Depois da missão DART da NASA, a China também escolheu um asteroide próximo à Terra para testar seu novo sistema de defesa planetária. Em dezembro já se falava que o impacto seria feito contra o asteroide 2020 PN1.
No entanto, novas alegações sugerem que a agência espacial chinesa escolheu um novo alvo: 2019 VL5. Descoberto recentemente, trata-se de um asteroide de 33 metros de diâmetro, mais ou menos do tamanho de um ônibus escolar.
O projeto foi revelado durante uma apresentação na Conferência de Defesa Planetária em Viena, Áustria, por Chen Qi, do Laboratório de Exploração do Espaço Profundo da China.
Quando a China fará o teste para desviar o asteroide?
A missão planejada pela China envolve o lançamento de duas espaçonaves, uma para o impacto e outra para observações, ambos previstos para serem lançados em 2025 por meio de um foguete Long March 3B. Essas espaçonaves serão posicionadas em diferentes trajetórias em direção ao asteroide 2019 VL5.
A primeira espaçonave será lançada em direção ao asteroide com o objetivo de realizar observações preliminares e análises detalhadas de sua topografia. Simultaneamente, outro foguete será direcionado para colidir com o asteroide a uma velocidade de aproximadamente 6,4 km/s, visando alterar sua velocidade para 5 cm/s.
Após o impacto, a nave de observação retornará para estudar o asteroide e os cientistas da missão acreditam que essa colisão pode alterar a órbita do asteroide em cerca de mil quilômetros após três meses.
Essa nova missão faz parte do plano de defesa planetária da China, que inclui não apenas a detecção de asteroides, mas também o desenvolvimento de um sistema de alerta para identificar possíveis rochas espaciais perigosas.
Sobre a missão DART
Existem milhares de asteroides potencialmente perigosos ao nosso redor e é por isso que as principais agências espaciais dedicam parte de seu orçamento para investigar métodos para detectá-los e poder detê-los a tempo, se necessário.
A primeira ação nesse sentido ocorreu ano passado. Em setembro de 2022, a NASA completou uma das suas missões mais importantes na história: o Teste de Redirecionamento de Asteroides Duplos (DART, na sigla em inglês).
O objetivo dessa missão era verificar a viabilidade de desviar um objeto em rota de impacto com a Terra por meio da colisão de uma espaçonave contra o mesmo. A confirmação dessa meta não foi obtida imediatamente após o teste, mas sim recentemente, quando os estudos revisados por pares confirmaram o sucesso da missão. O relatório foi publicado na conceituada revista Nature.
O alvo escolhido para os testes foi Dimorphos, uma pequena lua de 160 metros de diâmetro, do asteroide Didymos. Embora neste caso não representasse um perigo para a Terra e fosse apenas um experimento, foi classificado como um asteroide potencialmente perigoso.
As imagens do impacto foram obtidas graças à câmera DRACO, fornecida pela Agência Espacial Italiana, implantada da espaçonave para capturar todos os momentos da colisão entre o DART e Dimorphos.
Conforme os artigos revisados, a órbita do sistema foi alterada em 33 minutos, mais do que o esperado pela agência espacial norte-americana, que considerou sete minutos como o mínimo necessário para o sucesso.
Os autores desses estudos afirmaram ser necessário demonstrar a possibilidade de atingir um asteroide durante um encontro de alta velocidade e alterar sua órbita, e que a DART conseguiu realizar ambas as coisas.