O Brasil gerou precisamente 83.297 empregos com carteira de trabalho assinada em janeiro deste ano, conforme divulgou o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) na última quinta-feira, 9 de março. O total de vínculos celetistas (regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT) ativos atingiu mais de 42 milhões de contratos assinados no país.
Apesar do crescimento, os resultados de janeiro foram inferiores aos do mesmo mês do ano anterior. No início de 2022, o Caged informou que o Brasil criou aproximadamente 167,3 mil vagas formais em todo o país.
Considerando apenas os dados de janeiro de 2023, o Caged indicou que o ano começou com 1.874.226 admissões e 1.790.929 desligamentos. No geral, o número total de vínculos CLT ativos no Brasil é de 42.527.722, representando um aumento de 0,20% em relação a dezembro de 2022.
Vale ressaltar que, em dezembro do ano passado, o saldo foi negativo, com mais demissões do que admissões. Na época, o país perdeu 440.669 vagas no último mês de mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Salário médio dos trabalhadores
Dos empregos criados, 80% são classificados como típicos, ou seja, exigem jornada de trabalho entre 40 e 44 horas semanais e têm duração indeterminada. Os 20% restantes são cargos atípicos, como trabalho em meio período ou contratos a prazo ou intermitentes. Além disso, o salário médio real, ou seja, descontada a inflação, de admissão de trabalhadores em janeiro foi de R$ 2.012,78 no país.
Luiz Marinho, ministro do Trabalho e Emprego, afirmou que o resultado reflete a realidade atual do país, com juros altos e endividamento das famílias. O ministro Marinho acredita que o mercado de trabalho vai se recuperar a partir do próximo trimestre. De acordo com a pesquisa do Caged, em janeiro, os homens tiveram saldo positivo de empregos, enquanto as mulheres tiveram redução de 195 postos de trabalho.
Dados por atividades econômicas
O Caged também forneceu detalhes sobre os números por atividades econômicas. Segundo os dados, quatro dos cinco principais grupos de atividades econômicas registraram alta em relação ao mês anterior. Veja abaixo:
- Serviços (+40.686 postos);
- Construção (+38.965 postos);
- Indústria geral (+34.023 postos);
- Agropecuária (+23.147 postos);
- Comércio ( -53.524 postos).
Dados por região
As 16 Unidades da Federação registraram saldo positivo, enquanto nove fecharam postos de trabalho. São Paulo (+18.663 empregos), Santa Catarina (+15.727) e Mato Grosso (+13.715) se destacaram na geração de empregos.
Os saldos negativos mais significativos foram observados no Ceará (-3.033 empregos), Pará (-1.853) e Paraíba (-1.717). Por regiões, o Sul liderou a abertura de vagas, com 32.169 vagas a mais, seguido pelo Centro-Oeste, beneficiado pela safra de grãos, com 27.352. O Sudeste ficou em terceiro lugar com 18.778 vagas. O Nordeste perdeu 133 postos de trabalho e o Norte perdeu 482 vagas formais.
Pedidos de seguro-desemprego no INSS
O Caged divulgou novos dados detalhados sobre a situação do seguro-desemprego, indicando que o número de pessoas que solicitaram benefícios previdenciários em janeiro deste ano cresceu em relação a dezembro do ano passado. No último mês de 2022, foram 522.028 pedidos de seguro-desemprego, enquanto em janeiro de 2023 esse número subiu para 614.085.
O seguro-desemprego é um benefício previdenciário concedido pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) a pessoas físicas que já estiveram empregadas no sistema formal de trabalho e foram demitidas sem justa causa. Os valores e o número de parcelas do benefício do seguro-desemprego variam de acordo com as circunstâncias específicas de cada trabalhador.