Salário mínimo deveria ser de R$ 6,5 mil, segundo pesquisa do Dieese

Apesar do governo ter anunciado um aumento previsto para maio, o valor do salário mínimo deveria ser R$ 6,5 mil, segundo pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Um levantamento elaborado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) apontou que o salário mínimo necessário para sustentar uma família de dois adultos e duas crianças no Brasil seria de R$ 6.571,52.

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Este valor é calculado com base no custo da cesta básica em março deste ano e representa 5,05 vezes o salário mínimo atual do país (R$ 1.302). Veja a seguir como essa conta é feita pelo Dieese.

Por que o salário mínimo deveria ser de R$ 6,5 mil? Entenda o cálculo

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Para realizar o cálculo, o Dieese utiliza como referência o valor da cesta básica mais cara, que em março de 2023 foi a de São Paulo, custando R$ 782,23. Além disso, a entidade considera o mandato constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para atender às necessidades básicas de um trabalhador e sua família, incluindo moradia, alimentação, lazer, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte e previdência.

Em fevereiro, o valor necessário era de R$ 6.547,58, o que representava 5,03 vezes o piso mínimo. Em março do ano passado, a remuneração ideal ficaria em R$ 6.394,76 ou 5,28 vezes o valor vigente na época, que era de R$ 1.212.

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Aumento do salário mínimo em maio

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já anunciou que o governo planeja aumentar o salário mínimo para R$ 1.320, um valor que havia sido prometido durante a transição no final do ano passado.

No entanto, devido à inflação menor do que o esperado, o valor atual de R$ 1.302, que foi aprovado no orçamento, representou uma valorização real do salário, além do reajuste pela inflação.

Apesar da intenção do governo de aumentar a valorização do salário mínimo, o montante proposto ainda está muito abaixo do patamar ideal apontado pelo Dieese. Além disso, está sendo estudada a possibilidade de estabelecer uma política permanente de valorização do salário mínimo, que considere o crescimento do país.

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A questão está sendo discutida por um grupo de trabalho composto por representantes do governo, cada um de um ministério diferente, e representantes de sindicatos.

Cesta básica e salário mínimo

No mês passado, o tempo médio para adquirir a cesta básica foi de 112 horas e 53 minutos, sendo menor que o mês anterior, fevereiro, que foi de 114 horas e 38 minutos. Em relação a março de 2022, a jornada média de trabalho necessária para a aquisição dos produtos foi de 119 horas e 11 minutos.

Ao analisar o custo da cesta básica em relação ao salário mínimo líquido, descontado o valor referente à Previdência Social, observa-se que, em média, o trabalhador que recebe o piso nacional comprometeu 55,47% de sua renda em março de 2023 para adquirir a alimentação básica, enquanto em fevereiro desse mesmo ano esse percentual foi de 56,33%. Em março de 2022, o percentual comprometido ficou em 58,57%.

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Conforme a pesquisa, as cidades com os valores mais elevados da cesta básica no último mês foram: São Paulo (R$ 782,23), Porto Alegre (R$ 746,12), Florianópolis (R$ 742,23), Rio de Janeiro (R$ 735,62) e Campo Grande (R$ 719,15).

Já nas regiões Norte e Nordeste, onde a composição dos alimentos é diferente, os valores médios mais baixos foram registrados em Aracaju (R$ 546,14), Recife (R$ 578,73) e João Pessoa (R$ 579,57).

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