A Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (NASA) divulgou novas imagens do Telescópio Espacial Hubble de Saturno, anunciando o início da “temporada de raios” do planeta à medida que se aproxima de seu equinócio, quando características enigmáticas aparecem através de seus anéis.
Os cientistas ainda não explicaram completamente a causa do fenômeno, bem como sua variabilidade sazonal. Desde a sua descoberta pela missão Voyager da NASA, na década de 1980, os “raios” nos anéis de Saturno fascinaram os cientistas. Apesar disso, eles permanecem em grande parte inexplicados.
Programa OPAL da NASA é dedicado a Saturno
Conforme anunciado pela NASA em comunicado, o Telescópio Espacial Hubble estudará os raios, graças ao tempo dedicado a Saturno no programa Outer Planet Atmospheres Legacy (OPAL) em andamento da missão.
Saturno tem listras amarelas, marrom-avermelhadas e castanhas. Os anéis de Saturno estão ligeiramente inclinados, permitindo-nos ver as faixas dos anéis junto com a ampla faixa escura chamada Divisão de Cassini.
Desse modo, a forma e o sombreamento dos raios variam: eles podem aparecer claros ou escuros, dependendo do ângulo de visão, e às vezes aparecem mais manchados do que as formas clássicas.
Eles não costumam durar muito, porém conforme o equinócio de outono do planeta se aproxima em 6 de maio de 2025, acredita-se que mais raios surgirão. A grande questão é se as características difusas estão relacionadas ao campo magnético de Saturno e sua interação com o vento solar, como sugere a teoria mais aceita.
O último equinócio de Saturno ocorreu em 2009, quando a sonda Cassini da NASA orbitou o planeta gigante gasoso para um reconhecimento de perto. Com a missão Cassini concluída em 2017 e a espaçonave Voyager desaparecida, o Hubble continua o trabalho de monitorar mudanças de longo prazo em Saturno e nos outros planetas.
Temporada de raios nos anéis de Saturno
Como a Terra, Saturno é inclinado em seu eixo e, portanto, tem quatro estações, embora devido à órbita muito maior de Saturno, cada estação dura aproximadamente sete anos terrestres. O equinócio ocorre quando os anéis são inclinados de ponta-cabeça em direção ao Sol.
Os raios desaparecem quando se aproxima o solstício de verão ou inverno em Saturno (quando o Sol parece atingir sua latitude mais alta ou mais baixa no hemisfério norte ou sul de um planeta).
O suposto culpado pelos raios é a mudança do campo magnético de Saturno. Os campos magnéticos planetários interagem com o vento solar, criando um ambiente eletricamente carregado (na Terra, quando essas partículas carregadas atingem a atmosfera, isso é visível no hemisfério norte com a aurora boreal).
Os cientistas acreditam que as partículas de gelo menores, do tamanho de poeira, também podem ficar carregadas, fazendo com que levitem temporariamente acima do resto das partículas maiores de gelo e rochas nos anéis.
Enquanto os outros três planetas gigantes gasosos em nosso sistema solar também possuem sistemas de anéis, nada se compara aos anéis proeminentes de Saturno, tornando-os um laboratório para estudar fenômenos como este. Atualmente, não se sabe se os raios ocorrem em outros planetas com anéis.