A ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, anunciou a realização de mais dois concursos federais. A informação foi adiantada ao programa institucional Brasil em Pauta, da TV Brasil, na noite do último domingo (9).
No primeiro bloco da entrevista de 27 minutos, a titular revelou um pedido específico do presidente Lula e adiantou quais concursos devem se somar à lista de 4,4 mil vagas já autorizadas para 20 órgãos federais recentemente.
Ressaltou também como o funcionalismo público é encarado pelo governo federal e falou sobre reajuste dos atuais servidores. Confira a seguir o resumo com os principais pontos da entrevista concedida à TV Brasil.
Quais os novos concursos adiantados pela ministra?
“Eu estava na coletiva de anúncio de concursos, e o presidente me ligou cobrando que faltavam duas áreas que não estavam lá e vão sair em breve, que era mais pra áreas sociais, ministérios mais transversais, como da Igualdade Social, Povos Indígenas, Direitos Humanos. Ele falou: ‘está faltando essas áreas’.
Ele cobrou muito Ibama, e eu expliquei a ele que Ibama já tinha um concurso em aberto e a gente deve fazer um novo. E a gente deve soltar em breve também o dos analistas de política social, que é pra trabalhar nesses ministérios da área social que cresceram de importância no governo atual e precisam de gente pra trabalhar. Os ministérios estavam totalmente precarizados, sem gente, sem estímulo pra trabalhar”, ressaltou a ministra Esther Dweck.
Novo concurso Ibama
Apesar de abrir seletivos para contratação temporária constantemente, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) teve seu último concurso público realizado em 2021, quando edital publicado pelo Cebraspe distribuiu 568 vagas entre todos os estados e o Distrito Federal.
Na ocasião, a faixa salarial variava de R$ 4 mil (técnicos/nível médio) e R$ 8,5 mil (analistas ambientais/nível superior). As provas foram aplicadas em janeiro do ano passado, simultaneamente nas 26 capitais brasileiras.
Mais recentemente, em abril deste ano, foi a vez da ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, salientar a importância de um novo concurso Ibama, ao destacar que o número de fiscais reduziu de 1,7 mil para 700 no período de 15 anos.
Analista em Desenvolvimento de Políticas Sociais
Já o outro concurso mencionado pela ministra Esther Dweck não tem uma pasta específica até o momento. A carreira de Desenvolvimento de Políticas Sociais foi criada pelo poder executivo em 2009 (lei nº 12.094), ao instituir 2,4 mil cargos efetivos para analistas técnicos (ensino superior completo).
Na primeira versão do texto, publicado há mais de uma década, os vencimentos variavam entre R$ 2,9 mil e R$ 5,1 mil, valores que certamente serão atualizados em um futuro certame.
“A gente não vê os servidores como parasitas”
Outro ponto abordado pela ministra Esther Dweck durante a entrevista à TV Brasil foi a importância de valorizar o serviço público, que conta atualmente com 600 mil servidores federais ativos civis e 400 mil militares, totalizando quase 1 milhão de trabalhadores.
“A gente não vê os servidores como parasitas. Essa é uma fala que ficou famosa, né, no governo anterior. Ao contrário, a gente vê os servidores como a maneira de que as políticas públicas cheguem pra população, não consigo fazer política pública sem gente, sem pessoas”, destacou.
A titular teceu críticas à gestão anterior e explicou que, em âmbito local, as áreas que mais empregam servidores são pastas essenciais, como saúde, educação e segurança.
“O ministro Guedes [da Economia] gostava de mostrar queda da ocupação no setor público federal. Ele dizia que isso era substituição por digitalização etc. Bom, a gente tem feito um esforço de aumentar a digitalização, mas também de dimensionar corretamente a folha. E a gente viu que grande parte não foi digitalização, foi precarização mesmo”, enfatizou.
Reajuste salarial dos concursados
Por fim, a ministra também chamou a atenção para o reajuste do funcionalismo federal. “O que aconteceu esse ano foi resolver uma certa injustiça que tinha acontecido. A maior parte dos servidores públicos federais estava sem aumento desde 2017, e não é nem correção pela inflação, é zero aumento”, pontuou a ministra.
No final do ano passado, o Congresso aprovou aumento para os servidores do legislativo e do judiciário, e não aprovou do executivo. Então era uma questão até de equidade mínima entre os servidores, estender o aumento aos servidores civis, e claro, muito aquém do que eles gostariam”, enfatizou a ministra.