Estudo revela que Mercúrio pode ter geleiras de sal

Em uma nova descoberta astronômica, cientistas dizem que o planeta mais próximo do Sol pode ter geleiras de sal em seus polos.

As geleiras são uma das características definidoras da Terra, e a maioria de nós sabe desde a infância o que são e onde podem ser encontradas: no Ártico, na Antártica ou nas encostas de grandes montanhas. Curiosamente, um estudo recente do Instituto de Ciências Planetárias (PSI), dos Estados Unidos, revelou que Mercúrio pode ter geleiras de sal.

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Isto não significa que estes glaciares sejam idênticos aos encontrados em nosso planeta. Mercúrio é feito de sal, enquanto abaixo de sua superfície há uma camada de gelo “esponjoso”. Mas ambos têm muito em comum com as geleiras tradicionais.

Como são as geleiras de sal de Mercúrio?

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Geleiras de sal são encontradas em muitos lugares na Terra. As mais famosas delas estão nas montanhas Zagros, no Irã. “São glaciares em termos da sua morfologia e dos processos que os formam, embora o material seja diferente do que normalmente associamos a uma geleira”, explica a glaciologista Uliana Horodyskij-Pena, fundadora da Science in the Wild em Boulder, Colorado.

A investigação realizada pela equipe liderada por Alexis Rodríguez revela que os glaciares de sal em Mercúrio podem ter se originado de camadas ricas voláteis (VRC), que estão enterradas nas profundezas da superfície do planeta e são então expostas por impactos de asteroides.

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Os modelos desenvolvidos pelos cientistas apoiam fortemente a teoria de que o fluxo de sal levou à formação destas estruturas, e que conseguiram reter materiais voláteis durante mais de mil milhões de anos.

Fator-chave para a vida

O desenvolvimento da vida como a conhecemos possui muitos elementos que vão além da água, do oxigênio, das temperaturas amigáveis ​​e da respiração. Microrganismos que se desenvolvem em ambientes complexos também fazem parte da existência e em muitos casos podem significar o início da vida.

“Compostos salinos específicos da Terra criam nichos habitáveis ​​mesmo em alguns dos ambientes mais adversos onde ocorrem, como o árido deserto do Atacama, no Chile”, afirma Alexis Rodríguez.

A comparação do professor Rodríguez é para explicar que em ambientes de alta temperatura também existem formas de vida; o que também poderia ser possível em Mercúrio.

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O corpo celeste mais próximo do Sol possui condições extremas para um ser humano. Durante o dia há temperaturas de até 430 graus Celsius e à noite cai para -180°C.

Descoberta anima comunidade científica

O professor Rodríguez destacou ainda a importância desta exploração pioneira das geleiras de Mercúrio, ampliando nossa compreensão dos parâmetros ambientais que poderiam favorecer a vida.

Além disso, ressaltou sua relevância para a astrobiologia, oferecendo uma dimensão essencial à exploração da habitabilidade de exoplanetas semelhantes a Mercúrio.

Esta descoberta se junta a outras, como as geleiras de nitrogênio em Plutão, onde a presença de vida é descartada. As geleiras de nitrogênio em Plutão, localizadas no Sputnik Planum, representam uma característica única no Sistema Solar, solidificando o nitrogênio devido às baixas temperaturas que podem atingir até -230°C.

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