Ameaçado de extinção, este anfíbio consegue regenerar olhos e rabo

Este animal possui uma capacidade regenerativa extraordinária, podendo regenerar membros como olhos e rabo, e até partes do cérebro, chamando a atenção da ciência.

Você consegue imaginar um animal que pode regenerar partes do corpo amputadas, como os olhos e o rabo? Essa criatura existe, mas, infelizmente, está ameaçada de extinção.

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Nativo do México, o nome deste anfíbio significa “monstro da água”. Além disso, ele está presente na história e na cultura mexicana desde os tempos antigos, e sua figura se tornou um símbolo do país.

Saiba mais sobre esta curiosa salamandra aquática.

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Que anfíbio consegue regenerar olhos e rabo?

Qual animal pode regenerar partes do corpo, qual animal pode se regenerar sozinho, quanto tempo leva para um axolote se regenerar, qual animal tem capacidade de se regenerar.

O axolote é a espécie de vertebrado com maior capacidade de regeneração celular. Foto: Reprodução / Pixabay

O axolote (Ambystoma mexicanum), uma espécie rara de anfíbio mexicano, é conhecido por sua incrível capacidade de regenerar partes do corpo, como olhos e rabo, de forma completa e funcional.

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Essa capacidade única tem despertado o interesse de cientistas, que acreditam que entender a base genética desse processo pode levar a avanços na regeneração de tecidos humanos.

Porém, o enorme genoma do axolote, dez vezes maior que o dos humanos e repleto de sequências repetitivas de DNA, tem sido um obstáculo significativo para esse avanço.

Em 2020, pesquisadores da Universidade de Yale, liderados por Parker Flowers e Lucas Sanor, desenvolveram uma abordagem inovadora para superar essa complexidade genética.

Utilizando técnicas avançadas de edição genética, eles identificaram dois genes envolvidos na regeneração de membros e da cauda do axolote.

Esses genes estão ativos no blastema, uma massa de células que se forma no local de uma lesão e é fundamental para o processo de regeneração. A descoberta foi publicada na revista “eLife“.

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Por que o axolote corre risco de extinção?

O axolote está em perigo crítico de extinção devido a uma combinação de fatores ambientais e humanos. Um dos principais motivos é a drástica redução e degradação de seu habitat natural.

O Lago Xochimilco, onde o anfíbio vive, sofreu com o crescimento urbano descontrolado da Cidade do México, resultando na drenagem de mais de 85% de seu habitat original.

Além disso, os canais remanescentes enfrentam problemas graves de poluição, causados pelo despejo de águas residuais e pelo uso de fertilizantes agrícolas, que afetam diretamente a qualidade da água e a sobrevivência da espécie.

Outro fator significativo é a introdução de espécies exóticas, como carpas e tilápias.

Esses peixes foram introduzidos pelo governo local para promover a aquicultura, mas, sem um programa adequado de controle, tornaram-se predadores dos filhotes e competidores por recursos alimentares.

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Essa competição desequilibrou o ecossistema local, contribuindo ainda mais para o declínio da população de axolotes, que já estava vulnerável devido à perda de habitat e à poluição.

A situação é alarmante: em 1998, havia cerca de 6.000 axolotes por quilômetro quadrado no Lago Xochimilco, mas, em 2008, esse número caiu para apenas 100.

Atualmente, estima-se que a população selvagem seja ainda menor, colocando o axolote na lista de espécies ameaçadas de extinção.

Curiosidades sobre o axolote

  • A palavra “axolote” vem do náuatle Xólotl, nome do deus asteca associado à morte, ressurreição e transformação, refletindo a capacidade regenerativa do animal;
  • Apesar de ser chamado de “peixe mexicano ambulante”, o axolote é, na verdade, um anfíbio, e não um peixe;
  • Esta salamandra aquática possui pulmões, uma cabeça larga, olhos redondos sem pálpebras, guelras externas e uma cauda em forma de barbatana, que usa para nadar;
  • Embora o tamanho médio do axolote seja de 15 centímetros, ele pode chegar a até 30 centímetros de comprimento;
  • O axolote é uma espécie neotênica, ou seja, mantém características juvenis, como a aparência de larva, mesmo na fase adulta;
  • Ele respira de três formas diferentes: pela pele, pelos pulmões e pelas guelras externas.
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