Marte é um planeta que atrai a atenção dos cientistas, especialmente por suas luas peculiares, Fobos e Deimos — batizadas em homenagem aos deuses gregos do “medo” e do “pânico”.
O ‘planeta vermelho’ como é chamado, voltou aos holofotes após imagens da sonda Mars Reconnaissance Orbiter (MRO) revelarem um suposto “monumento” gigante tanto em sua superfície, quanto na lua Fobos, reacendendo debates sobre suas origens misteriosas.
Há décadas, esses “monólitos” intrigam cientistas, incapazes de decifrar sua natureza. Até mesmo, ufólogos especulam a relação de “aliens” com essas estruturas.
Quem colocou enormes monólitos em Marte?
![O que já foi achado em Marte, o que tem de valioso em Marte, quais são as novas descobertas da sonda Insight em Marte, foi encontrada bactéria em Marte.](https://concursosnobrasil.com/wp-content/uploads/2025/02/monumento-em-marte-e-fobos.jpg)
Monumentos levantam questões como a possibilidade de vida passada em Marte e a existência de seres extraterrestres. Foto: Ilustração / Reprodução / Pixabay
O monólito marciano, capturado pela câmera HiRISE da sonda MRO, é uma formação rochosa retangular de aproximadamente 90 metros, localizada na base de um penhasco.
Sua geometria precisa e posição vertical chamaram a atenção de entusiastas, que comparam sua aparência aos monólitos artificiais do filme 2001: Uma Odisseia no Espaço.
Contudo, a equipe científica do HiRISE, vinculada à Universidade do Arizona, afirma que se trata de uma rocha natural, destacada do leito rochoso devido a processos geológicos, como fraturas e erosão.
Já o monumento de Fobos também desperta curiosidade. Popularizado em 2009 por Buzz Aldrin, que instigou questionamentos sobre sua origem, o objeto tornou-se alvo de teorias que variam de construções alienígenas a fenômenos naturais.
A comunidade científica, porém, descarta hipóteses extraterrestres, sugerindo que se trata de um bloco rochoso destacado de uma encosta próxima, possivelmente formado por impactos de asteroides ou por erosão.
Os astrônomos indicam que parte dos detritos na superfície de Fobos pode ter origem marciana, lançada ao espaço por colisões no Planeta Vermelho e posteriormente depositada em sua lua.
Monumento pode está ligado à formação das luas marcianas
A natureza irregular de Fobos e Deimos, as duas luas de Marte, sempre gerou debates sobre sua formação. Até 2016, três hipóteses principais circulavam: captura de asteroides, formação a partir de material marciano ou resultado de um impacto colossal.
Dois estudos publicados naquele ano reforçaram a teoria do impacto, propondo que um protoplaneta atingiu Marte há bilhões de anos, gerando um disco de detritos.
Esse material formou lua maior, que, por sua vez, fragmentou-se, originando Fobos, Deimos e outros satélites menores. Com o tempo, a maioria desses corpos colidiu com Marte, restando apenas as duas luas atuais.
O monólito, nesse contexto, poderia ser um fragmento exposto do núcleo rochoso de Fobos, oferecendo pistas sobre sua composição primordial.
Futuro da pesquisa
Apesar das descobertas, os monumentos marcianos ainda carecem de análises in loco. Missões propostas visam coletar amostras para testar a hipótese do impacto e investigar a estrutura do objeto.
Entretanto, o tempo é um fator preocupante: observações de 2015 revelaram sulcos na superfície de Fobos, indicativos de que a lua está se desintegrando gradualmente devido às forças de maré marcianas.
Estimativas apontam que seu colapso final ocorrerá em 30 a 50 milhões de anos, quando seus fragmentos formarão um anel ao redor de Marte.
Até lá, o estudo dos monólitos e de Fobos poderá esclarecer o passado turbulento do sistema marciano, bem como os efeitos de eventos cósmicos em corpos celestes aparentemente inertes.