Pode parecer ficção, como nos filmes “Jurassic Park”, mas uma empresa de biotecnologia prometeu ‘reviver’ um mamífero pré-histórico e outros animais extintos até 2028.
A Colossal Biosciences, líder da iniciativa, possui vários projetos para ressuscitar espécies perdidas usando tecnologias de edição genética. Isso significa que a era da desextinção pode estar começando, e o primeiro animal a ser “trazido de volta” pode surpreender o mundo em poucos anos.
Qual mamífero pré-histórico está prestes a ressuscitar?
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A empresa Colossal está na corrida para trazer de volta à vida o mamute-lanoso. Foto: Reprodução / Pixabay
O mamífero pré-histórico que está prestes a “ressuscitar” é o mamute-lanoso (Mammuthus primigenius), uma espécie icônica que desapareceu há cerca de 4.000 anos.
O plano audacioso da Colossal consiste em transformar células de elefantes asiáticos (seus parentes mais próximos) em células-tronco pluripotentes induzidas (iPSCs) para criar um híbrido geneticamente semelhante ao mamute-lanoso, conforme estudo divulgado pela empresa.
A expectativa é que o primeiro “bebê mamute” possa nascer até 2028, tornando-se um marco histórico na ciência da desextinção. Além do mamífero pré-histórico, a Colossal também tem projetos para reviver outras espécies extintas, como o dodô e o tigre-da-tasmânia.
Foco no mamute
O foco no mamute-lanoso é uma estratégia para combater as mudanças climáticas. A reintrodução desses animais em ecossistemas como a tundra siberiana poderia ajudar a restaurar pastagens e aumentar o sequestro de carbono, contribuindo para a mitigação do aquecimento global.
Essa abordagem combina tecnologia de ponta com soluções baseadas na natureza, alinhando-se aos objetivos do Acordo de Paris.
A Colossal acredita que seus esforços podem ir além da ressurreição de espécies, impulsionando também a preservação da biodiversidade e a restauração de habitats.
A companhia também está engajada em esforços de conservação, como a proteção do rinoceronte-branco-do-norte e o desenvolvimento de vacinas para doenças que afetam elefantes.
Com mais de US$ 435 milhões arrecadados desde sua fundação em 2021, a empresa demonstra que a visão de um futuro onde espécies extintas voltam a caminhar na Terra está cada vez mais próxima da realidade.
Primeira espécie extinta a ser trazida de volta à vida
Até o momento, o único caso que pode ser considerado um sucesso parcial na desextinção de mamíferos ocorreu com o bucardo (Capra pyrenaica pyrenaica), uma espécie de cabra que habitava os Pireneus.
Em 2000, Celia, o último exemplar conhecido, morreu após ser atingida por uma árvore. Cientistas coletaram amostras de seus tecidos e, anos depois, uma equipe liderada por José Folch tentou reviver a espécie usando técnicas de clonagem semelhantes às aplicadas na ovelha Dolly.
Apesar dos desafios, o projeto representou um marco na ciência da desextinção. Os pesquisadores clonaram mais de 750 embriões e implantaram 208 em cabras híbridas.
Somente sete gestações progrediram, e um único filhote de bucardo chegou a nascer em 30 de julho de 2003. O animal nasceu vivo e tentou se levantar, mas uma malformação pulmonar causou sua morte em menos de dez minutos.
Embora o resultado tenha sido trágico, o experimento demonstrou que a clonagem de espécies extintas é tecnicamente possível, abrindo portas para futuras tentativas com tecnologias mais avançadas.
A desextinção, no entanto, levanta questões éticas e científicas complexas.
Reviver espécies extintas pode trazer avanços significativos para a genética e a biologia, mas também gera debates sobre a viabilidade de reintroduzir esses animais em um ambiente radicalmente diferente do seu habitat original.