Salário mínimo ideal deveria ser de R$ 6,5 mil, afirma Dieese

Levantamento do Dieese aponta salário mínimo ideal e destaca os locais onde a cesta básica teve maiores altas e quedas.

Por Carlos Rocha 10/03/2023 - 11:22

Nesta quinta-feira, dia 09 de março, o Dieese liberou mais um levantamento, oficialmente denominado de Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos (PNCBA), que aponta qual os ganhos salariais considerados como necessários para os trabalhadores. A conclusão do novo levantamento é de que o salário mínimo ideal deveria ser de R$ 6,5 mil.

Vale lembrar que o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) realiza o seu levantamento levando em consideração os preços das cestas básicas e os seus produtos. A pesquisa lançada em março é referente ao mês de fevereiro.

Dieese: salário mínimo ideal de R$ 6,5 mil

Valor da cesta básica cai na maioria das capitais pesquisadas

Das 17 capitais que são constantemente avaliadas pelo Dieese, em 13 o valor da cesta básica caiu no último mês. A maior queda foi registrada em Belo Horizonte (3,97%), seguida pelo Rio de Janeiro (3,15%) e Campo Grande (3,12%).

Por outro lado, a cidade de Belém registrou a maior alta nacional (1,25%). A capital do Pará foi seguida por duas cidades de estados nordestinos: Natal (0,64%) e Salvador (0,34%).

Já a cesta básica mais cara é encontrada na cidade de São Paulo, com o valor de R$ 779,38. Por outro lado, o local mais barato para ter acesso aos mesmos produtos é Aracaju (R$ 552,97). A diferença entre o maior e o menor preço é de mais de R$ 200.

O óleo de soja, o tomate e o café em pó foram os alimentos que apresentaram as maiores quedas no preço. Já o feijão, o arroz e o leite tiveram as maiores elevações.

Salário mínimo será reajustado em maio

O governo federal já afirmou que o salário mínimo será reajustado pela segunda vez no ano. A partir do mês maio, o valor sairá de R$ 1.302 para R$ 1.320. O próprio presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, informou que o piso será reajustado a partir do dia 01 de maio, justamente no Dia do Trabalhador.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já havia informado anteriormente que essa era uma pretensão do governo, mas que para evitar problemas fiscais e falta de verbas, o reajuste de R$ 1.320 deveria ocorrer perto da metade do ano.

Em uma entrevista à TV Brasil, outro ministro do governo, dessa vez, Luiz Marinho, que comanda a pasta do Trabalho, defendeu valor.

“Nós conseguimos mostrar que era possível controlar a inflação, gerar empregos e crescer a renda, crescer a massa salarial dos trabalhadores do Brasil inteiro, impulsionado pela Política de Valorização do Salário Mínimo, que consistia em, além da inflação, garantir o crescimento real da economia”, disse o ministro.

Por enquanto, sem a oficialização, o salário mínimo permanece em R$ 1.302. Caso ele suba, como anunciado, pagamentos relacionados ao INSS, seguro-desemprego, entre outros, também deverão ser afetados e reajustados.

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