Na última quinta-feira (16/03), muitas instituições financeiras anunciaram a suspensão do empréstimo consignado INSS, dentre eles bancos públicos e privados. Segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), esses estabelecimentos alegam haver falta de condições para arcar com custos das novas taxas.
Essa suspensão é uma resposta à redução dos juros para o consignado do INSS, aprovada pelo Conselho Nacional da Previdência Social. A partir dos novos limites, o teto dos juros do empréstimo consignado foi reduzido de 2,14% para 1,70% ao mês.
Bancos anunciam a suspensão do empréstimo consignado INSS
A suspensão da crédito consignado do INSS foi uma ação conjunta realizada por alguns bancos do país para deixar de oferecer o empréstimo após a queda dos juros definida pelo CNPS (Conselho Nacional de Previdência Social).
A redução, proposta pelo ministro da Previdência, Carlos Lupi, que já vinha criticando a taxa do crédito, não agradou muito as principais instituições credoras. Para o ministro, existia espaço para queda nos juros por ser um empréstimo com baixo risco, descontado diretamente da folha de pagamento dos aposentados e pensionistas.
Assim, dentre os bancos que deixaram de oferecer o crédito consignado INSS, de maneira temporária, estão o Itaú, Mercantil do Brasil, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Bradesco, Itaú, Pagbank, Daycoval, Pan, C6 e Santander.
Essa decisão aconteceu após o Conselho Nacional de Previdência Social informar sobre redução de taxas de juros na modalidade do empréstimo consignado do INSS. A Febraban já havia sinalizado que uma redução de juros poderia impactar negativamente a disponibilidade de empréstimos consignados e também na liberação de cartões de crédito.
O empréstimo consignado do INSS é concedido, em sua maioria, por bancos privados, que representam cerca de 89% das operações de crédito no Brasil. A Caixa Econômica e Banco do Brasil, são responsáveis pelos 11% restantes dessas movimentações.
A taxa do cartão de crédito consignado do INSS também foi diminuída, passando de 3,06% para 2,62% ao mês. Todas essas reduções, no entanto, valem para os novos contratos, pois os empréstimos já cedidos permanecem com a mesma taxa de quando foram contratados.
A inadimplência e juros mais altos são os principais motivos pelos quais os bancos têm taxas maiores aos beneficiários do INSS. Segundo a Fenabran, o não pagamento por falecimento representa 4,7% das inadimplências.
De acordo com o Ministério da Previdência Social, a redução na taxa de juros do consignado do INSS poderá beneficiar cerca de 1,8 milhão de clientes.
Como funciona o empréstimo consignado INSS?
O empréstimo consignado INSS costuma ter taxa de juros baixas, uma vez que os segurados da Previdência colocam o seu benefício mensal como “garantia”, tendo as parcelas descontadas diretamente dele. Assim, o risco de inadimplência com esse tipo de operação é praticamente zero.
Aqueles que são aposentados ou pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social podem comprometer até 45% do benefício previdenciário com os créditos consignados.
Para solicitar o empréstimo, é possível acessar o aplicativo ou site do Meu INSS, fazer o login na conta e selecionar a opção “novo pedido”.
Depois, o solicitante deve informar qual o serviço desejado e marcar o nome dele. Na sequência será preciso ler e concordar com o contrato. Ao finalizar a solicitação, o INSS tem até 30 dias para aprovar seu empréstimo consignado.