Considerado extinto, maior mamífero continental reaparece após um século

O reaparecimento do maior mamífero continental reforça a importância dos esforços de conservação e traz esperança para a recuperação de outras espécies ameaçadas.

Em uma surpresa que animou cientistas e conservacionistas, o maior mamífero terrestre da América do Sul, considerado extinto há mais de um século na Mata Atlântica, reapareceu em uma região costeira do Brasil.

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Esse retorno histórico é visto como uma vitória para a biodiversidade, uma vez que a presença de animais como esse ajuda a manter ecossistemas saudáveis, essenciais para o equilíbrio ambiental e até para atividades humanas, como a produção de alimentos.

Qual é o maior mamífero da América do Sul que voltou à natureza?

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Considerado extinto, maior mamífero continental ressurge após 100 anos

Considerado extinto, maior mamífero continental ressurge após 100 anos. Foto: Ascom-Instituto Estadual do Ambiente/Divulgação

A anta (Tapirus terrestris) é o maior mamífero terrestre da América do Sul, podendo pesar até 300 quilos. Recentemente, sua presença na Mata Atlântica, após mais de um século de ausência, trouxe esperança para a conservação da biodiversidade.

No Parque Estadual do Cunhambebe, no Rio de Janeiro, câmeras registraram uma família de antas, incluindo uma fêmea e seus filhotes, indicando que a espécie está se restabelecendo naturalmente na região.

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Esse retorno espontâneo é um sinal de que as matas fluminenses estão se recuperando, oferecendo condições ideais para a sobrevivência desses animais.

Além disso, projetos de reintrodução, como o realizado na Reserva Ecológica de Guapiaçu, têm contribuído para o aumento da população de antas, reforçando a importância de iniciativas de conservação e restauração de habitats.

Características da anta

A anta impressiona pelo tamanho: pode atingir até 2 metros de comprimento e pesar 300 quilos na fase adulta. Confira outras características:

Características FísicasHabitat e Comportamento
Pelagem curta e áspera, de cor cinza escuraVive em florestas e campos da América do Sul
Crina curta e estreita no pescoçoPrefere habitats próximos a corpos d’água
Orelhas com pontas brancasÉ uma habilidosa nadadora
Olhos pequenosÉ um animal solitário
Focinho alongado e flexível, semelhante a uma pequena trombaÉ noturno, dormindo quase o dia todo e saindo à noite em busca de alimento
AlimentaçãoPapel Ecológico
Alimenta-se de plantas terrestres e aquáticas, brotos, cascas de árvore e frutosDispersa sementes com as fezes, ajudando na regeneração da vegetação nativa
Consome mais de 200 espécies de frutos de mais de 60 famíliasContribui para o aumento da diversidade das plantas em florestas tropicais
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O que a ausência da anta na natureza pode causar?

A ausência de antas na natureza pode desencadear uma série de impactos negativos para os ecossistemas, especialmente na Mata Atlântica.

Um estudo realizado ao longo de 15 anos na Serra do Mar paulista mostrou que a extinção de grandes mamíferos herbívoros, como antas e queixadas, altera significativamente a biodiversidade da floresta.

A pesquisa, publicada na revista Journal of Ecology, revelou que a exclusão desses animais leva a uma superdominância de árvores e palmeiras, reduzindo a diversidade de outras formas de vida vegetal, como arbustos, ervas e trepadeiras.

Papel ecológico das antas e queixadas

Antas e queixadas atuam na dispersão de sementes e na manutenção do equilíbrio ecológico. Sem a presença desses animais, a dinâmica natural da floresta é comprometida.

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As antas, por exemplo, consomem frutos e defecam as sementes quase intactas, ajudando na germinação de novas plantas em diferentes áreas. Já as queixadas, ao se movimentarem em bandos, pisoteiam e revolvem o solo, facilitando a fixação das sementes.

A falta desses processos naturais pode levar à simplificação da floresta, com a perda de espécies vegetais que servem de alimento, abrigo e refúgio para diversos animais, desde invertebrados até grandes vertebrados.

Além disso, a ausência de antas e queixadas pode impactar o sequestro de carbono, um serviço ecossistêmico vital para mitigar as mudanças climáticas.

O estudo mostrou que a alteração na composição das plantas, causada pela falta desses mamíferos, pode afetar o balanço de emissão e absorção de carbono na floresta.

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