Uma nova onda de calor tem afetado parte do Brasil, com temperaturas elevadas acima da média histórica para o mês de março. O fenômeno, caracterizado por mais de cinco dias consecutivos com termômetros acima do normal, deve persistir em algumas regiões.
Estados como Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso estão entre os mais impactados.
Nos últimos anos, ondas de calor têm se tornado mais frequentes no país. O aumento incomum das temperaturas, acima dos padrões históricos, está ligado às mudanças climáticas extremas que afetam o planeta.
Quando termina a nova onda de calor em março?

As temperaturas na maior parte do Brasil devem se manter altas até o final do verão. Foto: Reprodução / Pexels
A nova onda de calor que atinge o Brasil em março deve persistir durante a primeira quinzena do mês, segundo a Climatempo. O fenômeno é causado por um bloqueio atmosférico, que impede a entrada de frentes frias em grande parte do país.
Até o dia 10 de março, apenas o extremo sul, como a costa do Rio Grande do Sul, deve sentir algum alívio com a chegada de massas de ar mais amenas.
A partir da segunda quinzena, a previsão indica que as frentes frias avançarão pela costa das regiões Sul e Sudeste, ajudando a reduzir as temperaturas.
Com isso, as médias térmicas devem se aproximar dos padrões normais para o período. No entanto, algumas áreas do país ainda podem registrar temperaturas acima da média ao longo do mês.
Por outro lado, chuvas volumosas são esperadas no litoral do Sul e Sudeste, além de áreas como Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal, principalmente a partir do fim da primeira quinzena.
Na Região Norte, as pancadas de chuva continuam frequentes, impulsionadas pelo calor e pela alta umidade, típicos da atuação de linhas de instabilidade tropicais.
La Niña deve durar até abril
A previsão indica que o La Niña permanecerá ativo até abril de 2025, com 59% de probabilidade.
Durante esse período, espera-se que grande parte do Brasil registre temperaturas acima da média, enquanto as chuvas se concentram nas regiões Norte, Centro-Oeste e em partes do Nordeste.
No Sudeste, as frentes frias devem passar mais rapidamente, levando chuvas para essa região e parte do litoral nordestino.
Contudo, o comportamento do clima também depende de outros fatores, como a temperatura do Oceano Atlântico Tropical, que pode intensificar ou atenuar os impactos do La Niña.
O aquecimento do Atlântico, por exemplo, favorece o deslocamento da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), aumentando as chuvas no Norte do país.
ZCIT e aumento das chuvas
A Zona de Convergência Intertropical é um sistema meteorológico formado pelo encontro dos ventos alísios dos Hemisférios Norte e Sul, que provoca tempestades e acumulados elevados de precipitação.
A posição da ZCIT varia ao longo do ano, deslocando-se entre as latitudes ao norte e ao sul do Equador. Em março, ela tende a se posicionar mais ao sul, influenciando diretamente o clima da região Norte do Brasil.
Além disso, as condições do Oceano Atlântico, com águas mais quentes no sul e mais frias no norte, contribuem para manter a ZCIT próxima à costa norte, aumentando a instabilidade atmosférica e intensificando as chuvas.