Cientistas buscam estrelas que sumiram há mais de 70 anos

Nas últimas décadas anos pelo menos 100 estrelas sumiram do nosso céu, e os astrônomos ainda não sabem por quê.

Durante milhares de anos, os cientistas acreditaram que as estrelas eram eternas e imutáveis. Hoje sabemos que elas têm uma vida útil longa e quando uma se extingue, deixa vestígios claros. Mas, por que algumas simplesmente desapareceram do céu?

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A teoria é de um grupo de astrônomos, cuja pesquisa sugere que cerca de 100 desses astros sumiram nos últimos 70 anos, sem motivo aparente. Inclusive, os especialistas relataram que um trio de estrelas desapareceu “dentro de 50 minutos” em 1952.

O “sumiço” de estrelas em 1952

Em julho de 1952, o Observatório Palomar registrou o desaparecimento repentino de três estrelas em seu levantamento fotográfico do céu noturno. Elas, inicialmente brilhantes na imagem, não foram detectadas em um segundo registro, indicando um rápido e considerável escurecimento.

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Diferentes teorias foram propostas para explicar o fenômeno, incluindo a possibilidade de que os astros tenham diminuído em brilho, a ocorrência de um evento raro envolvendo um buraco negro, ou até mesmo a interferência de radiação dos testes de armas nucleares na área.

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A falta de evidências claras levou a incerteza, destacando a necessidade de levantamentos modernos para resolver esse enigma.

Como foi constatado o ‘sumiço’ de estrelas?

O Projeto VASCO (Vanishing and Appearing Sources during a Century of Observations), liderado por Beatriz Villarroel, do Instituto Nórdico de Física Teórica, em 2017, estabeleceu um método para investigar este assunto.

Trata-se de comparar fotos do céu captadas em meados do século XX e mais recentemente. Os pesquisadores coletaram imagens de diferentes épocas e usaram software para comparar 600 milhões de fontes de luz.

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E a descoberta deixou-os sem palavras: pelo menos uma centena de estrelas que eram visíveis há 60 ou 70 anos desapareceram hoje. E não há razão científica para explicar isso.

As imagens antigas foram registradas pelo Telescópio Samuel Oschin do topo da Montanha Palomar, Califórnia, em 1949, e digitalizadas pelo Observatório Naval dos EUA (USNO).

Já os dados modernos foram coletados pelo Panoramic Survey Telescope and Rapid Response System (Pan-STARRS), capturados no Observatório Haleakalā, no Havaí, entre 2010 e 2014.

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O que fez com que os astros desaparecessem em menos de um século?

Villarroel explica que pode ser o resultado de “algum tipo de brilho óptico de explosões de raios gama ou explosões rápidas de rádio”.

“Prevê-se que tais explosões tenham amplitudes supergrandes de cerca de oito a dez magnitudes, mas desaparecem em apenas alguns minutos e não parecem ter qualquer tipo de contrapartida visível quando olhamos para os locais com grandes telescópios”, afirma Beatriz.

Ou pode ser o resultado de uma supernova “fracassada” – uma enorme estrela colapsando num buraco negro tão grande que não deixa vestígios. No entanto, esse tipo de ocorrência é incrivelmente raro.

O astrônomo Martin López Corredoira, do Instituto de Astrofísica das Ilhas Canárias, co-autor do estudo, também acrescentou que “nenhum destes eventos mostra sinais de inteligência extraterrestre”.

Por fim, os membros do Projeto VASCO estudam a possibilidade de expandir esta iniciativa para que qualquer pessoa possa ajudar a encontrar mais estrelas desaparecidas, executando o software em modo colaborativo. Eles também planejam usar inteligência artificial para identificar mais rapidamente discrepâncias entre fotos de diferentes períodos.

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