Por que algumas pessoas atraem mais mosquitos? A Ciência explica

Um novo estudo descobriu que certas pessoas são verdadeiros "ímãs de mosquitos"; leia e descubra porque isso acontece.

Embora mais de 3.500 espécies de mosquitos possam ser encontradas em todo o mundo, apenas 200 se alimentam de sangue humano. Além disso, apenas as fêmeas picam.

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Isso ocorre porque elas precisam das proteínas encontradas em nosso sangue para produzir seus ovos. Por outro lado, os mosquitos machos se alimentam do néctar e da seiva das plantas.

Infelizmente, a picada desses insetos pode ser mortal. De fato, segundo as estatísticas, o mosquito é visto como a criatura mais mortífera do mundo para os seres humanos, ficando à frente de serpentes, crocodilos, hipopótamos, elefantes, leões, lobos e tubarões.

Diante disso, muita gente quer se manter longe dos mosquitos. Mas porque algumas pessoas parecem verdadeiros “imãs” para estes insetos? A resposta está no odor corporal.

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Por que algumas pessoas são mais “atraentes” para os mosquitos?

Um estudo da Universidade Rockefeller, em Nova York, revela que o nível de ácido carboxílico na pele humana explica por que os mosquitos picam algumas pessoas mais do que outras.

Os resultados do relatório foram apresentados na revista Cell e determinam que a chave está nas moléculas de ácido que cada pessoa secreta em diferentes composições e quantidades. As pessoas que são mais atraentes para os mosquitos são aquelas que produzem em sua pele uma grande quantidade desses produtos químicos que afetam seu odor.

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Quanto à pele, esses ácidos carboxílicos, por exemplo, ácido lático, ácido urônico e outros ácidos são liberados pelas glândulas sebáceas que liberam o suor. Também ácidos derivados da fermentação de bactérias que vivem em nosso corpo.

Como o estudo foi feito?

Para realizar este estudo, os pesquisadores pediram a 64 voluntários que usassem meias de náilon sobre os antebraços durante seis horas por dia, repetindo o processo por um período de tempo.

Ao todo, durante três anos, eles realizaram cerca de 2.300 testes nos quais deram aos mosquitos a possibilidade de escolher quais pessoas preferiam picar. A investigação mostrou que esses insetos tinham predileção por certas moléculas, preferência que continuou a se repetir um ano depois.

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A espécie utilizada foi o Aedes aegypti, mosquito transmissor de doenças como febre amarela, zika e dengue. De longe, o voluntário que mais atraiu esses mosquitos foi o chamado ‘Sujeito 33’, que recebeu quatro vezes mais visitas dos insetos que o próximo do ranking, e nada menos que 100 vezes mais que o menos visitado por eles, o ‘Sujeito 19’.

As amostras nas tentativas não foram identificadas, então os experimentadores não sabiam qual participante usava qual meia. Ainda assim, eles notaram imediatamente que algo incomum estava acontecendo em qualquer teste envolvendo o Sujeito 33, porque os insetos estavam caindo direto em suas meias.

Logo a seguir, e perante estes resultados, os investigadores analisaram os diferentes voluntários para saber o que os diferenciava. Eles usaram técnicas de análise química para identificar 50 compostos moleculares presentes na pele dos participantes.

Durante esse tempo, eles descobriram que as vítimas mais atraentes são aquelas com os níveis mais altos de três ácidos carboxílicos: ácido pentadecanóico, heptadecanóico e nonadecanóico. No entanto, os autores do estudo esclareceram que pode haver mais tipos que eles não conseguiram identificar.

A conclusão

Por fim, os pesquisadores concluíram que não é possível se livrar desses ácidos sem prejudicar também a saúde da sua pele. Mas a pesquisa pode ajudar a encontrar novos métodos para repelir mosquitos. Pode haver maneiras de interagir com as bactérias da pele e mudar os odores atraentes dos humanos.

Ainda assim, descobrir maneiras de combater os mosquitos não é fácil, pois esses insetos evoluíram para se tornarem verdadeiras máquinas de morder. Além disso, os pesquisadores também fizeram o experimento com mosquitos cujos genes foram alterados para prejudicar seu olfato. Contudo, eles ainda foram atraídos pelos mesmos odores.

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