expressão era utilizada como uma ofensa para dizer que alguém era antiquado. Isso porque definir alguém como patego significa que ela é simplória, sem graça, desatualizada ou atrasada no tempo. Veja alguns exemplos:
- Esse deputado é um grande patego, veja como ele fala;
- Pensei estar apaixonada, mas descobri que ele é um patego;
- Aquela mulher é uma patega tamanha, nunca ouvi tanta bobagem.
7. Safanão
Essa é uma palavra antiga utilizada para designar o ato de bater, empurrar ou dar um cascudo em uma pessoa. Também é usado para descrever o ato de sacudir uma pessoa. Veja alguns exemplos a seguir:
- Minha mãe me deu um safanão porque eu fui grossa com ela;
- Tem gente que precisa de um safanão para acordar para a vida;
- Nem com um safanão isso se resolve.
Por que algumas palavras caem no esquecimento?
Segundo os linguistas e profissionais de Linguísticas, algumas palavras caem no esquecimento porque a linguagem se adapta às necessidades sociais. Como todo idioma é vivo, passa por transformações e adaptações.
Além disso, cada linguagem reflete os hábitos, costumes e a cultura de uma comunidade durante uma época específica. Por isso, anteriormente fazia sentido chamar a farmácia de botica, mas nos dias atuais não faz mais.
Mesmo que as ideias transmitidas sejam as mesmas, o que muda é a palavra e expressão utilizada na comunicação. Aliás, é por isso que também surgem novos termos diariamente, com base nas demandas dos falantes.