Você sabia que uma sonda chinesa encontrou água na Lua? A Lua, nosso satélite natural, é produto da formação do sistema solar e as hipóteses de sua criação ainda estão sob investigação.
Ela está a uma distância de 384.400 km da Terra e sua gravidade é tão pequena que um humano consegue ‘flutuar’ ao caminhar sobre ela.
No século passado, a Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço (NASA) iniciou a exploração lunar com o programa Apollo. Além disso, na última década, a República Popular da China também mostrou interesse pelo satélite.
Com efeito, a Administração Espacial Nacional da China (CNSA) elaborou um programa espacial para a exploração sistemática da Lua chamado Chang’e em homenagem à Deusa da Lua nesta cultura.
Em 2020, este país lançou uma sonda espacial no âmbito da missão Chang’e 5 com o objetivo de analisar a composição do satélite. Entre seus objetivos científicos estava coletar amostras de solo lunar e assim fornecer pistas sobre sua formação. A referida sonda pousou na lua na cratera chamada “Mar de Procellarum”, e coletou uma amostra de 1,73 quilos.
Amostras revelam ‘quantidades substanciais’ de água na Lua
Os resultados da análise dessa amostra foram publicados recentemente, confirmando a existência de água. Um grupo de pesquisa liderado pelo professor HU Sen, do Instituto de Geologia e Geofísica (IGG) da Academia Chinesa de Ciências (CAS), descobriu que existem esferas de vidro na Lua, conforme publicado na revista Nature Geoscience.
O potencial de utilização dos recursos da água da superfície lunar tem despertado grande interesse em futuras explorações lunares e outras missões espaciais.
Estudos detalhados revelaram que as esferas de água presentes são provavelmente um novo reservatório de água na Lua, registrando o fluxo dinâmico de entrada e saída do elemento derivado do vento solar.
Inclusive, diversas missões lunares confirmaram a presença de água estrutural ou gelo de água na Lua, eliminando qualquer dúvida sobre a existência de água em nosso satélite natural, embora em quantidades muito menores do que na Terra.
A água da superfície lunar apresenta ciclos diurnos e perdas para o espaço, o que indica a existência de uma camada ou reservatório hidratado nas profundezas do solo lunar para manter a retenção, distribuição e reposição de água na superfície da Lua.
Sobre a missão Chang’e 5
O programa Chang’e teve início com o lançamento de sua primeira sonda em 2007. No entanto, a missão mais recente, Chang’e 5, foi lançada em 2020 e chegou à Lua com sucesso.
A sonda é composta por um orbitador, um lander, um módulo de ascensão e um módulo de retorno. Durante a expedição, foram coletados um total de 1.731 gramas de amostras lunares, principalmente rochas e solo da superfície lunar.
Cinco lotes dessas amostras foram emitidos para 98 equipes de pesquisa desde 12 de julho de 2021. Até agora, mais de 60 novas descobertas relacionadas foram publicadas em revistas acadêmicas.
Em missões futuras, a China planeja estabelecer a Estação Internacional de Pesquisa Lunar (ISIL) na Lua com a cooperação de outros países.
Nos últimos anos, Pequim investiu pesadamente em seu programa espacial e alcançou marcos como o pouso bem-sucedido de uma sonda no outro lado do satélite em janeiro de 2019, um feito que nenhum país havia conseguido até o momento.
