O governador do estado do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), tomou decisão drástica acerca do concurso PMERJ (Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro). Após receber uma série de denúncias de fraude, Castro mandou anular a prova objetiva realizada no último domingo (27/08).
A ordem foi dada nesta quarta-feira (30/08) e contou com a prisão de 20 candidatos. Após o ocorrido, o governador se manifestou em vídeo divulgado pela TV Globo no programa “Bom dia, Rio”, dizendo:
“Infelizmente nem tudo acontece como nós queríamos. Nós não vamos ficar calados sobre todas as denúncias que chegaram a nós, que chegaram à Assembleia Legislativa, que chegaram ao Ministério Público mostrando falhas no sistema da prova, mostrando falhas, sobretudo, no processo de fiscalização. Não era o que nós queríamos, mas gostaria de anunciar que eu determinei o cancelamento desta etapa, ou seja, a prova que aconteceu no último domingo será cancelada”.
Esse concurso PMERJ bateu recorde de inscritos para entrada no órgão, tendo cerca de 120 mil candidatos pleiteando o preenchimento de 2 mil vagas. Todas as oportunidades são para Soldados, sendo 1.800 para homens e 200 para mulheres.
Concurso PMERJ: todo o certame foi anulado?
Os candidatos que se inscreveram não precisam se preocupar, pois não serão totalmente lesados. De acordo com Castro, apenas a primeira etapa do concurso PMERJ foi anulada. Ou seja, o certame continua valendo, sem nenhum tipo de suspensão. No entanto, será necessária a realização de uma nova prova objetiva.
“Quem se inscreveu pode ficar tranquilo que em breve vamos anunciar as novas datas para a realização das provas, que acontecerão ainda este ano”, explicou. Agora, os inscritos precisam aguardar a divulgação de um novo cronograma.
Por que a prova do concurso PMERJ foi anulada?
A decisão do governador em anular a prova do concurso PMERJ aconteceu após vários candidatos relatarem descumprimento de regras por outros concorrentes. De acordo com as denúncias, no momento da avaliação, havia pessoas utilizando aparelhos celulares enquanto respondiam as questões.
Essa é uma prática proibida pelo edital e a consequência é eliminação do candidato. O documento determina que celulares e outros eletrônicos, bem como objetos num geral que não são permitidos, devem ser colocados em envelope especial. Esse é entregue pelos fiscais na porta da sala de aplicação e precisa ser lacrado e colocado debaixo da carteira.
A banca organizadora contratada para cuidar de todas as etapas foi o Instituto Brasileiro de Apoio e Desenvolvimento Executivo (IBADE). Entre as funções da instituição está garantir o cumprimento das regras previstas em edital. O IBADE chegou a emitir nota informando a exclusão de candidatos com condutas inadequadas:
Nota da banca organizadora sobre o concurso PMERJ. Foto: Reprodução / IBADE
A empresa se manifestou um dia após a realização das provas do concurso PMERJ. No entanto, isso não foi o suficiente para evitar a anulação.
“Contratamos uma empresa para realizar um concurso e o que vimos no último fim de semana é inadmissível. Diante do que foi amplamente mostrado nas redes sociais, e em respeito aos candidatos que agiram corretamente, não me resta alternativa que não seja cancelar a prova objetiva”, afirmou o governador do RJ.
Concurso PMERJ: o que acontece agora?
Conforme dito anteriormente, os candidatos precisam aguardar a divulgação de novas datas de prova. Enquanto isso, é recomendado voltar a estudar os conteúdos teóricos e continuar se preparando para as demais etapas do concurso PMERJ. A nova avaliação objetiva deve, novamente, conter 50 questões de:
- Língua Portuguesa;
- Matemática Básica;
- Noções de Direitos Humanos;
- Noções de Direito Administrativo e Legislação Aplicada à PMERJ;
- Noções de Direito Penal e Processo Penal.
