Um asteroide recém-descoberto, com um diâmetro de 50 metros (aproximadamente o tamanho de uma piscina olímpica), tem uma “chance remota” de atingir a Terra daqui há alguns anos, de acordo com o Escritório de Coordenação de Defesa Planetária da NASA.
Faz cerca de uma década desde que o último grande asteroide atingiu a Terra, quando um meteoro de aproximadamente 15 metros de diâmetro explodiu sobre os Montes Urais da Rússia.
O Escritório de Coordenação de Defesa Planetária da NASA e outras agências ao redor do mundo começaram a rastrear objetos próximos à Terra e a elaborar um plano de como tirar um corpo celeste potencialmente devastador de seu caminho.
Quando o asteroide pode colidir com a Terra, segundo a NASA?
A rocha espacial, apelidada de 2023 DW, foi vista pela primeira vez em 28 de fevereiro e tem uma chance de 1 em 625 de impactar nosso planeta no Dia dos Namorados em 2046, segundo a última estimativa da Agência Espacial Europeia.
De acordo com uma postagem no Twitter da NASA, quando objetos recém-descobertos são detectados, normalmente leva várias semanas de coleta de dados para reduzir as incertezas e prever com precisão suas órbitas futuras. Os analistas de órbita da NASA continuarão monitorando o asteroide 2023 DW e atualizarão suas previsões à medida que mais dados estiverem disponíveis.
Ainda conforme a agência espacial norte-americana, um asteroide do tamanho de um caminhão passou perto da Terra no final de janeiro. Foi uma das aproximações mais próximas já registradas, mas não representava nenhum perigo.
O que aconteceria se o 2023-DW chegasse à Terra?
Se 2023-DW, um asteroide maciço de 50 metros de diâmetro, colidisse com a Terra, resultaria em uma catástrofe semelhante ao evento Tunguska (Sibéria) de 1908. O asteroide Tunguska também tinha tamanho semelhante, medindo 48 metros de diâmetro, e causou uma explosão nuclear equivalente a 12 megatons.
Essa explosão devastou uma área de cerca de 2.150 quilômetros quadrados e destruiu 80 milhões de árvores. Se tivesse atingido uma cidade, a destruição teria sido completa. O mais recente impacto significativo de asteroide ocorreu em 15 de fevereiro de 2013, em Chelyabinsk, na Rússia. Um meteorito medindo quase 20 metros de diâmetro e pesando 13.000 toneladas entrou na atmosfera da Terra com uma energia estimada equivalente a 500.000 toneladas de TNT.
Apesar de relativamente pequena, a rocha explodiu a 30 quilômetros do solo, liberando meio megaton de energia, equivalente a 35 bombas de Hiroshima. O impacto gerou uma onda de choque que deu duas voltas ao mundo. Dois minutos após a explosão, a onda de choque atingiu o solo, danificando milhares de prédios, estilhaçando janelas e ferindo mais de mil pessoas com estilhaços de vidro.
O evento de Chelyabinsk serve como um lembrete do perigo potencial representado pelos asteroides, e destaca a necessidade do Escritório de Coordenação de Defesa Planetária da NASA monitorar os céus em busca de ameaças espaciais e tomar medidas para evitar colisões catastróficas.
Plano para desviar asteroides
Os cientistas estão trabalhando em diferentes maneiras de defender o planeta. A boa notícia é que temos várias soluções possíveis e pelo menos uma delas já foi testada com sucesso. A notícia não tão boa é que não podemos implantar nenhum deles de forma rápida.
Uma missão espacial deste tipo leva vários anos da aprovação ao lançamento. Isso significa que devemos detectar um asteroide perigoso vários anos (pelo menos uma década) antes que ele se aproxime da Terra, se quisermos fazer uma espaçonave que nos ajude a evitar a colisão com ele. É por isso que é tão importante encontrar o maior número possível de objetos próximos da Terra e calcular suas órbitas com antecedência.
Dito isso, dentre os planos para desviar o curso de asteroides podemos destacar o DART. O Double Asteroid Redirection Test foi a missão da NASA que testou tecnologias para prevenir o impacto de um asteroide. O alvo da missão era o asteroide Dimorphos, a lua menor do asteroide binário próximo à Terra Didymos.
Em setembro de 2022, a espaçonave DART colidiu com a lua menor (que tem cerca de 160 m de tamanho), alterando assim sua velocidade e período orbital. Esta missão provou que um asteroide potencialmente ameaçador poderia ser desviado no futuro.